Agricultura reforça a importância do homem do campo para a economia do país
Considerada uma das profissões mais antigas da humanidade a agricultura tem mudado o mundo há mais de 10 mil anos – desde o período Neolítico. Com o passar dos séculos, o agricultor desenvolveu técnicas que possibilitou o avanço da agricultura como a conhecemos hoje – em especial, a mecanização no campo – responsável pelo aumento na produtividade e geração de alimentos. Na verdade, este foi um grande passo para o Brasil se tornar o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, café, cacau, laranja, soja e feijão. E graças ao Decreto de Lei nº 48.630, de 1960, assinado pelo presidente Juscelino Kubitschek, em comemoração aos 100 anos do Ministério da Agricultura, todos os anos, no dia 28 de julho, é comemorado o Dia do Agricultor. A data celebra a importância dos agricultores para o crescimento econômico do país e para a sociedade. Além da produção de alimentos, as atividades desenvolvidas por esse profissional geram matéria-prima para a fabricação de inúmeros produtos essenciais à comunidade.
Quem ainda imagina que o homem do campo é aquele caipira isolado em sua propriedade, cuidando de sua plantação e animais, desconhecendo as inovações, está completamente enganado. Em cidades do interior do país – a exemplo de Manhuaçu, as estradas de chão contrastam com propriedades onde se destacam as antenas parabólicas, linhas de telefonia móvel, currais equipados com maquinários de última geração e plantações mais variados dos alimentos, desde milho até feijão, e o já conhecido café. A agricultura voltada para a autossuficiência familiar passou a se adaptar à modernização, adequando-se às demandas da economia de mercado. Esse processo de expansão do agronegócio teve a contribuição de vários fatores, entre eles, o fortalecimento das instituições de pesquisas agropecuárias e a oferta de novas tecnologias.
De acordo com o extensionista da Emater, Thiago Braga de Oliveira, em se tratando da agricultura como atividade de grande importância para a sociedade, o sentimento dos profissionais está mais do que adequado. “Afinal, é por meio da agricultura que se produz alimentos para toda a humanidade, que há geração de matérias-primas para atender à demanda de industrialização, e o setor agro também gera muitos empregos e contribui ativamente para o desenvolvimento da economia, com impactos no aumento de riquezas e exportações”, afirma. Ele reitera que o Dia do Agricultor, é uma data especial para homenagear os trabalhadores que prestam um dos serviços mais relevantes para a sociedade. Mesmo convivendo com desafios diários, com rotinas pesadas de trabalho no campo, a maioria dos agricultores não trocaria essa atividade por nada.
Importância dos pequenos produtores
As propriedades rurais brasileiras de pequeno e médio porte são compostas por grande parte dos agricultores do país, geralmente trabalhadores rurais que produzem diversas culturas com pouca tecnologia e mão de obra familiar. Ocasionalmente essas propriedades são desprovidas de aplicação de técnicas, e tecnologias. Entretanto, mesmo com as adversidades, os produtores respondem por grande parte dos produtos dispostos no mercado interno, ou seja, boa parte dos alimentos da mesa dos brasileiros é oriunda dos pequenos agricultores. “Os agricultores familiares são maioria em nosso município e também são os detentores das maiores produções de alimentos básicos como feijão, milho e o arroz. É importante trabalharmos com esses agricultores pensando no fortalecimento da segurança alimentar – integrando a produção e geração de alimentos para a população urbana.
O agricultor familiar é responsável por manter, não só os grandes centros, mas os pequenos também. Há pouco tempo percebemos que o abastecimento foi comprometido em virtude da crise dos caminhoneiros, e não só os grandes centros, mas também as pequenas cidades e os distritos ligaram o sinal de alerta pela falta de abastecimento dos alimentos, e isso dá dimensão que o produtor rural tem no cenário nacional”, explica.
Destaque para agricultura familiar
Um dos diferenciais da agricultura familiar, é a relação estreita com a terra, com o fruto do trabalho, com a família, tornando-se, muitas vezes, mais do que uma simples atividade econômica e se transformando em cultura e patrimônio para milhares de municípios brasileiros. Outra característica vantajosa é que esse segmento da economia agrícola não emprega uma grande quantidade de maquinários, algo mais comum nas grandes propriedades, o que acaba evitando a substituição do trabalhador do campo pelos equipamentos. Os trabalhadores deste segmento também receberam homenagem pelos serviços prestados ao país, na quarta-feira, 25/07, em que foi comemorado o Dia da Agricultura Familiar.
No Brasil, apenas 20% das terras agricultáveis pertencem aos pequenos produtores familiares, segundo dados do último Censo Agropecuário realizado em 2006, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo dados do novo relatório da Organização das Nações Unidas, denominado “Estado da Alimentação e da Agricultura”, o segmento tem capacidade para colaborar na erradicação da fome mundial e alcançar a segurança alimentar sustentável. Prova disso é que o setor produz cerca de 80% dos alimentos que chegam à mesa da população brasileira, como o leite (58%), a mandioca (83%) e o feijão (70%). A atividade representa 84% de todas as propriedades rurais e emprega, pelo menos, cinco milhões de famílias.
De acordo com Thiago Braga a produção da agricultura familiar – na região de Manhuaçu, é diversificada, realizada em pequenas propriedades, voltada para o mercado interno e com pouco ou nenhum uso de defensivos agrícolas. “Cerca de 95% da produção agrícola em Manhuaçu e região provém da agricultura familiar. Ela tem o seu poderio no café, mas como frise anteriormente, também se sustenta sob a base dos alimentos básicos e também integra o setor das horticulturas. Realmente, os pequenos produtores são parte fundamental no abastecimento de alimentos do município”, destaca.
Danilo Alves – Tribuna do Leste