Se o tempo está seco tem a poeira e os buracos, se chove o problema é a lama. Independentemente da situação climática, a condição das estradas de acesso às comunidades de Palmital e Taquara Preta, acessando pela Ponte do Evaristo, está muito ruim. Com enorme dificuldade para o tráfego de veículos, moradores reclamam que estudantes estão ficando sem aula e que existem riscos diversos para quem se aventura de carro pela região. A moradora Maria Aparecida de Jesus Celestrino está indignada. “É uma tristeza porque não tem como ninguém nem sair de casa. Ônibus quando chove não vem, se a gente desce a pé corre o risco de cair. Tem muita gente na comunidade que precisa ir na cidade todos os dias, estudantes precisando ir para a escola e nossas estradas nesse estado, quase intransitável. Já reclamamos, já procuramos a prefeitura e ninguém faz nada. Depois, em época de eleição, vem todo mundo nos procurar com beijinhos e abraços, mas bastou ser eleito para sumir” – esbravejou a moradora.
Dona Maria Aparecida faz parte de um grupo de moradores que acionou a reportagem do Tribuna do Leste para reclamar da situação. Quando veio ao nosso encontro, Sr Valmino Santana Ribeiro chegou a pé. Ele disse que essa foi forma que encontrou de fazer o percurso da sua casa até a rodovia onde os ônibus embarcam e desembarcam passageiros daquela região. “Normalmente o percurso da minha casa até duram em média 5 minutos de carro. Demorei 40 para vir a pé. Não tem estrada e com isso não tem ônibus para buscar nosso povo” – contou.
Sr Ailton Gomes estava com toda a família dentro do carro e disse que teve dificuldade para trafegar pela estrada de acesso à sua casa. Ele reclamou do barro. “As estradas estão muito ruíns. A Patrol só passa em época de chuva e assim complica tudo. O que era para ser melhoria vira é mais problema. Todos os dias a gente precisa da estrada e quase nunca estão nas condições ideias. Precisava colocar saibro e fazer umas caixas de contensão para evitar que essas estradas estraguem tão rápido assim” – sugeriu o morador.
João Batista Miranda é membro do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável e disse que já reclamou da situação das estradas da sua comunidade algumas vezes. O agricultor acredita que algumas medidas pontuais podem solucionar o problema. “Já reclamei nas reuniões do CMDRS e essa é uma reclamação de mais de 40 comunidades que participam do conselho. Todos os anos a prefeitura realiza o patrolamento das estradas, mas isso não é suficiente. Tem lei aprovada no município que delimita área de construção nas proximidades das estradas e isso não é cumprido porque não tem fiscalização. Muita gente da cidade tem construído em chácaras e terrenos na zona rural e acabam modificando a estradas próximo às suas propriedades e isso tem gerado até conflito entre vizinhos. Precisamos que a administração ouça a comunidade, entenda cada realidade e assim todos pensem juntos em soluções que sejam para o bem comum. O que não dá é para ficar do jeito que está. Cada um mexe do jeito que vai resolver seu problema e a prefeitura vem e passa a patrol, deixa terra amontoada nas margens das estradas, e isso desce tudo de novo quando chove. Aqui bem perto da virada do ônibus, por exemplo, tem uma ponte que está ameaçando cair a mais de 3 anos. Avisei, vieram e começaram a arrumar, depois pararam a obra. Precisamos que nossos administradores tomem medidas imediatas e procurem ouvir um pouco mais as lideranças, para que os serviços que são prestados não sejam em vão e que sejam duradouros. Acredito que assim, caminhando todo mundo na direção, fica bom para todos” – disse João Batista.
Procuramos a prefeitura de Manhuaçu para levar as reclamações dos moradores da Ponte do Evaristo, Taquara Preta e Palmital. Por meio de assessoria de Imprensa, o secretário de Obras João Amâncio de Faria informou que foi feito um patrolamente na semana passado e que as chuvas vieram em seguida formando a enorme quantidade de barro. Ainda segundo João Amâncio as máquinas continuam na região e que assim que estiar vão estar complementando o trabalho, inclusive com cascalhamento das estradas. Informou também que vai procurar os moradores para estudar uma forma de resolver a situação do escoamento de água nas estradas.
Nossa reportagem visitou a comunidade no dia 01 de março quando ouviu a reclamação dos moradores. No mesmo dia levamos a demanda até o Secretário João Amâncio de Faria, conforme relatado anteriormente. Porém, na quinta-feira, dia 07 de março, fomos novamente procurados por um morador da região da Taquara Preta alegando que o acesso à comunidade não passou por nenhuma melhoria, nem mesmo antes da chuva. O lavrador nos enviou fotos que mostram a precariedade da via e até um acidente ocorrido por conta dos buracos. Ele reclama que as máquinas foram até um certo ponto e retornaram e que foram deslocadas para outra comunidade sem concluir o serviço na sua.
Klayrton de Souza – Tribuna do Leste