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Dia de Reis: conheça essa tradição

Uma história cheia de sentidos e significados. A festa da Epifania do Senhor é celebrada no dia 6 de janeiro. É a manifestação de Jesus a todos os povos, como o Filho de Deus e Salvador do mundo. A celebração é muito importante para a Igreja e está diretamente ligada à primeira manifestação que se dá aos reis magos, guiados por uma estrela, chegando a Belém e, ao ver o Menino com Maria, sua Mãe, ajoelham-se diante Dele e o adoram.

Trata-se de uma Solenidade litúrgica da maior importância. A Igreja viu nesta visita dos sábios Magos do Oriente a Jesus Menino, o símbolo e a manifestação do chamado de todos os povos pagãos à vida eterna. Os magos foram a declaração explícita de que o Evangelho era para ser pregado a todos os povos. “É momento onde Jesus se manifesta ao mundo e o mundo, a partir dos primeiros que foram visitá-lo, foram responsáveis de serem testemunhas daquilo que viram e ouviram”, conta o pároco da Paróquia de São Lourenço, Pe. Carlos Altoé, sdn.

O primeiro registro histórico que mencionou o nome dos três magos remonta ao ano de 500, portanto, no final do século V. Trata-se de um manuscrito conhecido como “Excerpta Latina Barbari”, o qual recebeu esse nome porque seu autor possuía um conhecimento básico de grego e latim, o que fez com que o documento tivesse alguns erros que comprometeram o entendimento de algumas informações. O autor desse manuscrito, no entanto, é desconhecido.

De toda forma, esse documento é importante exatamente por ser o primeiro a registrar o nome dos reis magos: Bithisarea, Melichior and Gathaspa. Daí, portanto, surgiram os nomes Baltasar, Gaspar e Melchior, também chamado de Belchior.

Quando o Menino Jesus nasceu em Belém, deitado sobre uma manjedoura, os primeiros presentes que recebeu, de três estranhos, não foram nada comuns. O Evangelho diz que Magos vindos do Oriente, “abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra” (Mt 2, 11). A figura dos Magos é emblemática dentro da festa da Epifania e tem um grandioso significado para a Igreja. “O significado dos Magos é muito bonito. Eles viviam em regiões pagãs, vieram do Oriente, eram povos excluídos e marginalizados, mas eles se deixaram guiar e conduzir por um sinal, que os levou até Herodes e a partir dele, foram até Belém. Tiveram a oportunidade de conhecer o recém-nascido. Mais um elemento importante é que os Magos levaram presentes até Jesus. Outro elemento é que eles se deslocaram por

Pe. Carlos Altoé, sdn

um longo percurso, do Oriente até Belém unicamente para conhecer Jesus, atitude que nos encanta. Por isso quando contemplamos o presépio, os encontramos lá, eles estão representados. Isso significa que tantos outros que conheciam a palavra, o Antigo Testamento, a voz dos profetas, não conseguiram fazer a grande e bela experiência que os Magos, enquanto excluídos e marginalizados, fizeram”, explica Pe. Carlos.

Também não se sabe ao certo se eles eram apenas três. A conclusão de que os magos eram três foi realizada, provavelmente, em virtude da quantidade de presentes entregues a Jesus. Existem outras tradições cristãs, porém, que sugerem que mais de três magos visitaram Jesus. Um documento sírio do século II, por exemplo, sugere que a quantidade de magos era superior a doze.

Os Reis Magos representam todos os povos e nações, chamados ao encontro com Deus, em Jesus Cristo, pois Jesus não veio salvar somente um povo, um grupo religioso, mas ele nasce para salvar homens e mulheres de todas as culturas e nações. Pe. Carlos ainda reforça que a visita dos Magos nos ensina até os dias de hoje. “Temos que nos deixar guiar pelos inúmeros sinais que nos rodeiam. Deus continua se manifestando no mundo em que nós vivemos, mas se nos fecharmos em nós mesmos assim como os Doutores, os Mestres, o próprio Herodes, que se fechou na sua segurança e na sua sabedoria, nós não conseguiremos fazer a grande e profunda experiência de Deus. Ele continua nos falando e revelando o Seu amor infinito das mais variadas maneiras e somos convidados a estar atentos a tudo que acontece, que circula e que está presente ao nosso redor para viver essa experiência de um Deus que veio, que mais uma vez vem e virá tantas e tantas outras vezes e a plena certeza de que Ele continua se manifestando no mundo em que nós vivemos”, pontua.

João Vitor Nunes

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