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Extensionista da Emater fala sobre os desafios na produção de café em 2021

Os preços do café arábica seguem em forte ritmo de alta neste mês. A saca de 60kg do Arábica Bebida Dura Tipo 6, fechou os últimos dias cotado a cerca R$ 1.370 atingindo a nova máxima nominal da série histórica do Cepea, iniciada em 1996.

O Brasil segue vindo das valorizações externas da variedade, que, por sua vez, são influenciadas por preocupações quanto à oferta mundial nos próximos meses.

O extensionista da Emater, sub-sede Manhuaçu, Cristiano Alberto comenta os altos preços e fala do cenário atual da cafeicultura. “O valor da saca está atrelado à oferta limitada do arábica. Estamos com os estoques muito baixos. Somado à isso, tivemos um ano com bienalidade negativa do café, resultando em uma contribuição nacional e mundial menor. Claro que o preço do café nesse patamar é ótimo para os produtores, porém,como não houve tanta produção, acaba que não afeta tanto outras esferas da cadeia na cafeicultura.”

Por outro lado, a produção de café conilon/robusta, que não tem bienalidade, continuou crescendo, alcançando 21,3 milhões de sacas, a maior da história e 5% acima do ano passado, valendo destacar que a seca não afetou o Espírito Santo, maior estado produtor de conilon.

Além disso, as geadas e o frio severo em junho e julho comprometeram ainda mais a expectativa de recuperação da produção no ano que vem, já que diversas áreas tiveram danos severos, com morte de plantas e necessidade de podas drásticas, o que significa desde a necessidade de replantios de lavouras novas que foram totalmente perdidas, até a ausência de produção no próximo ano, dependendo do tipo de poda empregada. Mesmo em lavouras atingidas de maneira mais leve, espera-se algum comprometimento do potencial produtivo para 2022/23.

As chuvas retornaram de forma abrangente e em bons volumes em outubro reduzindo o déficit hídrico e promovendo a abertura de floradas. Porém, são incapazes de recuperar os estragos da estiagem, apenas estancando danos adicionais. Nos primeiros meses de 2022 será possível avaliar a formação dos chumbinhos e dimensionar melhor o tamanho da safra. Embora sujeito a erros pela baixa visibilidade neste momento, procuramos construir 3 cenários para a produção brasileira 2022/23, no sentido de ter uma ideia de como podem ficar os balanços doméstico e global de café, já que o Brasil é o maior player e, consequentemente, determinante no quadro.

Camila de Souza com informações do site Agrolink

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