De cada dez atendimentos por acidente no SUS, oito são motociclistas
A faixa etária mais acometida são os jovens entre 20 e 39 anos
A cada dez atendimentos por acidente de transporte realizados em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS), oito são motociclistas. Segundo dados do Ministério da Saúde, os homens representaram 67,1% dos atendimentos nas unidades de saúde e as mulheres, 50,1%. A faixa etária mais acometida são os jovens entre 20 e 39 anos. Os números fazem parte da pesquisa VIVA Inquérito 2017, realizada a cada três anos pela pasta.
Em 2018, os acidentes de trânsito causaram 183,4 mil internações que custaram R$ 265 milhões ao SUS. No ano anterior, o número de internações foi 181,2 mil ao custo de R$ 259 milhões, sendo que mais de 50% das internações envolveram motociclistas.
Para reduzir a violência no trânsito, o governo federal lançou a Operação Rodovida 2019. A ação integra órgãos federais, como o Ministério da Saúde, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Ministério da Infraestrutura, em articulação com estados e municípios. A operação vai incluir o período de festividades de Natal, Ano Novo e Carnaval por elevar o fluxo de veículos que circulam nas rodovias federais de todo o país.
O ministério também desenvolve, desde 2010, uma ação nos pontos com maiores problemas, principalmente no que se refere a mistura de “álcool e direção” e à velocidade excessiva e/ou inadequada.
O Projeto Vida no Trânsito é realizado em parceria com municípios e ressalta a importância da articulação do setor saúde com o trânsito no cumprimento do Código de Trânsito Brasileiro nos componentes da vigilância (informação qualificada, monitoramento das lesões e mortes e fatores de risco), prevenção e cuidado pré-hospitalar, hospitalar e de reabilitação ofertado às vítimas.
Em nossa região, o Corpo de Bombeiros de Manhuaçu, assim como em todo país tem se registrado um aumento considerável nos atendimentos às vítimas de acidentes com esse tipo de veículo. “O número de motocicletas circulando em nossa região aumentou bastante nos últimos anos, isso devido à facilidade de aquisição de motocicletas em vista ao preço de um automóvel e mobilidade que esse veículo oferece e por outro lado as vítimas de acidentes com motocicletas sofrem lesões graves podendo resultar em óbito”, explica Sargento Maiquel
Vítimas incapacitadas
No Brasil, cerca de 60 mil motociclistas ficam incapacitados fisicamente por ano, por causa de acidentes. Por mais assustador que o número possa parecer, ele está bem dentro da realidade. Afinal, o seguro DPVAT relata ter pago, em 2011, 239.738 indenizações por incapacidade permanente para vítimas do trânsito. Se um em cada quatro morto é motociclista, isso daria pelo menos 60 mil indenizações para quem estava de moto.
“A maior parte das vítimas de acidentes e violências sobrevive a esses eventos, demandando atenção dos serviços de saúde. Na última década, a título de exemplo, para cada morto em acidente de trânsito no Brasil, as estatísticas oficiais registraram cerca de 13 feridos. Em números absolutos, mais de 3,3 milhões de pessoas sobreviveram aos acidentes de trânsito, requerendo, em maior ou menor grau, assistência médico-hospitalar”, complementa Luiz Guilherme Nadal Nunes, estatístico do Centro Nacional de Controle de Qualidade da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação, uma das maiores do mundo (1.639.451 de atendimentos a pacientes em 2010).
Na Rede Sarah, informa Nunes, os acidentes de trânsito foram responsáveis por 760 internações no primeiro semestre do ano passado (45,5% do total por causas externas). Dessas internações, 45,8% eram de motociclistas acidentados. Neste grupo, a maioria é do sexo masculino (87,9%), solteiros (66,1%), seguidos de casados (29,9%), com escolaridade até o ensino fundamental (43,4%) e moradores em área urbana
Números
20 a 39 anos – É a média de idade dos jovens, a maioria homens, que se envolveram em acidentes com motocicletas este ano, no SUS.
16 mil – No ano passado, o HMUE chegou a atender quase 16 mil pessoas oriundas de 25 municípios paraenses.
4.100 – Mais de 4.100 casos (25% do total) foram em decorrência de complicações no trânsito, causadas por colisões de automóveis (40%); acidentes de moto (38%); atropelamento (17%); e acidentes com bicicletas (5%).
2 mil – No primeiro semestre de 2019, as estatísticas não recuaram e continuam crescendo. Das mais de 7.700 pessoas atendidas até junho, quase 2 mil casos estiveram relacionados à insegurança no trânsito. Foram registradas 801 ocorrências de colisões de automóveis (41%); 692 acidentes com motocicletas (35%); 352 atropelamentos (18%); e 94 envolvendo bicicletas (5%).
Jailton Pereira/ Com informações da Agencia Brasil e Ministério da Saúde