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UPA participa de Educação Permanente sobre Acidentes com Animais Peçonhentos

Profissionais atuantes na Unidade de Pronto Atendimento estiveram em Belo Horizonte, com vistas a participar de uma capacitação oferecida pela Secretaria Estadual de Saúde, referente à atualização quanto aos procedimentos relativos ao manejo de acidentes com animais peçonhentos, os quais têm constituído importante demanda nos serviços de saúde.

Os animais peçonhentos são aqueles que possuem em sua estrutura, células ou glândulas que produzem uma peçonha, que é uma substância ou secreção tóxica, que pode ser injetada noutro organismo através de um aparato inoculatório, ocasionando o envenenamento da vítima, que pode ser grave e fatal.

Serpentes, escorpiões e aranhas, são exemplos de animais que estão entre os principais causadores deste tipo de acidente no país.

A Unidade de Pronto Atendimento de Manhuaçu acolhe diariamente pessoas vítimas de acidentes com animais peçonhentos. A atualização quanto ao manejo dos casos é de fundamental importância, busca assegurar o tratamento adequado aospacientes vítimas dos acidentes, que não devem esperar para recorrer à Unidade de Pronto Atendimento quando da ocorrência dos mesmos. Para além da atualização de protocolos clínicos e a educação permanente da equipe de saúde, a prevenção, a orientação e o direcionamento coerente do usuário se fazem fundamentais.

 A equipe da UPA enfatiza que o tempo para buscar o cuidado é preditivo para o sucesso do tratamento, devendo o paciente procurar a Unidade de Pronto Atendimento imediatamente, após a ocorrência do acidente ou da suspeita, de modo a ser avaliado pela equipe, sendo decidido e instituído o tratamento adequado, com vistas a evitar a progressão das complicações clínicas relacionadas.

Além de procurar rapidamente o atendimento, é importante que, sendo possível, o paciente auxilie a equipe na identificação do animal agressor, informando suas características, até mesmo através de fotografia, por exemplo. Jamais se deve tentar capturar o animal, ainda que pareça morto.

É de fundamental importância que o paciente entenda que o primeiro atendimento acontecerá na unidade, não lhe cabendo qualquer procedimento, além da lavagem imediata do local com água e sabão. Nesse sentido, não se deve garrotear o local ou sugar a ferida, muito menos passar substâncias como pasta de dente ou pó de café no local lesionado.

Sobretudo, ainda que se tenha condutas adequadas para o tratamento, a prevenção dos acidentes, evitando as situações de risco é a melhor maneira de controlar o problema.

Proteção individual

No amanhecer e no entardecer, evitar a aproximação da vegetação muito próxima ao chão, gramados ou até mesmo jardins, pois é nesse momento que serpentes estão em maior atividade;

Não mexer em colmeias e vespeiros. Caso estejam em áreas de risco de acidente, contatar a autoridade local competente para a remoção;

Inspecionar calçados, roupas, toalhas de banho e de rosto, roupas de cama, panos de chão e tapetes antes de usá-los;

Afastar camas e berços das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários.

Proteção da população

Não depositar ou acumular lixo, entulho e materiais de construção junto às habitações;

Evitar que plantas trepadeiras se encostem às casas e que folhagens entrem pelo telhado ou pelo forro;

Não montar acampamento próximo a áreas onde normalmente há roedores (plantações, pastos ou matos) e, por conseguinte, maior número de serpentes;

Evitar expor-se às margens de rios, lagos ou lagoas, e não encostar-se a barrancos durante pescarias ou outras atividades;

Limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede e terrenos baldios (sempre com uso de EPI – Equipamento de Proteção Individual);

Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés;

Utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos;

Manter limpos os locais próximos das residências, jardins, quintais, paióis e celeiros;

Controlar roedores existentes na área e combater insetos, principalmente baratas (são alimentos para escorpiões e aranhas);

Caso encontre um animal peçonhento, afaste-se com cuidado e evite assustá-lo ou tocá-lo, mesmo que pareça morto, e procure a autoridade de saúde local para orientações.

Orientação ao trabalhador

Usar luvas de raspa de couro e calçados fechados, entre outros equipamentos de proteção individual (EPI), durante o manuseio de materiais de construção (tijolos, pedras, madeiras e sacos de cimento); transporte de lenhas; movimentação de móveis; atividades rurais; limpeza de jardins, quintais e terrenos baldios, entre outras atividades;

Olhar sempre com atenção o local de trabalho e os caminhos a percorrer;

Não colocar as mãos em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros, entre espaços situados em montes de lenha ou entre pedras. Caso seja necessário mexer nesses lugares, usar um pedaço de madeira, enxada ou foice.

Os animais mais perigosos

Os acidentes estão divididos em quatro tipos: acidentes botrópicos (com serpentes dos gêneros Bothrops e Bothrocophias), que são jararaca, jararacuçu, urutu, caiçaca e comboia.

Acidentes cratálicos (acidentes com serpentes do gênero Crotalus-cascavel); acidentes laquéticos (acidentes com serpentes do gênero Lachesis-surucucu-pico-de-jaca); acidente elapídico (acidentes com serpentes dos gêneros Micrurus e Leptomicrurus-coral-verdadeira). O envenenamento corre quando a serpente consegue injetar o conteúdo de suas glândulas venenosas. Mas, nem toda picada leva ao envenamento. Isso porque há muitas espécies de serpentes que não possuem presas, ou quando presentes, estão localizadas na parte de trás da boca, o que dificulta a injeção de veneno ou toxina.

Eduardo Satil/Informações-Osmar Castro

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