Nas últimas disputas eleitorais, autoridades no processo e especialistas têm reiterado com frequência o cuidado que o cidadão deve ter ao compartilhar informações sobre os candidatos recebidas via redes sociais e, principalmente, aplicativos de mensagem. Isso motivou, inclusive, reuniões e acordos feitos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o WhatsApp e o Telegram para tentar barrar a difusão em massa de notícias falsas que possam interferir no processo eleitoral.
Nesse aspecto, boa parte da tarefa cabe ao usuário, que precisa ter cuidado com as informações que recebe e compartilha. Mas os dados da pesquisa DATATEMPO realizada em Minas Gerais entre os dias 30 de abril e 5 de maio mostram que 29,6% dos mineiros não desconfiou nenhuma vez de mensagens recebidas por meio desses aplicativos em uma semana.
De acordo com os números, os que desconfiaram apenas uma ou duas vezes são 23,1%, os que o fizeram três a quatro vezes, são 15,8% e, os que tiveram desconfiança por mais de cinco vezes são 27,4%. Outros 4,1% não souberam ou não responderam.
A confiança do eleitor nas mensagens sobre política via aplicativos é maior nos grupos formados por familiares. Neste caso, os mineiros que disseram não ter desconfiado de nenhuma mensagem no intervalo de sete dias são 37,3%. Por outro lado, os que dizem ter desconfiado mais de cinco vezes são apenas 19,6%.
Por outro lado, a desconfiança é maior nos grupos de discussão política que ganharam corpo nesses aplicativos nos últimos anos. Por lá, 23,7% dos mineiros dizem que não desconfiaram de nenhuma mensagem na última semana, enquanto 34,2% afirmam ter desconfiado mais de cinco vezes.
Geralmente, quem mais manda mensagens sobre política são os amigos. Essa foi a resposta de 51,4% dos mineiros. Neste grupo, aliás, há um equilíbrio entre confiança e desconfiança. São 28,8% os que não suspeitaram nenhuma vez dessas mensagens em uma semana e 26,9% os que desconfiaram mais de cinco vezes.
As informações sobre política também chegam diretamente de familiares (14,6%0, grupos de família (8,1%), colegas de trabalho (6,8%), grupos de discussão política (6,1%), grupos de trabalho, escola ou universidades (4,1%), de associações e movimentos das quais o eleitor faz parte (3,8%) e de grupos de cunho religioso ou de pessoas da igreja (1,9%).
Dados de registro
A pesquisa DATATEMPO, instituto que faz parte da Sempre Editora, foi realizada com recursos próprios, por meio de 2.000 entrevistas domiciliares, em todas as regiões de Minas Gerais, entre os dias 30 de abril e 5 de maio de 2022. A margem de erro do levantamento é de 2,19 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. Conforme preceitua a legislação eleitoral, o levantamento foi registro no TSE com o protocolo BR-00720/2022 e no TRE-MG com o protocolo MG-01720/2022.
Fonte: O Tempo