Câmera flagra a aparição de possível onça parda na região de Durandé
Cristiano Laurindo é morador da zona rural de Durandé e instalou câmeras de segurança para monitorar as atividades de animais silvestres que se alimentavam dos animais de sua propriedade.
A atitude de Cristiano aconteceu em consequência do ataque de animais de pequeno porte – como quatis e gambás atacando o galinheiro da propriedade. Em determinado dia, o rebanho de Cristiano Laurindo foi atacado.
O morador, ao verificar a gravação constatou na imagem que um animal de grande porte – possivelmente uma onça, havia atacado os animais. “Acordei de manhã com os galos cantando em desespero, sai correndo para ver o que era, e só vi as penas.
Notei que tinha pena embaixo da câmera que coloquei para monitorar a entrada do curral. Então, fui consultar a gravação para ver o que poderia ser e foi quando fiquei surpreso ao perceber que poderia se tratar de uma possível onça”, conta.
O morador de Durandé postou a imagem em sua rede social, e, posteriormente, recebeu um outro vídeo mostrando a aparição de uma possível onça pintada há cerca de 20 quilômetros do local aonde Cristiano mora – na estrada entre Chalé, Mantimento, e Dores do José Pedro. Apesar do susto, Cristiano Laurindo reforça que o animal pertence a fauna brasileira e a população deve preservá-lo.
E para isso, se faz necessários que as entidades ambientais sejam consultadas, e em hipótese alguma as pessoas devem se aproximar ou mesmo abater o possível felino. “É fundamental não maltratá-la. Quem a avista deve chamar os órgãos competentes pois a natureza deve ser preservada. Eu moro na propriedade do meu pai e, obviamente, é preocupante, principalmente em relação a vida humana. Mas, mesmo com essa possível ameaça não podemos agredir os animais tendo em vista que são o equilíbrio da natureza e não podem ser prejudicados”, reitera.
De acordo com o ambientalista Eduardo Bazem, as onças podem aparecer nas matas da região de Manhuaçu e cidades ao entorno, haja vista que são capazes de percorrer cerca de 40 quilômetros em busca de alimentos. “Principalmente as onças pardas, pois são animais comuns em Manhuaçu e nas cidades onde ainda existem enormes corredores ecológicos”, pontua.
Segundo Eduardo Bazem é prudente ter cautela com informações que envolvem animais de grande porte, até para não causar pânico na população – principalmente a rural. “Mas não podemos deixar de omitir uma informação sobre a possível aparição de uma onça, principalmente para a população da zona rural. Até para que tenham conhecimento da situação e procurem as entidades ambientais, como a Polícia Militar de Meio ambiente”, informa.
Segundo o ambientalista, as redes sociais podem ser ferramentas práticas de preservação e conscientização em que a população – urbana e rural, podem ser as interlocutoras. “Temos que dialogar quando existe um caso igual ao de Durandé. No caso específico da imagem feita pelo Cristiano, eu tenho certeza que se trata de uma onça parda.
Até entrei em contato com ele e conversamos sobre as imagens feitas pelo seu equipamento, e ele me explicou que instalou o aparato em virtude da segurança na propriedade e acabou captando a aparição do animal. Mas, qualquer tipo de ocorrência, principalmente quando se trata de animal de grande porte, eu considero fundamental comunicar aos órgãos
ambientais a incidência do animal na região”, finaliza.
Danilo Alves