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História da emancipação de Manhuaçu em linha do tempo

O município foi emancipado de Ponte Nova, em 05 de novembro de 1877. Na época, chamava-se São Lourenço do Manhuassu.

Inicialmente, até o ano de 1880, a sede do município era estabelecida em São Simão (atual Simonésia).

Abaixo, linha do tempo com os principais acontecimentos antes e após o movimento emancipatório:

1869:

  • Antes da emancipação, a Vila de São Lourenço de Manhuassu

A vila de São Lourenço de Manhuassu foi fundada alguns anos antes de sua emancipação. Pelos registros isso aconteceu em 1869. Mas se formos ainda mais para trás e reconhecermos a época do primeiro aldeamento, que ocorreu por volta de 1843, então, Manhuaçu é ainda mais antiga. Se preferirmos continuar a recuar no passado, copiando alguns municípios e passando a comemorar o início da colonização da região onde hoje está situado o município, que ocorreu com a chegada dos primeiros fazendeiros, deveremos então reconhecer o ano de 1824.
(http://nalentedahistoria.blogspot.com/2013/10/a-idade-de-manhuacu.html)’Esta Fluorescente povoação, q teve começo  no ano de 1869, está situada no fertilíssimo vale do Manhuassu ocupando um patrimônio de cento e vinte alqueires’. (Manifesto do Padre Fortunato de Souza Carvalho a Assembleia Legislativa, transcrito por José Baia);

1871:

  • Criação do Distrito Policial;

 1872:

  • Conforme registros históricos, os primeiros movimentos com o intuito de emancipação ocorreram neste ano.

‘Embora tímidos, já em 1872, se faziam sentir os primeiros anseios de emancipação político-administrativa no Arraial de São Lourenço do Manhuassu. Estes primeiros reclames de independência, levados em autêntica reivindicação coletiva, são animados por eloquentes traços de revolta e insatisfação’. (ABREU, José Miguel de. Simonésia: Minha Terra e Minha Gente. 2ª edição 1999, p. 11)

1874:

  • Elevado à Distrito de Paz;

1876:

  • Elevado à categoria de Freguesia;

1877:

  • EMANCIPAÇÃO: A localidade é desmembrada de Ponte Nova, pela Lei 2.407, de 5 de novembro, promulgada pelo presidente da província, João Capistrano Bandeira de Mello, que criou o Município de São Lourenço de Manhuassu, com sede em São Simão (atual Simonésia).

O novo município abrangia uma grande área que ia do Alto Carangola até além do Rio Doce, na região do Rio São Mateus.
Deu-se o nome de município do Rio Manhuaçu porque as duas vilas existentes ali, São Lourenço de Manhuassú e São Simão não ofereciam condições de instalação de uma cidade. Porém, devido à influência do Coronel Ardelino de Carvalho que residia em São Simão junto às autoridades em Ouro Preto, a sede foi para este povoado, cometendo-se assim uma injustiça, já que São Lourenço do Manhuassú era um centro populacional maior.
Foi nomeado o primeiro conselho municipal, sendo escolhidos para integra-lo como presidente e Agente Executivo Joaquim Gonçalves Dutra e demais membros: José Marcellino de Paula, Francisco Moreira Bastos, Francisco de Assis Toledo e Joaquim da Silva Araújo. Uma das primeiras preocupações do Agente Executivo foi o de melhorar as comunicações dentro de sua área de abrangência, mas a falta de estradas no imenso município impediu a instalação dos distritos.
(http://nalentedahistoria.blogspot.com/2013/11/emancipacao-politica-de-manhuacu.html)

  •  ESFORÇOS PARA TRAZER A SEDE PARA SÃO LOURENÇO DO MANHUASSU:

‘Inconformados com a preterição da Vila de São Lourenço, seus habitantes se organizaram em um movimento de larga repercussão. […] A 18 de novembro de 1877, convocados pelo Padre Januário Portas reúnem-se os habitantes da Vila São Lourenço na residência do Tenente-Coronel Antônio Rafael Martins de Freitas, veterano da Guerra do Paraguai e líder inconteste do Movimento Emancipacionista. Por unânime aclamação e sentimento de todos, elege-se comissão destinada à promover a construção da ‘Casa da Câmara’ e ‘Cadeia’ demonstrando ânimo inquebrantável de nossos maiores homens’. (ABREU, José Miguel de. Simonésia: Minha Terra e Minha Gente. 2ª edição 1999, p. 11)

Ao se formar a comissão, que tinha como presidente o Tenente Coronel Martins de Freitas e era secretariada por Manoel Cardoso de Siqueira Pina, estabeleceram-se também os procuradores encarregados de donativos que foram, conforme relata o livro de José Miguel de Abreu:

Luiz Roiz Sete Júnior, para Águas do Manhuaçu;
Antônio Raimundo Machado, e, posteriormente, Pedro Eller, para Águas do Jequitibá;
Joaquim Antônio Sellos, para a Freguesia de Santa Margarida;
Tenente Francisco Inácio Fernandes Leão, para Águas do Rio José Pedro;
Francisco José da Silva Coutinho, para Águas de Caratinga;
Washington Mageste da Silva, para Águas do Vermelho;
Antônio José Amâncio, para o Arraial de Sacramento, e, finalmente,
Joaquim Gonçalves Dutra, para Santa Helena.

  • CONSTRUÇÃO DA CASA DA CÂMARA E DA CADEIA

Em 30 de dezembro de 1877, reúne-se pela segunda vez a comissão, desta feita para decidir sobre o projeto de construção que lhe é submetido por Francisco Antônio da Silva Polk, o qual se propunha a construir a ‘Casa da Câmara’ e ‘Cadeia’, no prazo de um ano, pela importância de oito contos de réis, de acordo com as seguintes condições:
‘…Dando esta obra rebocada e envidraçada, em ponto decente para servir, com exceção dos gradilhos de ferro para as prisões. A Comissão lhe franqueara as matas, para tirar as madeiras e pedras para essa construção; fora passada escritura pública do contrato entre a Comissão e o empreiteiro; todos os baldrames da obra, tanto da Casa da Câmara, como da ‘Cadeia’, seriam calçados de pedra tendo pelo menos três palmos de profundidade do nível do terreno para baixo e quatro polegadas de largura…’. (ABREU, 1999)

1878:

  • MELHORIAS E DESENVOLVIMENTO

Conforme os registros, notáveis foram os esforços da Comissão, nestes três primeiros anos, entre 1877 e 1880.
No livro Simonésia: Minha Terra e Minha Gente, de José Miguel de Abreu (1999), um registro com minúcias destas iniciativas:
‘Prestigiada pelos homens de proa da Freguesia, notadamente por Luis Antônio Cerqueira, Antônio Joaquim Selos e pelo Padre Fortunato de Souza Carvalho, nomeado Vigário da Paróquia em 1878, devotou-se a comissão com excessivo zelo, não só ao Movimento Emancipacionista que lhe dera causa, como aos melhoramentos e prosperidade da nova Vila de São Lourenço, edificando inúmeras casas na ‘esplanada, que fica à margem direita do rio’, demarcando nova área para o cemitério; construindo um ‘chafariz na praça’, reconstruindo pontes e locando ruas.

Cumpriu a comissão autêntico programa de obras públicas, a mercê do espírito progressista de seus membros.
Desenrolava-se entrementes, nas antessalas do Governo, acesa disputa entre patronos de ambas vilas. Alexandrino Teles e Adelino Augusto de Carvalho, pleiteando a manutenção da sede na Vila de São Simão, obtinham em seu favor o apoio do Cônego Teles, conservador, de marca influência nos círculos do Governo. Francisco de Paula Santos, porém, em contínuas e eficientes gestões, conquistava para a Vila de São Lourenço, a simpatia de Cesário Alvim, cuja interferência pôs termo à contenda, com decisivo triunfo desta’. (ABREU, 1999)

1880: 

  •  A sede do município passa a ser São Lourenço do Manhuassu (Manhuaçu), em vez de São Simão (atual Simonésia). ‘A 13 de janeiro de 1880, enfim, promulgava o Governo Provincial a Lei nº 2.557, pela qual transferia-se para a Vila de São Lourenço a sede do Município de Manhuaçu.
  • A primeira eleição municipal em Manhuaçu – foi realizada no dia 1º de junho de 1880, tendo a municipalidade elegido para Agente do Executivo (Prefeito) o Capitão Joaquim Gonçalves Dutra. ¹
  • Criação da Comarca do Rio Manhuaçu

Neste mesmo ano, criava-se a Comarca do Rio Manhuaçu, de acordo com a Lei nº 2.665, de 05 de Novembro de 1880, que era composta também por Santa Luzia do Carangola.

  • Serafim Tibúrcio chega à Manhuaçu

Conforme pesquisa de Flávio Mateus, também foi em 1880 que Serafim Tibúrcio chegou em Manhuaçu. Nascido em Jequeri (MG), o tropeiro que mais tarde se tornaria Cobrador de Impostos, Coronel, Prefeito e responsável pela criação da República do Manhuassu, que durou 22 dias no ano de 1896, no município.

1881:

  •   Município tem novo nome

 O município foi elevado à categoria de cidade pela Lei nº 2.766 de 13 de setembro de 1881, vindo a se chamar ‘Manhuassu’, contando com seis distritos: Santa Margarida, São Simão, São Roque do Caratinga, Vermelho, Santa Helena e a sede São Lourenço do Manhuassú. Empenhado na organização do município, Joaquim Gonçalves Dutra instalou os distritos de São Sebastião do Sacramento, Senhor Bom Jesus de Pirapetinga e Dores do José Pedro.

Quatro anos antes da promulgação desta Lei (entre 1877 até 1881), o município chamava-se ‘São Lourenço do Manhuassu’. Ou seja, a partir da elevação do município à categoria de cidade, em 1881, alterou-se o nome apenas para Manhuassu (grafia com ss).

  • 1ª Legislatura na Câmara Municipal

Também em 1881 foi implantada a 1ª Legislatura do Município de Manhuaçu, tendo como 1º Presidente, o Capitão Joaquim Gonçalves Dutra. Ele assinou o Termo do Município de Manhuaçu, em 30 de outubro daquele ano.²

Naquela época, o Agente do Executivo (Prefeito) também exercia a função de Presidente do Legislativo.     
(Redação e pesquisa: Thomaz Júnior)

Fontes:

1 – (MIRANDA, Roberto de Assis. Histórico de Manhuaçu. Manhuaçu: Datilografado, 1977, p. 33, apud SANTOS, Flávio Mateus dos. A República do Silêncio: Manifestações do Poder Local no Leste de Minas Gerais 1877-1896, p. 128, 1ª ed.);
2 – Pesquisa realizada em Atas da Casa Legislativa de Manhuaçu, no ano de 2009;

3 – (SANTOS, Flávio Mateus dos. A República do Silêncio: Manifestações do Poder Local no Leste de Minas Gerais 1877-1896, p. 128, 1ª ed.);
4 – Guia Estrada Brasil 2005 (ed. Viver, ES);
5 – Internet: http://nalentedahistoria.blogspot.com/2013/11/emancipacao-politica-de-manhuacu.html   6 – GAMA, José Olinto Xavier da. Manhuaçu, Rio e Município;
7 – Pesquisas feitas pelo Sr. Ary Nogueira da Gama;
8 – ABREU, José Miguel de. Simonésia: Minha Terra e Minha Gente. 2ª edição, 1999. 
9 – Blog Região de Manhuaçu http://regiaodemanhuacu.blogspot.com/2017/11/manifesto-do-padre-fortunato-de-souza.html 

10 https://blogdothomazjr.blogspot.com/2015/02/historia-de-manhuacu-1876-camara-m-de.html

11 Repórter Investigativo, Sebastião Fernandes, Membro da AML Manhuaçu.

 

 

 

 

 

 

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