Ouça
Trabalhai, não pelo pão que é perecível, mas por aquele que perdura eternamente (Jo 6, 27).
O capítulo 6 do Evangelho de São João aborda o tema do “Pão do céu”. Nos primeiros 15 versículos o evangelista narra Jesus alimentando uma multidão faminta. O povo, encantado com as palavras de Jesus, bem como com os sinais que iniciara a realizar, caminha em seu encontro, chegando a não perceber o tempo, mas deliciando de sua presença encantadora. Ao anoitecer, depois de consultar os discípulos, Jesus organiza o povo e tomando de cinco pães e dois peixes que um garoto trazia, certamente para seu lanche pessoal, e, milagrosamente, alimenta a multidão.
Despedida a multidão, Jesus e seus discípulos atravessam o mar. O povo, sentindo sua falta vão ao seu encontro novamente. Procuram pelo mestre e pergunta como chegara do outro lado do mar. Respondeu-lhes Jesus: “Em verdade, em verdade vos digo: buscais-me, não porque vistes os milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes fartos” (Jo 6,26-27).
Solidariedade
Estes tempos de pandemia tem nos ensinado muita coisa. Estamos enxergando que os bens materiais não dão a resposta a esta angustiante situação do desconforto da contaminação rápida e faminta do vírus. Não conseguem trazer a paz e a segurança para famílias confinadas e seus lares, muitos das quais, já sem o necessário para a sobrevivência alimentar.
Famílias de desempregados ou parados sem poderem trabalhar já amargam a tristeza da falta.
“Durante a pandemia, iniciativas de solidariedade se espalham pelas cidades. No Brasil e no mundo, voluntários dedicam parte do trabalho para ajudar quem precisa. Nem só médicos, enfermeiros e cientistas podem estar na linha de frente no combate ao novo coronavírus. Olhar para si e perceber que sua ocupação pode ajudar alguém, nem que seja em uma das pontas do problema, é de bom grado. Assim, padeiros, chefes de cozinha, taxistas e outros, com suas habilidades e disposição, oferecem auxílio com as ferramentas que têm.
Na capital paulista, 13 padeiros produzem milhares de pãezinhos para oferecer a cinco instituições de saúde (Hospital Santa Marcelina, Regional Sul, Taipas, Ipiranga e Tucca, ‘Associação de Crianças com Câncer) durante a pandemia de covid-19.
Em outras cidades e capitais, gente do povo, voluntários, organizam mutirões para minorar a situação de desabastecimento de famílias que já se deparam suas latas vazias. A preocupação é a falta de comida para pessoas que estão em vulnerabilidade social.
“É com muita emoção que fechamos a primeira de muitas outras semanas que virão de acolhimento, doações e solidariedade que aquecem nossos corações”, comemorou Viviane Ruskowski, sócia-proprietária da hamburgueria em Porto Alegre-RS.
Em Madri, na Espanha, um taxista resolveu agir por conta própria e se colocou à disposição para levar pacientes com suspeita do coronavírus gratuitamente a um hospital. Sem cobrar nada, o motorista José Maria tem feito trajetos de cerca de três quilômetros, entre Alcorcón e o Hospital Ramón y Cajal. No dia 19 de abril ele recebeu uma homenagem de profissionais da saúde do hospital. Ao chegar, o taxista encontrou médicos e enfermeiros alinhados, batendo palmas. José Maria recebeu um envelope com dinheiro e com os resultados de seus testes para Covid-19, que deram negativo.
Fonte: Agência Estado/Dom Total; Andrea Solaro e Michel Dantas/AFP; Vatican News