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Cafeicultura: especialista aponta mecanismos para driblar as ameaças que circundam a base do sustento

Allan Rocha

O agronegócio do ramo cafeeiro é um dos principais meios para gerar trabalho e renda a milhares de famílias brasileiras, promovendo o desenvolvimento socioeconômico e a melhoria da qualidade de vida da população, principalmente, a que habita nas regiões de cultivo da espécie. Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, o Estado de Minas Gerais representa cerca de 50% da produção nacional. No entanto, as instabilidades climáticas e, especialmente, econômicas, tem ocasionado temor para todos que atuam no seguimento cafeeiro e em suas diversas esferas. Por consequência, já é perceptiva a redução de “dinheiro circulando no mercado” e a redução de empregos no setor, segundo o engenheiro agrônomo, professor de agronomia e doutor em Produção Vegetal, Allan Rocha de Freitas.

Em meio ao contexto negativo faz-se necessário se reinventar ao analisar as metodologias do próprio trabalho e do mercado externo para proporcionar novas alternativas e manter-se firme nessa “corda bamba” estabelecida há décadas. Diante da afirmação, seguem três sugestões para produtores rurais, empresários e outros profissionais do setor cafeeiro:

Renegociar dívidas
De acordo com Allan Rocha de Freitas, a economia forte acontece quando todos estão crescendo e se desenvolvendo. O planejamento para qualquer investimento é fundamental e nele as crises econômicas precisam ser consideradas e equalizadas antes de uma decisão. Segundo ele, a partir do momento em que há expectativa de dificuldades para cumprir com os compromissos, é importante a antecipação do momento para renegociar metodologias que proporcionarão a menor inadimplência e o menor acúmulo desordenado de juros. “Como exemplo, a extensão dos prazos para pagamentos de financiamento nos bancos públicos. Nunca aguarde o colapso financeiro e não dê “um passo maior que as pernas”, pontua.

Qualificação individual
Se informar em fontes seguras e buscar qualificação diferenciada são primordiais. O especialista reitera que o produtor rural é o principal empresário em sua propriedade e que as principais decisões de quando comprar, vender e executar passam pelos conceitos técnicos dele. “Dessa forma, priorizar sua qualificação e também preparar os profissionais que atuam no seguimento agrícola, não somente quanto os fatores de capacidade produtiva da lavoura cafeeira de montanhas, mas também conceituando e aprimorando os fatores administrativos e contábeis da gestão de propriedades/empresas que proporcionarão maior planejamento empresarial, maior segurança em investimentos e maior conhecimento sobre a dinâmica do mercado”, afirma.

Alternativas de produção e renda
Conforme explica o engenheiro agrônomo e doutor em Produção Vegetal, depender unicamente de uma cultura, única fonte de renda, é sim um enorme risco. No meio rural são muitas as alternativas de cultivo que podem ser adotadas de acordo com a aptidão pessoal. Nosso clima, nosso relevo montanhoso e a facilidade para escoar a produção, a partir da BR-262 e da BR-116, otimizam a produção e a comercialização, especialmente nos municípios de nossa região. Dessa forma, algumas alternativas locais são:

Produção de hortaliças. Plantas de ciclo curto e de cultivo escalonado; Cultivo de flores – há muitas espécies em demanda no mercado; Produção de aves e de ovos – podendo ser em ambiente protegido ou aberto e orgânico ou inorgânico; Certificação de propriedades agrícolas, especialmente para comercialização dos produtos diferenciados, novos mercados e com maior agregação de valores; Cultivo de espécies frutíferas, que podem ser cultivadas isoladamente ou em consócio com outras culturas, a exemplo do abacate consorciado com o café. Além disso, podem ser anuais ou perenes.

Por mais que o cenário na cafeicultura esteja preocupante, há diversas alternativas para se manter no seguimento agrícola e para otimizar a economia familiar e empresarial. Esta é uma ótima oportunidade para novas ideias e se reinventar, destaca o engenheiro agrônomo e doutor em Produção Vegetal, Allan Rocha de Freitas.

Danilo Alves

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