ColunistasDr. Carlos Roberto Souza

Segurança Pública e Cidadania: Cor da pele não determina moralmente uma pessoa

Somente vítimas do preconceito, discriminação, da injúria racista, do xingamento em razão de sua cor, da diferenciação em razão de uma deficiência física, por sua orientação sexual, por sua prática religiosa, em razão de seu país de origem sabem a dor que sentem. Práticas criminosas dessa natureza precisam acabar.

O racismo mais presente em nosso país é o voltado a negros, aqueles de pele preta e parda. Herança de nosso vergonhoso passado escravista, quando pensadores, religiosos e governos negaram a condição humana, a alma, o direito de ser gente a homens e mulheres vindos da África.

Herança de quando estes irmãos de pele preta foram traficados de sua terra natal, sequestrados de suas famílias, para serem aqui vendidos como mercadoria. Trabalhando como escravos na extração de minérios e cultivo do campo, gerando riqueza para alguns e trazendo sim desenvolvimento ao país. Os homens e mulheres escravos africanos, então, não tinham direito reconhecido aos demais seres humanos. Libertos, ainda são vítimas de estereótipos covardes pregados e mantidos por gente ignorante.

A discriminação racista a negros aparece por vezes em gestos, palavras, associações, condutas muito sutis como um gerente de loja mandar o segurança acompanhar uma criança negra ou mesmo um adulto enquanto estiverem no estabelecimento; emitir o racista sons ou fazer gesto que lembram um animal; não contratar uma pessoa negra ou parda com melhor currículo.

A discriminação a afrodescentes é um crime que deve ser combatido. Medidas afirmativas têm conseguido aos poucos abri espaços a negros em universidades e empresas. Mas somente estas ações voltadas à mudança cultural e social não estão sendo suficientes. Vêm sendo necessário sim o emprego da força punitiva do Estado como instrumento de convencimento àqueles que se acham melhores ou superiores.

Muitos negros vítimas de racismo dos ignorantes não procuram uma delegacia para denunciar um ataque ou práticas discriminatórias por vergonha e até mesmo por acreditar que serão novamente vítimas de racismo na unidade policial.

Primeiramente, não tenha vergonha. Quem deve se envergonhar é o racista. Este sim é portador de uma ignorância moral ou intelectual que o priva de ser uma pessoa melhor, este precisa ser corrigido pelo emprego da força estatal, não merece compreensão; segundo caso tenha a vítima de racismo receio de ser mal tratada em uma delegacia, saiba que a pena para o policial ou qualquer outro servidor público que praticar o racismo e a discriminação em qualquer de suas formas é de 3 anos de reclusão e até mesmo a demissão.

A cor da pele não determina a moral de uma pessoa. Pele branca, olhos e cabelos claros, não determinam ser a pessoa boa ou ruim. Da mesma forma, uma pele preta ou parda em nada determina a estatura moral de um indivíduo. Não podemos tolerar o preconceito em nossas comunidades. É hora de deixar o preconceito nos livros de História.

Se foi ou for vítima de discriminação em qualquer de suas formas, não se envergonhe, não tenha medo, procure um Delegacia de Polícia e DENUNCIE. Podemos ajudar. Deixaremos mais uma vez o link com um pequeno texto para que possamos entender as formas de racismo, preconceitos e discriminações e evitá-los. Entendendo melhor um problema, podemos combatê-lo.

Voltaremos na próxima oportunidade falando de prática discriminatória e injuriosa que vem crescendo em nosso meio. Discriminação religiosa agora é crime.

 

 

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