Espécie rara de coruja tem atraído pesquisadores de várias partes para Manhuaçu
Uma espécie de coruja tem atraído a atenção de pesquisadores para a cidade de Manhuaçu. O mais curioso é que a ave rara vive e até se reproduziu em um dos locais mais movimentados de Manhuaçu.
Quem transita ou mesmo frequenta a Praça Dr. César leite todos os dias nem imagina que em uma daquelas árvores, que enfeitam um dos canteiros do jardim, abriga uma família de Corujas-Pretas.
A Ave de hábitos noturnos, que se empoleira em um local bem escondido em uma árvore durante o dia, e torna-se ativa ao anoitecer, alimenta-se de pequenos insetos e roedores e é bem incomum, podendo, entretanto, passar facilmente despercebida.
Não das lentes de um grupo de observadores de aves de Manhuaçu, que foi quem descobriu essa espécie bem na região central da cidade. Plínio Póvoa é um dos integrantes desse grupo que se chama Avis Vigilanti, e todos os dias vai ao local para admirar a espécie e estudar um pouco mais sobre as Corujas-Pretas.
“Estamos fazendo um estudo e pretendemos transformar isso em um artigo científico. Já acompanhamos a rotina dessa coruja há mais de um mês e percebemos que ela se reproduziu aqui na praça Dr. César Leite e que durante o dia dorme, mas à noite sai em busca de alimento”, informou.
A ave rara também tem atraído a atenção de outros grupos de observadores. Encontramos três membros de uma associação capixaba que vieram a Manhuaçu exclusivamente para registrar a coruja preta da praça Dr. César Leite. Roberto de Oliveira Silva, um dos integrantes da Associação Martinense de Observadores Aves da cidade capixaba de Domingos Martins, explicou que o motivo de tanto empenho é pela dificuldade de encontrar a espécie.
“Na verdade, o que mais nos chamou a atenção foi o aparecimento dela nesse local. Uma ave típica de Mata Atlântica, que vive em um praça movimentada e próximo de uma escola, onde a movimentação é intensa. Nós que participamos dessa associação no Espírito Santo, buscamos cada vez mais aumentar o número de registros no nosso município, também nos interessamos pelos bons registros obtidos em outras cidades.
Viemos a Manhuaçu exclusivamente para ver de perto a Coruja-Preta e estamos muito satisfeitos com o empenho dos nossos colegas observadores de Manhuaçu”, disse Roberto, acrescentando que a espécie é difícil de ser encontrada. “Para se ter uma ideia um agricultor de Domingos Martins nos relatou que viu uma Coruja-Preta em sua propriedade há mais de uma e (?) desde então fazemos investidas semanalmente para tentar fotografá-la, mas sem sucesso. É uma ave de hábito noturno e que vive na copa de árvores mais altas.
Durante o dia ela fica inerte e isso complica de ser visualizada. Eventualmente ela aparece em cidades, mas normalmente só é encontrada no interior de matas nativas. Já a Coruja Buraqueira, mais comum, pode ser vista com frequência durante o dia”, justificou.
A família de Corujas-Pretas de Manhuaçu está sendo monitorada dia e noite e já está sendo objeto de pesquisa. Mas essa espécie de ave não é a única rara encontrada na região. O grupo Avis Vigilanti tem tido sucesso nessa busca por raridade e tudo que é descoberto é catalogado. Plínio Póvoa explica que é possível conferir registros de espécies nas redes sociais do grupo. “Nosso grupo se chama “Coa Avis Vigilanti” e nossos registros estão disponíveis para que todos possam ver nas nossas páginas do Instagram e Facebook.
Esse grupo na verdade foi fundado em Caputira e foi se expandindo até que hoje temos parceiros no Brasil inteiro. Como nosso país tem espécies exuberantes e raras, surgem novos clubes de observadores de aves todos os dias”, finalizou.
Essas associações e grupos de observadores são acima de tudo amigos da natureza e colaboram na preservação das espécies. Especialistas também colaboram para catalogar e registrar as aparições. No caso da Coruja-Preta da Praça Dr. César Leite, o Biólogo Wanderlei Pereira Laia foi quem viu pela primeira vez e permanece atento a cada movimentação do animal.
Mesmo quem não tem esse interesse aguçado como eles também podem fazer o seu papel e colaborar informando quando observar alguma espécie, rara ou não. Para informar ao grupo basta contatá-los por meio das redes sociais já divulgadas nessa reportagem.
Klayrton de Souza – Tribuna do Leste
Fotos – Plínio Póva, Wanderlei Pereira e
Roberto de Oliveira