De 10 a 13 de outubro, por meio parceria entre a Fundação Ezequiel Dias (Funed), Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Manhuaçu e Secretaria Municipal de Saúde de Reduto, foi realizado o “Curso prático para profissionais na atuação de Vigilância Epidemiológica em ambientes de ocorrência da Febre Maculosa (FM) e outras Riquetsioses”. Com conteúdo teórico e prático, o curso ocorreu após um alerta de casos suspeitos na região e um caso de óbito confirmado de febre maculosa de um homem de 37 anos, morador do município de Reduto.
De acordo com Evandro Dornelas, referência técnica do Núcleo de Vigilância Ambiental da SRS Manhuaçu, o treinamento é extremamente importante, tendo em vista a ocorrência de casos suspeitos e caso confirmado no território. “No treinamento, os técnicos dos municípios de Reduto e Manhuaçu receberam informações sobre doenças transmitidas por carrapatos, as rotinas de encaminhamento de materiais biológicos para análise laboratorial, sobre as atividades de campo e o uso adequado de equipamentos de proteção individual e coletiva”, explicou.
No treinamento os profissionais da Funed ensinaram a técnica de arrasto e catação em animais na área de ocorrência dos casos suspeitos e caso confirmado. Após esse trabalho de campo, os carrapatos são encaminhados à equipe do laboratório da Funed para identificação taxonômica e posterior análise da bactéria Rickettsia rickettsii.
Sobre a doença
A febre maculosa é transmitida ao homem basicamente pelo carrapato infectado, não havendo risco de transmissão de pessoa a pessoa. É uma doença infecciosa febril aguda, que pode causar desde formas assintomáticas até casos mais graves, com alta possibilidade de óbito. No Brasil, os casos graves estão associados à infecção pela bactéria Rickettsia rickettsii, transmitida principalmente pelo carrapato da espécie Amblyomma sculptum, popularmente conhecido como carrapato-estrela. No entanto, existem no mundo mais de 20 espécies de rickettsias que podem causar febre maculosa.
O quadro clínico é marcado por início brusco, com febre alta e dores de cabeça, podendo haver dores musculares intensas e prostração. Na evolução da doença, podem ocorrer hemorragias, náuseas e vômitos. As manifestações clínicas surgem após um período de incubação que leva em média 7 dias, podendo variar de 2 a 15 dias.
Apesar de ser considerada uma doença de baixa frequência, a taxa de mortalidade é elevada devido à agressividade da Rickettsia rickettsii para o organismo humano, falta de diagnóstico adequado e de tratamento precoce. A melhor forma de se prevenir é evitando áreas infestadas por carrapatos, principalmente durante o período de maio a outubro.
Com informações do portal.fiocruz.br
Antonio Rodrigues / ASCOM SRS Manhuaçu
