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Reflexão: Natal, o mistério da Encarnação que surpreende a humanidade

Pe. Mundinho

O Natal, para a Igreja, constitui uma de suas principais celebrações. Esta festa está diretamente ligada à Páscoa, porque o Mistério da Encarnação é o início do evento salvífico concretizado por Jesus Cristo, o Filho de Deus, no Mistério Pascal.

No Natal celebramos o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo em Belém. O Deus todo poderoso se desfez de toda divindade para tornar-se semelhante a nós, pessoas humanas, em tudo igual, menos no pecado (Fl 2,6-7).

A divindade se apresenta na condição humana. Veio fazer morada entre nós. Escolheu uma mãe que o acolheu em seu ventre. Na plenitude dos tempos, por obra do Espírito Santo, ela concebeu e gestou o menino em seu corpo dando à luz no tempo devido (cf. Gl 4,4).

As Sagradas Escrituras localizam o nascimento do menino em Belém, lugarejo ao redor de Jerusalém, onde nasceu também o rei Davi. Os profetas, por longos anos, anunciaram um Messias que deveria ser enviado por Deus para salvar a humanidade do pecado. Ele descenderia da família do rei Davi. Portanto São Lucas narra o nascimento de Jesus em Belém, onde nascera o menino Davi (Lc 2,4).

Por longa tradição a Igreja celebra o Natal no dia 25 de dezembro. A data era celebrada pelos romanos que aproveitaram uma importante festa pagã realizada por volta do dia 25 de dezembro e “cristianizaram” a data, comemorando o nascimento de Jesus pela primeira vez no ano 354.

A tal festa pagã, chamada de Natalis Solis Invicti (“nascimento do sol invencível”), era uma homenagem ao deus persa Mitra, popular em Roma. As comemorações aconteciam durante o solstício de inverno, o dia mais curto do ano. No hemisfério norte, o solstício não tem data fixa – ele costuma ser próximo de 22 de dezembro, mas pode cair até no dia 25. Segundo uma das hipóteses mais aceitas, a Igreja teria escolhido o dia 25 de dezembro para cristianizar a festa pagã do “Sol Invictus”.

Hoje, o Natal, é explorado de diversas formas. Ele ultrapassou o sentido religioso, alcançado pelo comércio, pelos presentes (as pessoas gostam de presentear), apareceu a figura do Papai Noel que, junto ao presépio, são os dois grandes símbolos do Natal.

Natal se tornou a festa da família. Em torno da mesa, sobem aos céus a ação de graças. O ambiente de fartura e de alegria acaba ultrapassando os portais das casas, chegando a outros lares levados pelas mãos generosas que compartilham e distribuem do que têm.

A musicalidade própria do tempo embala as almas sensíveis e acalantam as noites natalinas. Quem não se emociona com a bela canção da “Noite feliz”  escrita pelo Pe. Joseph Mohr e composição de Franz Xaver Gruber em 1818, na cidade de Oberndorf, Áustria. Canção cuja primeira execução, na Missa do Galo daquele ano na paróquia de São Nicolau, tem versões em, pelo menos, 45 línguas.

As luzes de Natal, outra característica, que embelezam as noites com ruas e praças iluminadas nas cidades grandes e no interior. Tudo se torna brilho e a escuridão deixa lugar para o fantasioso e belo do brilho colorido.

O Natal de Jesus, do menino Deus nascido no desconforto de uma estrebaria, em meio aos animais, sob o olhar atento e curioso, mas amoroso e cheio de ternura de seus pais, na precariedade do ambiente, trouxe uma luminosidade estrondosa que fez da imensa pobreza a maior riqueza que o universo pode acolher em seu seio.

“Em Jesus manifestou-se a graça e a ternura do Pai:
Jesus é o Amor feito carne.
Não se trata apenas de um mestre de sabedoria,
nem de um ideal para o qual tendemos e do qual sabemos estar inexoravelmente distantes,
mas é o sentido da vida e da história
que pôs a sua tenda no meio de nós” (Papa Francisco).

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