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Inflação gera impactos no poder de compra da população

A inflação corresponde a um aumento dos preços de bens e serviços, que implica na redução do poder de compra da moeda. Este aumento pode ser considerado “natural” no mercado, mas quando os valores sobem expressivamente em um curto intervalo, cria-se um cenário de inflação. No Brasil o indicador mais utilizado para medir e controlar metas de inflação é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Nas últimas apurações realizadas, este índice atingiu aproximadamente 12%, representando a inflação acumulada nos últimos 12 meses. Essa inflação pode ser vista em bens de consumo (alimentação, transporte, saúde, entre outros), e em ativos (bens móveis e imóveis).

Segundo o contador e professor universitário, Otávio Araújo de Carvalho, a inflação é gerada por diversos fatores, tais como: o aumento da demanda; o aumento dos custos; a redução e escassez na oferta; entre outros. “Devido a pandemia de COVID-19 muitas atividades produtivas foram paralisadas, interrompendo a cadeia de suprimentos em todo o mundo. E na tentativa de minimizar os impactos da paralização dessas atividades, os governos injetaram dinheiro nas economias por meio de auxílios e subsídios.  Com estes estímulos dos governos o consumo não diminuiu, mas a oferta de produtos ficou prejudicada. Este período de pandemia demonstrou também grandes dificuldades logísticas vivenciada no mundo, principalmente o transporte marítimo e terrestre que teve um aumento expressivo dos fretes, encarecendo os produtos para o consumidor final”, disse.

Dificultando ainda mais o cenário, a guerra na Ucrânia promovida pela invasão Russa, que é um dos maiores produtores de petróleo, gás e fertilizantes do mundo, gerou mais incerteza no ambiente econômico mundial, elevando os custos de insumos e das operações de comércio exterior; reduzindo também os investimentos em atividades produtivas. Isso tudo combinado com dificuldades na produção de alimentos devido a fatores climáticos, e o aumento no custo de combustíveis e insumos agropecuários. Esse conjunto de fatores gerou o contexto atual, que é preocupante; visto que para o ciclo econômico e produtivo voltar à sua normalidade, depende de diversos fatores e principalmente, de tempo.

Consequências da inflação

Otávio Araújo salienta que a principal consequência negativa da inflação é a perda no poder de compra da moeda, sentido principalmente por camadas da população que possuem menos recursos financeiros, pois essas contam com menor disponibilidade financeira e meios para se proteger. “A inflação provoca incertezas na economia que desestimulam os investimentos, prejudicando o crescimento econômico. Ou seja, os investimentos necessários para reestabelecer a cadeia produtiva. Outro impacto direto da inflação é a taxa de juros, pois os governos tentam controlar o consumo aumentando o custo das operações crédito. No entanto, apesar de conter um pouco o consumo, este aumento nos juros diminui também o investimento em atividades produtivas, dificultando ainda mais o reestabelecendo da cadeia de suprimentos mundial. Ademais, nestes períodos inflacionários os preços de mercado ficam extremamente distorcidos, gerando muitas ineficiências na economia, dificultando até mesmo, a análise se algo está barato ou caro”, reitera.

Como vencer a inflação?

É necessário tempo e políticas dos governos para reduzir a inflação, assim como, o próprio comportamento dos consumidores. Quanto mais o consumidor gastar e consumir, maior será os preços, até que a cadeia produtiva seja reestabelecida e a oferta seja normalizada. “Não que as pessoas devem deixar de consumir, mas que sejam mais criteriosos nos gastos em períodos inflacionários”, enfatiza o contador.

Danilo Alves – Tribuna do Leste

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