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Manhuaçu completa 141 anos com quase 90 mil habitantes

Monumento do CafeicultorManhuaçu completa nesta segunda-feira, 05/11, 141 anos de emancipação política, mesmo diante das grandes crises nacionais e das disputas políticas. Isto quer dizer que o desenvolvimento natural, sobrepôs as crises, venham elas de onde vierem. A cidade se torna especial em vários sentidos, desde a maneira de portar de seu povo até a garra e vitalidade dos seus empresários. Seja na política, na economia ou em qualquer outro setor, Manhuaçu responde às intempéries econômicas com criatividades, trabalho e esperança num futuro melhor. Como qualquer cidade que tem desafios, como atender a uma população de quase 100 mil habitantes, levando muitas pessoas a residirem aqui e trabalharem em outras praças ou vice-versa, Manhuaçu se demonstra altaneira e imbatível, mesmo não podendo desconhecer seus problemas que são os mesmos de qualquer outra grande cidade de Minas Gerais ou mesmo as chamadas metrópoles.

Mesmo assim, Manhuaçu é uma cidade de porte e seus problemas ainda são manejáveis, dependendo muito dos seus dirigentes para solucioná-los ou então para torná-los mais agudos. Por isso, cabe aos gestores se conscientizarem o quanto a população e a cidade dependem de suas atitudes e responsabilidades. Sua população é tranquila, porém ativa. O comércio – principalmente do café é bastante forte, tanto na região quanto no estado, uma vez que Manhuaçu fornece o produto a quase todas as partes de Minas

Presente

A população do município beira os 90 mil habitantes, com exatos 89.256, de acordo com o último censoConforme estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população do município beira os 90 mil habitantes, com exatos 89.256. São 676 pessoas a mais que o total de 88.580 apontado no ano passado. Como nas edições anteriores do levantamento, a data de referência é 1º de julho. Lembrando que os censos disponibilizados pela entidade são os mais atualizados em relação a cidade.
Segundo dados levantados pelo instituto, em 2016 o salário médio mensal era de 1,8 salários mínimos. A proporção de pessoas ocupadas em relação à população total era de 25.7%. Na comparação com os outros municípios do estado, ocupava as posições 213 de 853 e 71 de 853, respectivamente. Já na comparação com cidades do país todo, ficava na posição 2836 de 5570 e 726 de 5570, respectivamente. Considerando domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa, tinha 33.2% da população nessas condições, o que o colocava na posição 622 de 853 dentre as cidades do estado e na posição 3981 de 5570 dentre as cidades do Brasil.
Em 2015, os alunos dos anos inicias da rede pública da cidade tiveram nota média de 6.2 no IDEB. Para os alunos dos anos finais, essa nota foi de 4.4. Na comparação com cidades do mesmo estado, a nota dos alunos dos anos iniciais colocava esta cidade na posição 341 de 853. Considerando a nota dos alunos dos anos finais, a posição passava a 517 de 853. A taxa de escolarização (para pessoas de 6 a 14 anos) foi de 97.4 em 2010. Isso posicionava o município na posição 493 de 853 dentre as cidades do estado e na posição 3079 de 5570 dentre as cidades do Brasil.

Centro (88)A taxa de mortalidade infantil média na cidade é de 12.87 para 1.000 nascidos vivos. As internações devido a diarreias são de 0.6 para cada 1.000 habitantes. Comparado com todos os municípios do estado, fica nas posições 341 de 853 e 338 de 853, respectivamente. Quando comparado a cidades do Brasil todo, essas posições são de 2526 de 5570 e 3103 de 5570, respectivamente. Manhuaçu apresenta 73% de domicílios com esgotamento sanitário adequado, 55.9% de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 36.4% de domicílios urbanos em vias públicas com urbanização adequada (presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio). Quando comparado com os outros municípios do estado, fica na posição 320 de 853, 507 de 853 e 266 de 853, respectivamente. Já quando comparado a outras cidades do Brasil, sua posição é 1263 de 5570, 3902 de 5570 e 906 de 5570, respectivamente.

Passado

Banco HipothecárioEmancipado em 5 de novembro 1877, Manhuaçu só passou à condição de cidade alguns anos depois. Nesse período, perdeu uma área territorial que originou mais de 70 municípios da porção leste do estado de Minas Gerais. O primeiro distrito a se emancipar foi Caratinga, em 1890, e os últimos, Reduto e Luisburgo, em 1995. Hoje, o município tem 627,281 km² e continua sendo o maior da microrregião, distante 290 km da capital Belo Horizonte, a cidade possui altitude de 635 m e ponto culminante de 1730 m. O município está inserido na bacia do Rio Doce, sendo banhado pelo rio Manhuaçu. Atualmente, além da sede, os distritos são: Dom Corrêa, São Sebastião do Sacramento, Vilanova, Realeza, Ponte do Silva, São Pedro do Avaí, Palmeiras do Manhuaçu e Santo Amaro de Minas, com as vilas de Palmeirinhas, Bom Jesus de Realeza.

A ocupação e o povoamento da Zona da Mata, onde está Manhuaçu, tem muita relação com os povos indígenas, mas o desenvolvimento do café, sua principal riqueza, aconteceu com grande destaque durante o Ciclo do Ouro, no Brasil Colônia. Enquanto as regiões de Ouro Preto, São João Del Rei, Mariana e Congonhas se baseavam na extração mineral, a Zona da Mata se dedicava aos produtos agrícolas, justamente para suprir a demanda dos mineradores. Os primeiros grupos de sertanistas que chegaram às partes dos rios Pomba, Muriaé e Manhuaçu tinham como objetivo a captura dos índios para trabalharem como escravos nas fazendas da Capitania do Rio de Janeiro, além de buscas de riquezas minerais e medicinais (como a planta chamada poaia ou ipecacuanha) e, posteriormente, com a intenção de criar fazendas férteis na região.

O declínio do ciclo do Ouro intensificou o processo de ocupação da Zona da Mata. Em 1830, a pecuária começou a desdobrar-se para o interior do estado e o café foi expandindo-se. Manhuaçu foi influenciado e, já nesse período, adotou o produto como sua principal cultura. A população deixou a região aurífera e foi para as lavouras de café. Entre 1822 e 1880, a região viu seu número de habitantes saltar de 20 para 430 mil pessoas. O café já se tornara, em 1830, o principal produto de exportação de Minas Gerais, sendo a Zona da Mata a maior produtora. Começou pela fronteira com o Rio de Janeiro e depois foi se interiorizando em Minas Gerais: Na área que hoje corresponde a Manhuaçu, e como forma de pacificar os indígenas que lutavam bravamente contra os invasores brancos, em 1843 foi fundado um aldeamento pelo curador Nicácio Brum da Silveira, no local que hoje é o bairro Ponte da Aldeia.
Três foram os fatores decisivos para a rápida expansão cafeeira: a fácil obtenção de terras adequadas ao cultivo; a abundância de escravos, dispensados da mineração; e os altos preços do café no mercado externo. O café criou uma enorme dependência, inclusive uma ligação maior com o Rio de Janeiro, já que era o caminho da exportação, mas foi ele também que impulsionou o crescimento urbano na segunda metade do século XIX. Nesse período foram elevados a município: Mar de Espanha (1851), Juiz de Fora e Ubá (1853), Leopoldina (1854), Muriaé (1855), Cataguases (1875), Manhuaçu (1877) e Carangola (1878).

Conforme o Diagnóstico Municipal de Manhuaçu (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais – Sebrae, 1996:14): “A parte que corresponde a Manhuaçu, entre 1860 e 1874, também foi influenciada com a chegada de imigrantes alemães, suíços e franceses, vindos da Colônia de Nova Friburgo (RJ) e do Vale do Canaã (ES)”. Na mesma época, havia três povoados, que nucleavam a população residente nas fazendas do atual Manhuaçu: Santa Margarida, São Simão e São Lourenço. Foi neste último que surgiram, em 1872, as primeiras manifestações em prol da emancipação político-administrativa. A freguesia de Manhuaçu foi criada em 1875 e instituída em 1878, enquanto o município foi criado em 5 de novembro de 1877. Sua sede inicialmente foi em São Simão (hoje Simonésia) e transferida para a Vila de São Lourenço em 1881.

Em 1905, a produção cafeeira da Zona da Mata era significativa, sendo Muriaé o maior produtor, com 1,5 milhão de arrobas. Contudo o Rio de Janeiro ainda era o maior produtor nacional, até que a hegemonia fluminense entrou em decadência e foi superada por São Paulo, que antes estava atrás de Minas Gerais. Entre os anos de 1880 e 1930, o café ganhou força na região mineira, foi nesse período em que se desenvolveu a produção de Manhuaçu: No entanto, em 1896, a disputa pelo poder local entre dois coronéis, Serafim Tibúrcio da Costa e Frederico Antônio Dolabela, teria provocado consequências negativas na economia.
Após perder as eleições de modo considerado fraudulento, o Coronel Serafim Tibúrcio pegou em armas, proclamando a República de Manhuaçu, inclusive emitindo títulos de crédito em nome da Fábrica de Pilação de Café e nomeando autoridades. A polícia estadual não conseguiu superar o coronel Tibúrcio e seus homens. Com o apoio das forças federais, o levante foi derrubado e os revoltosos fugiram pelo vale do Manhuaçu até o estado do Espírito Santo. Apesar das disputas políticas e dificuldades, no final do século XIX e início do XX, a população de Manhuaçu já dispunha do jornal O Manhuaçu (criado em 1890), da Estrada de Ferro Leopoldina (1915), da Companhia Força e Luz de Manhuaçu (1918) e do Banco Hipothecário e Agrícola de Minas Gerais (1920). Ainda hoje, vários casarões dessa fase estão de pé e abrigam famílias, empresas e entidades, no trecho antigo da cidade.
Durante o último século famílias italianas e das comunidades árabes se mudaram para Manhuaçu, ampliando a diversidade iniciada com a vinda suíços, franceses e alemães.

Distritos

Igreja Matriz de São LourençoEm divisão territorial datada de 1960, o município é constituído de 6 distritos: Manhuaçu ex-Manhuassu, Luisburgo, Reduto, São João do Manhuaçu, São Pedro do Avaí e São Sebastião do Sacramento. Assim permanecendo em divisão territorial datada 1991.
Pela lei estadual nº 10704, de 27-04-1992, desmembra do município Manhuaçu o distrito de São João do Manhuaçu. Elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 1993, o município é constituído de 5 distritos: Manhuaçu, Luisburgo, Reduto, São Pedro do Avaí e São Sebastião do Sacramento.
Pela lei municipal nº 1923, de 26-04-1995, é criado o distrito de Realeza e anexado ao município de Manhuaçu.
Pela lei municipal nº 1928, de 23-05-1995, é criado o distrito de Palmeiras do Manhuaçu (ex-povoado de Palmeira) e anexado ao município de Manhuaçu.

Pela lei estadual nº 12030, de 21-12-1995, desmembra do município Manhuaçu os distritos de Luisburgo e Reduto, ambos elevados à categoria de município.
Pela lei municipal nº 1982, de 25-03-1996, é criado o distrito de Dom Corrêa e anexado ao município de Manhuaçu.
Em divisão territorial datada de 1999, o município é constituído de 6 distritos: Manhuaçu, Dom Corrêa, Palmeiras do Manhuaçu, Realeza, São Pedro do Avaí e São Sebastião do Sacramento.
Pela lei nº 2182, de 23-08-1999, é criado o distrito de Vilanova e anexado ao município de Manhuaçu.
Em divisão territorial datada de 1999, o município é constituído de 7 distritos: Manhuaçu, Dom Corrêa, Palmeiras do Manhuaçu, Realeza, São Pedro do Avaí, São Sebastião do Sacramento e Vilanova.
Pela lei nº 2204, de 20-04-2001, é criado o distrito de Ponte do Silva e anexado ao município de Manhuaçu.
Em divisão territorial datada de 2003, o município é constituído de 8 distritos: Manhuaçu, Dom Corrêa, Palmeiras do Manhuaçu, Ponte do Silva, Realeza, São Pedro do Avaí, São Sebastião do Sacramento e Vilanova. Assim permanecendo em divisão territorial datada em 2007.

Grafia

E a ratificação de grafia Manhuassu para Manhuaçu – que muita gente pode ter a curiosidade em saber, teve sua grafia alterada, pela lei nº 336, de 27/12 de 1948.

Danilo Alves

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