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Covid-19: vacinas de fabricantes diferentes são aplicadas em idosos em Manhuaçu

De acordo com Secretaria Estadual de Saúde há o registro de 68 casos.

Parentes de idosos que tomaram doses diferentes da vacina contra a Covid-19 – a primeira da CoronaVac e a segunda da AstraZeneca – estão preocupados. A Secretaria Estadual de Saúde informou que tem o registro de 68 casos.

O Bom Dia Minas recebeu mensagem pelas redes sociais da Sueli Anacleta que mora em Manhuaçu, na Região da Zona da Mata, com dúvida sobre o que fazer porque a mãe dela passou por essa situaçã

A Sueli contou ainda que a vacinação foi feita pela equipe do posto de saúde, que foi até a casa delas, na zona rural.

“Minha mãe tomou a primeira dose da CoronaVac e a segunda AstraZeneca. Minha mãe tem 91 anos, mora comigo. Queria saber o que eu faço”, diz.

No cartão de vacinação da dona Valdereza tem o registro da primeira dose da CoronaVac aplicada no dia 12 de fevereiro deste ano. A segunda, da AstraZeneca, no dia 4 de março. Ela falou também que a técnica de enfermagem disse que não tinha problema as doses serem de fabricantes diferentes.

O posto de saúde responsável pela vacinação encaminhou a idosa para um clínico geral. Dona Valdereza fez um exame de sorologia que deu negativo pra imunidade ao coronavírus. Sueli está preocupada de a mãe não estar imunizada.

Também em Manhuaçu tem pelo menos mais um caso de vacinação com dose trocada. O Bom Dia conversou com a família do seu Antão José da Fé, de 91 anos, que passou pela mesma situação.

“Aplicaram a CoronaVac no dia 12 de fevereiro. Então, totalmente normal. Então, passado os dias de tomar outra dose, eles vieram e aplicaram a AstraZeneca e disseram que estavam recebendo ordens. Ficamos sem saber o que fazer depois”.

No cartão de vacinação do seu Antão está bem claro: ele recebeu a primeira dose da CoronaVac no dia 12 de fevereiro e no dia 4 de março, a AstraZeneca.

A família contou que ele também foi vacinado em casa e que a pessoa que aplicou o imunizante trocado também sabia e disse que não tinha problema. A família procurou a Secretaria de Saúde de Manhuaçu para ver o que fazer e não conseguiu ajuda e diz que agora não sabe se o idoso está protegido.

O médico infectologista Carlos Starling disse que não adianta fazer esse exame chamado IGG e IGM e que a imunização está completa.

“Nós consideramos essa pessoa vacinada. Ela tomou duas doses, mesmo de vacinas diferentes. Não existe um exame comprovadamente seguro que diga que essa pessoa está ou não imunizada, entretanto, ela pode se considerar imunizada. Quanto a exames pra comprovar essa imunização, existe, com pesquisa de anticorpos neutralizantes, entretanto, esses exames ainda não realizados de forma preliminar por alguns laboratórios. Não há portanto uma maneira definitiva de se dizer que o indivíduo se encontra imunizado, seja tomando duas doses da mesma vacina ou tomando duas doses de vacinas distintas”.

A Secretaria Estadual de Saúde disse que, neste momento, não recomenda a aplicação de doses adicionais de vacina contra a Covid-19 para completar o esquema vacinal. Informou ainda que foi notificada sobre um caso de troca de doses em Manhuaçu. Além das outras 68 notificações nos primeiros quatro meses de campanha de imunização, em outras localidades do estado. A secretaria falou que mantém a investigação sobre as possíveis causas, entre elas, erro de digitação ou falha na administração do imunológico.

A secretaria disse ainda que segundo o Plano Nacional de Imunização, os casos de vacinação com doses de fabricantes diferentes deverão ser notificados como erro de imunização no “E-SUS Notifica”. Todos devem ser acompanhados por um médico para avaliação individual com relação ao desenvolvimento de eventos adversos e falha vacinais.

O Bom Dia também procurou a Prefeitura de Manhuaçu que informou que foi feito um levantamento com a equipe responsável da secretaria de saúde e que todos desconhecem o que aconteceu com a dona Valdereza.

O Executivo disse ainda que não chegou nenhuma reclamação por lá e que estão à disposição para qualquer esclarecimento.

Por Bom Dia Minas — Belo Horizonte

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