Minas Gerais tem convivido com diversos problemas devido às interdições nas rodovias estaduais e federais. Uma classe que tem sofrido muito com essa situação é a dos caminhoneiros. Segundo balanço feito pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), Minas ainda contabiliza 102 pontos de interdição total ou parcial, nas MGs e BRs que cortam todo o estado, na manhã desta terça-feira (25/1).
Conversamos com alguns caminhoneiros que estavam em Realeza, à espera de uma definição sobre onde passar para continuar a viagem. Helio Correia, que saiu de Vitória com destino a Uberlândia, destacou os transtornos. “Eu vou fazer um desvio por uma estrada que não conheço. A gente fica aguardando num local que não queríamos estar, onde é tudo mais caro. Difícil para nós”, relatou o caminhoneiro.
Paulo Roberto também saiu de Vitória, porém com destino a Itabira, e contou para nossa reportagem o quanto de prejuízos a situação das estradas tem causado a ele. “A expectativa era de entregar hoje [terça-feira, 25] porém, deparando com essa situação, a gente fica aguardando a chefia liberar e definir onde faremos a melhor rota. Isso causa um transtorno tremendo, terei que abastecer novamente porque o óleo não será suficiente para chegar, gerando de todas as formas um prejuízo muito grande. Nós somos comissionados, precisamos fazer as viagens e as estradas não estão colaborando”, explica.
Ele também destacou que as más condições da via fazem com que tenha que gastar muito mais com a manutenção do caminhão. “Não existe nem um paliativo para amenizar a situação das estradas. Cada viagem que a gente faz tem prejuízo com mola, suspensão geral do caminhão, fica em 700, 800, 900 reais, tem vez que chega a gastar até 1.200 reais. Toda viagem tem uma revisão pra fazer e não é barato não”, ressalta Paulo Roberto.
Raul Soares era um dos municípios que serviam como desvio para quem precisa chegar em Belo Horizonte, porém a administração municipal estabeleceu medida para vetar o tráfego de carretas em suas ruas, para acesso à MG-329, estrada que liga a BR-262 à BR-116 em Caratinga, via Bom Jesus do Galho. O caminhoneiro Odacir Buchmann falou sobre o aumento de cerca de 600 km em sua rota. “A partir de Manhuaçu, a gente pega sentido Leopoldina, depois vamos para Bicas, segue sentido Juiz de Fora e depois pega a BR-040 sentido Belo Horizonte. Vai aumentar em 550 km a viagem, ou seja, mais um dia praticamente. Essa volta custa, no mínimo, uns 2 mil reais”, explica.
De acordo com a PRF, é importante que o motorista não ignore os locais sinalizados, para não perder tempo. “O motorista deve evitar problemas. Já sabendo que tem a interdição, ele deve buscar antes a solução. Não deve esperar chegar ao local para confirmar o que está sendo noticiado. Assim, ele vai ter ganho de tempo, não vai ter o estresse de andar desnecessariamente. É bom o motorista prever isso e confiar nas informações”, aconselha o Policial Rodoviário Federal Tadeu Lima.
João Vitor Nunes – Tribuna do Leste
