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Golpe do falso motoboy faz vítimas em Manhuaçu e região

As vítimas receberam ligações de uma pessoa se passando por funcionário da operadora do cartão de crédito e informando que movimentações suspeitas estavam sendo realizadas nos cartões, inclusive passando dados que as elas apenas confirmaram. No desenrolar da conversa, o suposto atendente disse que um funcionário do banco iria até a residência da vítima pegar os cartões para inutilizá-los.

Sargento Ageu, da Polícia Militar, explica que o golpe começa com a ligação ao cliente dizendo que o cartão foi clonado e que é preciso bloqueá-lo. “O suposto atendente explica que para isso, bastaria cortá-lo ao meio e pedir um novo pelo atendimento eletrônico. O falso funcionário pede a senha, e fala que, por segurança, um motoboy irá buscar o cartão. O que o cliente não sabe é que, com o cartão cortado ao meio, o chip permanece intacto, e é possível realizar diversas transações”, disse.

Após entregar os cartões ao motoboy, as vítimas foram orientadas pelo golpista a desligar o celular e retira a bateria. “Segundo o golpista, o aplicativo do cartão precisaria ser atualizado e isso seria feito remotamente, mas o celular precisaria estar desconectado da rede e isso só era possível com ele desligado e alguns casos sem a bateria, quando isso é possível”, explicou o sargento.

Após algum tempo, quando as vítimas ligaram os aparelhos foram chegando mensagens de uso dos cartões de crédito. “Só neste momento elas perceberam que haviam caído em um golpe. Os prejuízos nestes casos somaram cerca de R$ 30 mil reais, entre saques e compras com os cartões”, completa Ageu.

Como evitar?

Nenhum banco pede o cartão de volta ou se oferece para retirá-lo. Então, desligue o telefone e consulte o gerente sobre alguma irregularidade. “Ou se tiver alguém em casa converse com ela antes de tomar qualquer decisão, salve o número que está te ligando e em hipótese alguma, passe seus dados pessoais como números de documentos e principalmente senhas de cartões de credito ou débito”, finaliza o Militar.

De acordo com o Sargento Ageu, diariamente equipes da Base Comunitária Móvel ficam em pontos estratégicos de Manhuaçu, onde o cidadão pode buscar informações e orientações.

O que os bancos dizem?

Nesses casos as agências bancárias explicam que o ressarcimento acontece sempre que o parecer indica responsabilidade da instituição financeira, o que não aconteceu.
Para o banco, o fraudador do golpe consegue usar o “telefone como se fosse a instituição financeira “ porque não desliga a chamada e mantém o cliente em linha — mesmo que o telefone seja desligado.

Os fraudadores simulam o ambiente da central de atendimento ou da agência bancária, com sons que simulam uma nova ligação, mas, na verdade, ele ainda está na ligação anterior, e o interlocutor é o próprio fraudador.

As instituições financeiras explicam que não liga nem enviam mensagens/links com solicitação de senhas para seus clientes. E orienta seus correntistas a não repassarem ou digitarem senhas durante ligações ou por meio de formulários de links recebidos. Em nenhuma hipótese, o cliente deve entregar seus cartões a terceiros.

Os bancos também não oferecem serviços de busca de cartões de clientes para perícia. Tampouco solicita a digitação de senhas em ligações feitas aos clientes.

O cliente, ao receber uma chamada telefônica em que forem solicitadas suas senhas, deve desligar o telefone e procurar uma agência ou um caixa eletrônico para alterá-las, mesmo que não as tenha informado.

Se durante alguma ligação o cliente for orientado a entrar em contato com a central de atendimento do banco, é recomendado aguardar cinco minutos para realizar a ligação ou utilizar outro número de telefone para fazer a chamada.

Jailton Pereira

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