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Defesa Civil mantém atenção em decorrência do período chuvoso

 

A Defesa Civil de Manhuaçu faz um alerta à população com a chegada do período chuvoso. A instituição tem trabalhado em parceria direta com o Corpo de Bombeiros, Polícia Militar para que sejam supridas todas as necessidades, com equipes sempre de plantão. A maioria dos bairros está localizada em morros, com muitas residências em situação de risco e diante dessa situação, a entidade liga o sinal de alerta e prepara ações emergenciais. O rio Manhuaçu também está sendo monitorado, tendo em vista a facilidade com que as águas do seu leito avançam sobre as ruas da cidade à medida que a chuva cai.

Seguindo o cronograma da Coordenadoria Estadual, são adotadas medidas de prevenção, conforme explica a coordenadora Municipal de Defesa Civil, Vininha Nacif. “Com a chegada do período chuvoso que, para a Defesa Civil, se estende de outubro a abril, as áreas de risco ficam saturadas, fato que potencializa ou favorece as inúmeras ocorrências. Devido a topografia da cidade, ao desmatamento e ocupação desordenada das encostas, os deslizamentos de massa ou terra, são o maior problema que enfrentamos. As enchentes deixam mais o prejuízo material. Mas barranco descendo é muito perigoso e traiçoeiro. Árvores e raios também são ameaça à integridade física da população”, alerta. Quanto ao Rio Manhuaçu, a Defesa Civil monitora para alertas de enchentes e alagamentos. “Infelizmente, nosso rio tem sido usado para descarte de lixo e entulho, além de receber esgoto e muita terra oriunda de loteamentos (a maioria irregulares) ”, reitera a coordenadora Municipal de Defesa Civil

Ela destaca que as principais ações tomadas em curso pela Defesa Civil no momento, são: o mapeamento das áreas de risco do município; visitas aos locais com peritos credenciados para a feitura de laudos e outros pareceres a respeito das áreas afetadas; constituição de sistema de monitoramento das áreas desprotegidas; elaboração de planos de contingência para enfrentamento de possíveis desastres; e política de orientação às pessoas envolvidas no tocante ás providências preliminares a serem seguidas para evitar inerentes danos humanos e prejuízos materiais ou econômicos.

A coordenadora Municipal de Defesa Civil, enfatiza que, se for de competência imediata do órgão, todas as pessoas atingidas por alagações ou desabamentos serão atendidas por técnicos especializados na remoção das vítimas. Entre os moradores, no entanto, há muita resistência em abandonar os locais atingidos – um problema para a Defesa Civil. “A maioria das pessoas resistem em abandonar seus imóveis. Costumam minimizar o perigo, creem que o pior só vai acontecer com os outros. Mas costumamos convence-las sobre a necessidade de remoção. As pessoas que saem temporariamente e retornam depois do perigo passar são consideradas desalojadas. As pessoas que saem de seus lares e não podem mais voltar, inclusive devido a desabamentos, são consideradas desabrigadas. Temos dois abrigos provisórios que só acionamos em situações de emergências”, explica.

 

Margens do rio e encostas

 

O processo de urbanização do município ocorreu de forma intensa e desigual. A oportunidade de viver com qualidade não se apresenta da mesma forma para todos, o que leva grande parte da população menos favorecida a ocupar áreas impróprias para a moradia, que oferecem, por sua vez, riscos à vida, especialmente nas encostas e margens do rio Manhuaçu. Como consequência, existe uma grande parte da população vulnerável à ocorrência de acidentes envolvendo danos materiais e vítimas fatais, conforme as chuvas começam a cair.

Vininha Nacif acrescenta que as principais áreas de risco – com foco nos taludes, estão nos Bairros Santa Terezinha, Matinha, Lajinha, Engenho da Serra, Santana, dentre outros. As edificações a beira rio também são classificadas como de risco. O Centro de Manhuaçu, bairro Coqueiro e Baixada e todos os locais cortados pelo rio são suscetíveis a ocorrências, informa a coordenadora Municipal de Defesa Civil. Segundo ela, áreas de risco são regiões onde é recomendada a não construção de casas ou instalações, pois são muito expostas a desastres naturais, como desabamentos e inundações. O atual número de áreas de riscos em Manhuaçu é incerto, tendo em vista que o município possui um rio assoreado e casas construídas em locais íngremes em vários pontos da cidade.

Vininha Nacif explica que o início do período de chuvas aumenta os riscos de inundação, desabamentos de casas e deslizamentos de terra. “Existem sinais claros para identificar e evitar as grandes tragédias. Postes, cercas e árvores que começam a inclinar mostram que o terreno está se movendo. Trincas nas paredes ou no chão e degraus, junto aos barrancos, são outro sinal de alerta. Sempre divulgamos dados sobre a previsão do tempo e os principais riscos a que a população está exposta. Realizamos vistorias em diversos bairros e alertamos as pessoas sobre as possibilidades de ocorrências, além de sugerir ações preventivas”, esclarece.

Para se prevenir das chuvas morando nas áreas de risco, a coordenadora da Defesa Civil destaca que a população deve evitar jogar lixo nas encostas, córregos e bocas-de-lobo. Construir calhas nos telhados, conservando-os limpos. Construir canaletas no chão para direcionar a água. Manter limpos os ralos, esgotos, galerias, valas, etc. Aterrar buracos que acumulam água, reforçar muros e paredes poucos confiáveis. Providenciar a poda ou corte de árvores com risco de queda. Não construir moradias às margens de cursos d’água. Construir a casa sempre em nível mais elevado que o curso d’água mais próximo. Observar se as árvores estão ficando inclinadas, se há trincas novas nas paredes das casas ou no chão e se há movimentação do terreno.

 

Chuva torrencial

 

Uma chuva caiu na tarde do dia 04, em Manhuaçu, e causou prejuízo para duas famílias no Córrego Boa Vista, distrito de Santo Amaro de Minas. As rajadas de vento durante o temporal fizeram com que uma árvore de grande porte desabasse sobre duas casas. Uma delas teve o telhado praticamente todo atingido, já a outra sofreu menos danos.

De acordo com a coordenadora da Defesa Civil de Manhuaçu, Vininha Nacif, felizmente ninguém ficou ferido. “Por sorte as crianças que moram no local estavam para a escola e só havia uma moradora que conseguiu correr. Os danos materiais foram muitos, mas sobretudo no telhado, que ficou praticamente destruído, além de uma parede que trincou”, destaca.

A Defesa Civil interditou o local até que a árvore seja retirada e os danos reparados. As famílias estão abrigadas em casa de parentes.

 

Atuação e prevenção

 

Cidadãos que precisam utilizar os serviços da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil, que está localizada no Almoxarifado Municipal, BR 262, podem entrar em contato através dos telefones 3339 2741 ou 3339 2740. Em caso de emergência, a população deve procurar o Corpo de Bombeiros através do telefone 193 ou a Polícia Militar pelo número 190.

A prevenção também é um mecanismo importante para evitar tragédias maiores, tendo em vista que a o órgão municipal conta com um grande aliado a precaução – um Pluviômetro Automático, equipamentos utilizados para medir quantidade e intensidade de chuvas. “Ele pode e deve ser acessado por qualquer cidadão através do site do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – órgão federal que reconhece Manhuaçu como uma cidade vulnerável – bastando acessar o site www.cemaden.gov.br/mapainterativo”, finaliza.

 

Danilo Alves – Tribuna do Leste

 

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