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Emater: gerente regional faz balanço de atividades e projeções para 2020

A atuação da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater–MG), regional de Manhuaçu, junto aos produtores da região, tornou-se um fator determinante para que a safra 2019 do café se mantivesse em um nível estável, tendo em vista a dificuldade enfrentada pelo produto neste ano – especialmente em Manhuaçu e região em decorrência da importância do café para a economia das Matas de Minas – uma origem produtora de cafés especiais, composta por 63 municípios, situada em uma área de Mata Atlântica no leste de Minas Gerais, com uma área de produção de 275 mil hectares e 36 mil produtores – sendo que 80% possuem menos de 20 hectares plantados, formalizando 75 mil empregos diretos e 156 mil empregos indiretos.

Em Manhuaçu, a entidade promoveu a união com o homem do campo através de palestras, eventos, pesquisa de campo e troca de informações. Em 71 anos de atuação, a empresa tem contribuído para o desenvolvimento sustentável da agropecuária mineira.

os resultados têm sido a geração de renda para os agricultores, melhorias na gestão das propriedades, produção de alimentos de qualidade e preservação ambiental. “Neste sentido, a Emater-MG atua através da assistência técnica, capacitações, elaboração de projetos agropecuários, projetos de agroindústrias, implementação das políticas públicas, entre outras atividades, contribuindo para o desenvolvimento dos pequenos produtores dentro de uma visão global, combinando aspectos produtivos, técnicos, sociais, culturais e ambientais, respeitando-se as necessidades da família e da comunidade rural”, disse o Gerente Regional da Emater-MG, Rômulo Matozinho.

Segundo ele, mesmo com os percalços enfrentados no que tange em relação ao café, o ano foi positivo dentro da resposta que ocorreu dos produtores junto aos técnicos da entidade nas reuniões promovidas ao longo do ano. “Atendemos um grande número de agricultores em nossa regional e todas as ações nos diversos campos da agropecuária onde atuamos foi importante. E buscamos melhorar cada vez mais a parceria junto aos produtores rurais”, complementa.

Safra 2019

Este ano, a safra regional foi comprometida por fatores naturais, em especial uma florada irregular que teve início no ano passado – em alguns lugares ocorrendo em janeiro e em outros em fevereiro, além da bienalidade baixa, ou seja, em uma safra ela possui uma produtividade alta e na próxima, devido a necessidade de recomposição do vegetal, a produção apresenta queda, além da incidência de broca nas lavouras.

“Em função da biologia da broca, floradas diferentes – com frutos em diversos estágios, aliado a fatores climáticos, o café 2019 esteve, de certa forma, em baixa. Foi um ano em que o cafeicultor teve grande dificuldade, passou muito aperto e também vivenciou a era de preços baixos. Estes fatores afetaram bastante a nossa região como um todo. Em função dessa safra é fundamental trabalhar a qualidade do café e também a gestão da propriedade cafeeira”, destaca Rômulo Matozinho.

O Gerente Regional da Emater-MG salienta que os técnicos da instituição estão altamente capacitados para atuar na área junto aos produtores e fazer a gestão da propriedade. “Temos técnicos exclusivos para atuarem no Certifica Minas Café para apoiar o café em nossa região. E fazemos o Concurso Regional de qualidade de café – e que neste ano contou com 300 amostras inscritas. E com todas as dificuldades que ocorreram durante o ano tivemos as maiores notas e pontuações. Quem conseguiu fazer a qualidade do café, o fez muito bem feito”, pontua.

Certifica Minas Café

A certificação de propriedades cafeeiras é outro exemplo de atuação da Emater-MG. O estado conta com com cerca de 1.200 propriedades certificadas pelo Certifica Minas Café em mais de 100 municípios. A iniciativa é do governo estadual e executada pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), por meio da Emater-MG e do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).

A ideia é estimular os produtores a adotarem boas práticas de produção e uma gestão moderna da propriedade. A Emater-MG orienta os produtores sobre as adequações das propriedades candidatas à certificação. O IMA é responsável pela auditoria das propriedades.

“O produtor tem ganhos na parte gerencial, com um maior domínio sobre os custos e fatores de produção, que aumentam o lucro e reduzem custos. Melhora os seus processos produtivos, tornando-se mais eficiente e produtivo”, conta Rômulo Matozinho.
Com o programa, o produtor conhece melhor a legislação trabalhista e como implementar melhorias na sua propriedade. Na parte ambiental, diversas técnicas são recomendadas, o que favorece a uma melhor relação entre o ambiente e a atividade produtiva.

Fortalecimento da agricultura familiar

A agricultura familiar realmente é um importante pilar para a economia brasileira. Segundo dados do relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), denominado “Estado da Alimentação e da Agricultura”, o segmento tem capacidade para colaborar na erradicação da fome mundial e alcançar a segurança alimentar sustentável. A produção da agricultura familiar não é diversificada, realizada em pequenas propriedades, voltada para o mercado interno e com pouco ou nenhum uso de defensivos agrícolas.

Outra característica vantajosa é que esse segmento da economia agrícola não emprega uma grande quantidade de maquinários, algo mais comum nas grandes propriedades, o que acaba evitando a substituição do trabalhador do campo pelos equipamentos. No Brasil, 20% das terras agricultáveis pertencem aos pequenos produtores familiares, segundo dados do último Censo Agropecuário realizado em 2006, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo assim, a agricultura familiar é responsável por mais de 80% dos empregos gerados no campo, o que evidencia sua importância ao gerar renda local, fixar o homem no campo e diminuir, consideravelmente, as demandas nas cidades por saúde, educação, saneamento básico, entre outras.

Para o ano que vem, o Gerente Regional da Emater-MG, Rômulo Matozinho, enfatiza que a política voltada para a agricultura familiar terá continuidade. “Com certeza, o público principal das nossas atividades são os produtores da agricultura familiar. Por isso, atuamos junto a eles através do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), em parcerias com as Prefeituras e Secretárias de Ensino, em busca de atender as merendas das escolas. Também trabalhamos com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que está atrelado a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e possui duas finalidades básicas: promover o acesso à alimentação e incentivar a agricultura familiar.

Além disso, temos a agroecologia, as feiras agroecológicas de diversos municípios, a parte de pecuária leiteira e mista, psicultura, fruticultura, ou seja, estaremos atuando junto aos agricultores familiares nas diversas áreas da agricultura familiar. Onde pudermos atuar e apoiar o agricultor familiar estaremos juntos, através de inovação e renovação dos esforços coletivos”, finaliza.

Danilo Alves

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