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Dia Mundial do Rádio: data reforça a importância do veículo de comunicação para a sociedade

Quem não tem uma história em que o rádio esteja presente? Escutar as notícias de manhã, no carro ou no celular, a caminho do trabalho. Ouvir o gol do time narrado com emoção, mesmo acompanhando o jogo de dentro do estádio. Aquela música preferida, que você pede silêncio e aumenta o som para não deixar passar e escutar pela milésima vez. Mesmo com todas essas histórias, reais, a comemoração mundialmente dessa data é novinha. Somente há 6 anos a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) decretou o Dia Mundial do Rádio.

O dia foi escolhido para a mesma data da criação da Rádio ONU, em 1946. Nesse dia, a Rádio ONU transmitiu um programa pela primeira vez simultaneamente para 6 países. Além da celebração à Rádio ONU, a UNESCO mostrou reconhecimento ao rádio, que tem grande impacto social e garante acesso à informação. Neste ano, o tema escolhido não podia ser outro: “Diálogo, tolerância e paz” e o poder do rádio para promover a compreensão entre as pessoas e o fortalecimento das comunidades.

No Brasil, o rádio surgiu, oficialmente, em 7 de setembro de 1922. No contexto, eram comemorados os 100 anos da independência brasileira. A primeira transmissão, porém, aconteceu no ano de 1923, mais especificamente, em abril
Em Manhuaçu, a Fundação Expansão Cultural possui, dentro de seus veículos de comunicação, duas rádios das mais tradicionais não só de Manhuaçu, mas da região. As vertentes pelo qual a história da comunicação de Manhuaçu e região vai de encontro aos traçados pela Rádio Manhuaçu AM 710, que começou a funcionar em 1950 – quatro anos depois do surgimento da Rádio ONU.

A Rádio Manhuaçu AM 710 atinge diversos níveis de audiências e cada vez mais adapta-se às novas tecnologias e aos novos equipamentos. Ela funciona como uma ferramenta de apoio ao debate e comunicação, na promoção cultural ou em casos de emergência social. Em 1982, a Fundação Expansão Cultural inaugurou a Nova FM 88,3 e assim deu início a um conglomerado de informações de qualidade, músicas e entretenimento e o comprometimento com quem está do outro lado ouvindo a programação das rádios.

Para o diretor presidente da fundação Expansão Cultural, Pe. Luís Carlos Ramos, SDN, vale a pena destacar a paixão pelo rádio – um veículo de comunicação tão rico e que leva consigo seu charme atemporal. “Me causa até saudades indos aos domingos a casa de meu avô. Chegando lá, estava sintonizado em um programa de auditório que era realizado na cidade de Manhumirim”.

Segundo o Relatório Mundial “Re|pensar as políticas sociais” de 2018, assistir à televisão e ouvir rádio continuam a ser atividades culturais amplamente difundidas, tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento. Os programas de rádio que fornecem uma plataforma para o diálogo e para o debate democrático sobre as questões relevantes podem ajudar a aumentar a conscientização entre seus ouvintes e inspirar o entendimento acerca de novas perspectivas para pavimentar o caminho para ações positivas.

O rádio é uma das indústrias com alto potencial para avançar na diversidade da mídia e ampliar as escolhas culturais das pessoas, seja por destacar o conteúdo local ou por fornecer um fórum para vozes não ouvidas ou para expressões culturais esquecidas. Garantir a diversidade midiática é essencial para promover a diversidade das expressões culturais. A mídia é composta por facilitadores, produtores, representantes, distribuidores, disseminadores e mediadores de uma variedade vibrante de conteúdos culturais e artísticos, independentemente dos meios e das tecnologias que eles utilizam.

Pe. Luiz Carlos afirma que o rádio não perde público para a Internet, pelo contrário, a Internet  é uma aliada do rádio, tendo em vista que as emissoras possuem aplicativo de celular, site, redes socais, não se limitando somente a Manhuaçu. “A gente percebe que o rádio conseguiu fazer esse movimento, caso contrário estaria parado no tempo e na história. E nós conseguimos fazer essa transição para as novas mídias – as rádios AM e FM com suas programações distintas, mas buscando a qualidade que diz respeito a cada um”, afirma.

Atualmente, as rádios possuem sites próprios que buscam atender as demandas dos internautas através de participações nos programas das emissoras, interações com os profissionais que atuam em cada programa e acesso a informações de Manhuaçu e região. Para o diretor presidente da fundação Expansão Cultural. “Até ousaria dizer que qualquer site que não incorporar outros artifícios de comunicação, além do escrito, pode ficar defasado. As informações chegam de forma rápida e se faz necessário que sejam transformadas em referências audiovisuais, e não só se mantendo no método da escrita. Penso que nossos sites têm esse diferencial – a dinâmica das informações e como elas são repassadas aos internautas, bem como a interação e participação de quem nos acompanha diariamente”, afirma.

O rádio está, de fato, dentro da cultura dos brasileiros. Independente da faixa etária. Aqueles que são mais velhos, ainda fazem o uso do aparelho de rádio tradicional. Escutam enquanto trabalham, cozinham; ouvem as emocionantes transmissões de futebol e vibram conforme o locutor passa a emoção. Os mais jovens, por sua vez, utilizam a internet para ouvir aquilo que é de seu interesse. Há diversos formatos e opções, temas e assuntos. O rádio sobreviveu às mudanças e permanece firme no nosso dia a dia. Tão grande é sua importância que basta notar o tempo em que ele está fixo no cotidiano popular. São mais de 90 anos de história no Brasil e no mundo, e ele resiste.

Danilo Alves / Klayrton de Souza – Tribuna do Leste

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