Os reflexos do mais recente aumento da Petrobras nos combustíveis pelo país já puderam ser sentidos nos postos. Esse aumento já faz com que entidades de caminhoneiros planejem uma nova greve no país.
Nós viemos até a Copertran, Cooperativa dos Transportadores Autônomos de Manhuaçu pra saber o panorama na cidade. O relato dos trabalhadores autônomos é de que a situação da categoria tem ficado cada dia mais insustentável por conta de gastos com combustível e manutenção dos caminhões.
“Está muito difícil, porque essa alta de óleo esse ano já subiu mais de 50% só esse ano. Então isso tudo tira no lucro final. Está muito difícil, mas a gente está levando. E o frete sempre aquela negociação é muito difícil. Algumas empresas já não podem dar [o aumento], outras já dão um pouquinho. Sempre quando o óleo sobe numa média de 15%, por exemplo, a empresa dá 7%, no máximo, não dá aquele total, quando dá ainda. Então, a gente tá trabalhando no prejuízo mesmo”, explica o caminhoneiro Cláudio Bicalho.
Ele destaca que a manutenção do caminhão também vira um fardo. “Pra manter pneu tá muito caro. Um pneu no caminhão hoje é três mil e quinhentos reais, preço à vista, se for parcelado sobe mais. Óleo diesel hoje tá R$7,35 o S10. Você tem uma mercadoria de preço muito alto que é um caminhão novo pra cuidar, a manutenção muito cara também. Tudo, no fim, está pesando”, conta.
O presidente da Cooperativa dos Transportadores Autônomos de Manhuaçu, a Coopertram, Geraldo Magela, fala da situação da categoria. “Aqui tem afetado demais o trabalho da caminhoneiro, sabe? O jeito que está subindo o combustível não tem jeito de rodar. Os caminhoneiros reclamando. Como é que nós vamos fazer? Eles só falam em parar. Tem caminhoneiro que fica com carreta nova aqui, por exemplo, tem dois meses que tá viajando, vai vender, vai parar porque num tá dando lucro, tá ficando tudo no diesel mesmo, sabe? Num tá sobrando nada praticamente, tá ficando quase tudo, sumindo as bombas”, reitera.
Ele falou também sobre o preço do frete e a possibilidade de uma greve. “Quando aumenta [o valor do frete], ele não não chega ao tanto que o óleo está subindo. Está muito difícil, está bem complicado a gente com esses caminhões aí. Eu acho que é mesmo só uma greve geral que vai conseguir um jeito. Até vejo na televisão, nos vídeos de vez em quando, estão chamando pra greve já, vamos fazer outra greve, né? Achei que vai ter mesmo, vai ter recurso não”, conta o presidente.
João Vitor Nunes