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Segurança Pública e Cidadania: O Brasil continua sendo um país violento

O ano de 2023 trouxe uma notícia aparentemente positiva para a segurança pública no Brasil: uma queda de 4% no número de assassinatos em comparação com o ano anterior. No entanto, mesmo com essa redução, o país ainda se mantém como um dos mais violentos do mundo, com um índice de 19,4 assassinatos por 100 mil habitantes.

Ainda que a queda seja um indicativo de progresso, é importante ressaltar que o Brasil ainda ocupa a terceira posição no ranking mundial de países com a maior população carcerária. Em 2023, o número total de custodiados no Brasil subiu para 650.822 em celas físicas e 201.188 em prisão domiciliar. Esses números refletem não apenas a alta taxa de criminalidade, mas também questões relacionadas à política de encarceramento e ao sistema judiciário do país.

Além disso, a sensação de insegurança entre a população brasileira permanece alta. Segundo uma pesquisa do Datafolha, 39% dos brasileiros se sentem “muito inseguros” nas ruas à noite. Esse sentimento de insegurança é alimentado não apenas pelos altos índices de violência, mas também pela percepção de impunidade e pela falta de confiança nas instituições de segurança e justiça.

Esses dados evidenciam a complexidade do cenário de segurança pública no Brasil. A queda no número de homicídios é um passo importante, mas ainda há muito a ser feito. É necessário investir em políticas de prevenção à violência, melhorar as condições do sistema carcerário, promover a reinserção social de ex-detentos e fortalecer as instituições de segurança e justiça. Além disso, é fundamental que essas ações sejam acompanhadas de esforços para reduzir as desigualdades sociais, que são um dos principais fatores por trás da violência no país.


Em suma, a segurança pública no Brasil é um desafio que exige uma abordagem multifacetada e integrada, que vá além do simples aumento do policiamento ou do endurecimento das penas. É preciso um compromisso sério com a promoção da justiça social, a garantia dos direitos humanos e a construção de uma sociedade mais justa e segura para todos.

 

Carlos Roberto Souza – Delegado

 

 

 

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