Córrego São Sebastião fornece água e Manhuaçu retribui com lixo
Um dos principais pontos de captação de água da cidade de Manhuaçu está em uma represa que fica no Córrego São Sebastião. A comunidade, localizada há cerca de 15 minutos do centro, tem como principal acesso a BR 262, com entrada a direita na altura do no Km 44,5. É exatamente nesse ponto, na entrada da comunidade, que se formou um bota fora. Tem gente que joga lixo, tem gente que joga entulho e até descarte de farmácia.
Os moradores, claro, estão bastante incomodados com a situação e reclamam da falta de educação de algumas pessoas e do descaso de outras. “Já reclamamos disso com a prefeitura, o SAMAL colocou dois tambores de lixo, mas infelizmente o tambor não dá certo na roça. Temos muitos animais soltos e eles reviram porque é leve. Quando não é animal é alguém que vem e leva embora” , explicou Natália de Souza Januário.
Como não bastasse o lixo espalhado, ou quando menos, transbordando na pequena lixeira que existe no local, tem gente jogando entulho também. “Tem gente vindo de Manhuaçu para descarregar entulho na entrada da nossa comunidade. Já vimos ali restos de construção, computador, televisão, animal morto e mais um monte de descarte. Tem gente usando como referência para chegar à comunidade a “entrada do lixão”. Isso é um descaso com a gente”, reclamou Natália.
Para piorar a situação, algumas pessoas que estão depositando lixo ou entulho no local, estão descarregando próximo ao barranco. Muitos desses dejetos estão descendo para o rio Manhuaçu e poluindo ainda mais o mesmo. “Já tivemos uma caixa de concreto servindo de depósito, mas com o tanto de entulho que jogaram dentro, ela não suportou e quebrou. Não adianta o SAMAL vir e resolver o problema de lixeira se a população também não se conscientizar. É necessário que as pessoas entendam que além da nossa comunidade, estão prejudicando a si mesmos degradando a natureza. É da comunidade aqui que vai grande parte de água que é consumida dentro da cidade e se nem assim estão respeitando, precisamos repensar o que tem acontecido”, finalizou a moradora.
Sem o senso de cidadania fica difícil reverter a situação e a tendência é que o local fique cada vez mais sujo. Mas uma solução imediata, segundo o morador Wanderley Miranda, seria uma caçamba para atender a comunidade, que é quem depende realmente de um local para depositar seu lixo de forma controlada. “O ideal seria mesmo a caçamba, porque assim ficaria difícil de ser removida. O SAMAL já tentou algumas soluções, porém não deu certo. É necessário que parem de jogar entulho no local, mas também é importante que a comunidade tenha o lugar adequado para depositar seu lixo e que facilite o recolhimento pela autarquia”, sugeriu o morador.
Procuramos o serviço de limpeza urbana de Manhuaçu e apresentamos as reclamações dos moradores do Córrego São Sebastião. Por meio da assessoria de Imprensa o diretor do SAMAL, Romilson Barrozo, informou que só nos últimos seis meses foram colocados seis barris novos na comunidade, mas os animais reviram e tem até morador estragando os recipientes. Informou ainda que a autarquia está em processo de licitação para a compra de novos comportes de lixo e que o Córrego São Sebastião vai ser atendido com essa lixeira fixa e bem protegida para evitar que seja danificada. O SAMAL pede a colaboração dos moradores para manterem em bom estado de conservação as lixeiras que serão colocadas na comunidade.
Klayrton de Souza – Tribuna do Leste