Café: grãos miúdos e baixa qualidade da bebida são principais queixas de produtores
A colheita de café da safra 2019/2020 atingiu cerca de 90% nas propriedades rurais da região. De acordo com a consultoria Safras & Mercado, foram colhidas até agora 54,95 milhões de sacas de 60 quilos de um total de 58,9 milhões de sacas. Na semana anterior, os trabalhos estavam em 89% da área.
Ao que tudo indica, a colheita está adiantada em relação ao ano passado, quando 88% da área estava colhida neste período. Os trabalhos também estão adiantados frente à média dos últimos cinco anos, que é de 84%.
O Gerente Regional da EMATER Rômulo Matozinho explica que a colheita de café no Brasil se encaminha para o final. “Em muitas fazendas os trabalhos, praticamente, já terminaram, restando apenas a varrição. E alguns produtores não estão fazendo isso, por não compensar financeiramente”, observa.
Além disso, a quebra de renda (grão miúdo) e qualidade da bebida seguem como as principais queixas dos produtores. “Dificuldade com cereja deve ser uma característica dessa temporada, por conta das floradas irregulares e amadurecimento muito rápido, o que impediu que o produtor fizesse uma colheita em ponto apropriado para o preparo de cereja”, avalia.
Segundo Matozinho, outro fator que gerou queda na qualidade do café este ano, foi a grande incidência de broca e o baixo desenvolvimento dos grãos. “Além da quebra na safra já prevista para este ano, a broca e a desigualdade na formação dos grãos aumentaram ainda mais a queda no preço e no volume do café. Como por exemplo no ano passado eram necessários 6,7 balaios para uma saca de café, este ano são de 9 a 10 balaios para uma saca de 60 quilos” ressalta.
Apesar da colheita estar na fase final, o percentual de volume colhido está bem abaixo de igual período do ano anterior e média de cinco anos para o período.
Jailton Pereira