Reflexão: a ternura de Deus e o chamado cristão
Pe. Mundinho, sdn
Como cristãos, somos chamados a derramar no mundo o amor terno que recebemos de Deus. Esse amor deve ser vivenciado nas comunidades religiosas, na Igreja e em nossa convivência social. A ternura é mais do que um sentimento; é uma expressão concreta do amor divino, que traduz em gestos o que Jesus sente por nós. Ela manifesta a beleza de sentir-se amado por Deus e de amar ao próximo com a mesma gratuidade.
A ternura nos revela o rosto paterno e materno de Deus, que nos ama com uma intensidade que supera até mesmo o amor de uma mãe por seu filho. Criados à imagem e semelhança de Deus, somos também capazes de viver e transmitir essa ternura. Ela é o primeiro passo para superar o fechamento em si mesmo, libertando-nos do egocentrismo que desvirtua a liberdade humana.
O evangelho de São Lucas nos oferece ícones da ternura divina: o bom samaritano, que se aproxima do homem ferido movido pela compaixão; o pai misericordioso, que perdoa e celebra o retorno do filho perdido; e tantas outras histórias de pessoas encontradas pelo amor de Deus. Entre essas figuras, destacam-se o cego mendigo, as crianças acolhidas por Jesus e Zaqueu, que representa a culminação dessa busca divina pelos perdidos.
A ternura de Deus nos ensina que o amor é o sentido da vida. Em nossa fragilidade e condição pecadora, somos continuamente procurados e encontrados por esse amor, que celebra com alegria cada reencontro. Tocados pela ternura divina, somos convidados a testemunhá-la no mundo, tornando-nos instrumentos do amor que transforma vidas.
Que possamos, em nossa caminhada, contemplar Jesus como o rosto do amor terno de Deus e viver a alegria de sermos alcançados por essa misericórdia que nos renova e fortalece.