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PALAVRA DE VIDA: 5º Domingo do Tempo Comum – 09/02/2020

Iª LEITURA – Is 58,7-10

Deus não responde a uma prática religiosa estéril
A comunidade dos exilados já está de volta à sua pátria com um culto organizado. Externamente, belas liturgias, sacrifícios e jejuns, mas, interiormente, está faltando alguma coisa. O povo reclama da falta de resposta de Deus. Na realidade, Deus não está gostando dos sacrifícios e jejuns que o povo está fazendo, pois não está havendo uma mudança interior que conduza a uma solidariedade social. Eles jejuam e continuam com a exploração. Deus abomina a esterilidade e o vazio das práticas cultuais e religiosas, que não são acompanhadas de justiça, solidariedade e transformação social.

As práticas religiosas que agradam a Deus
O que agrada a Deus é tudo aquilo que leva à justiça e solidariedade, à libertação do próximo, o bem do irmão. A partir do v. 6 temos a enumeração do que agrada a Deus: acabar com as prisões injustas, desfazer as correntes do jugo, pôr em liberdade os oprimidos e despedaçar qualquer jugo (v. 6), hospedar em sua casa os pobres sem abrigo, vestir aquele que se encontra nu e não se fechar à sua própria gente (v. 7).

Agora sim, Deus vai responder
A partir do v. 8, sob a condição de uma prática de justiça e solidariedade, Deus se faz presente na vida do povo, fazendo-o brilhar como a aurora, curando suas feridas, transformando suas trevas em sol do meio dia. A justiça será recompensada com a presença da glória de Deus na caminhada do povo, iluminando-o, guiando-o, dando-lhe fartura e força (v. 11).

2ª LEITURA – 1Cor 2, 1-5
A comunidade de Corinto está cheia de problemas. Um deles era a vaidade da sabedoria humana. Muitos achavam que a salvação viria da sabedoria, ou seja, através dos conhecimentos dos mistérios de Deus. Ora a própria comunidade no seu conjunto era composta de gente iletrada, sem conhecimento, sem instrução e Deus lhe trouxe a salvação, através do Evangelho anunciado por Paulo. Portanto, a salvação não vem da oratória, da sabedoria dos homens, dos sofisticados raciocínios. De onde, então, vem a salvação? A salvação vem da cruz de Cristo. O primeiro argumento de Paulo para mostrar que a salvação não vem do prestígio da oratória ou da sabedoria foi a própria pobreza e desprestígio intelectual da comunidade. O segundo argumento é o modo como Paulo se apresentou à comunidade com simplicidade, sem recorrer à eloquência, cheio de fraqueza, receio e tremor não confiando em raciocínios convenientes e sedutores. Sua demonstração residia apenas no poder do Espírito Santo. Toda essa simplicidade para quê? Para que a comunidade acreditasse não a partir da sabedoria dos homens, mas por causa do poder de Deus, manifestado no escândalo da cruz, a única força de salvação para os homens. Quem confiar em si mesmo, em seus méritos, em sua competência e sabedoria, não evangeliza nem se salva, pois o único evangelho é a cruz de Cristo: ali reside a salvação de todos.

EVANGELHO – Mt 5, 13-16
Estamos em pleno Sermão da Montanha. Os primeiros versículos falavam das Bem-aventuranças, ou seja, Jesus falava à multidão dos pobres, famintos, perseguidos, sofredores de todos os tipos; eles eram felizes, pois o Reino pertencia a eles, que eram comprometidos com o Reino da justiça, solidariedade e vida para todos. Este compromisso é ilustrado por dois símbolos, o símbolo do sal e o símbolo da luz.

Vocês são o sal da terra
O sal serve para dar sabor, para preservar, para avivar o fogo do fogão. O compromisso de aliança perene entre duas pessoas era selado comendo um pouco de sal. Quando Jesus declara: “Vocês são o sal da terra”, ele está fazendo um alerta para o compromisso cristão, para o testemunho do evangelho de solidariedade e justiça. O cristão deve dar sabor de vida à sociedade, preservar o direito e a justiça, ativar a chama do amor e da vida. Se o cristão perder este élan, ele só servirá para ser jogado fora e pisado pelos homens.

Vocês são a luz do mundo
A luz foi feita para iluminar, para clarear, para ser colocada no alto e não para ficar escondida, ocultada debaixo de uma vasilha ou um móvel. Em Is 42,6-7 Deus diz a seu servo: (…) “Eu, o Senhor, te chamei para a justiça e te tomei pela mão. Eu te formei e te encarreguei de seres a aliança do meu povo e a luz das nações, para abrires os olhos aos cegos, tirares do cárcere os prisioneiros, da masmorra os que estão na prisão escura”. Ser luz significa traduzir a vida em boas obras diante dos homens para que eles louvem o Pai. Não seriam estas boas obras, anunciadas por Isaías, o perfeito louvor ao Pai que está no céu?

Dom Emanuel Messias de Oliveira
Diocese de Caratinga

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