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Produção de café prossegue na região das Matas de Minas

Mesmo com a crise que assolou o país nas ultimas semana, a tendência é que que a safra deste ano não seja comprometida

Depois de um suposto retorno da greve dos caminhoneiros – propagado pelas redes sociais e que deixou muita gente assustada, para o dia 03/06, o que se tem notado são os verdadeiros impactos gerados pela paralisação, que terminou no dia 01/06. Alguns segmentos foram diretamente abalados com a mobilização, como os abastecimentos de postos e a falta do gás de cozinhas, e mesmo o maior produto de Manhuaçu e região: o café, mesmo que em proporções de menor escala, como afirma o gerente regional da Emater-MG em Manhuaçu, Rômulo Matozinho de Carvalho.

Segundo ele, a greve, e consequentemente, a falta de combustível chegou a afetar a cadeia de valor do café, tendo em vista que armazéns ficaram paralisados em virtude da interrupção de caminhões e carretas nas rodovias e por isso os produtos não chegavam e nem saiam dos locais de armazenamento. Rômulo também salienta que a safra 2018, 2019 está em seu início e por isso alguns produtores tiveram as suas colheitas afetadas, seja pela falta de transporte dos trabalhadores para fazer a colheita, ou pelo transporte do café colhido. “Se a greve se prolongasse afetaria mais o setor. Ela chegou em alguns casos a afetar as regiões mecanizadas, porque os produtores não tinham estoque grande de combustível em suas propriedades, normalmente eles tinham para fazer o abastecimento das máquinas e tratores que fazem o transporte”, explica.

Em Manhuaçu, que está inserida mais na agricultura familiar, a paralisação também se aproximou, em decorrência principal pela falta de combustível para as derriçadoras portáteis de café, mas como a greve se encerrou no início deste mês o impacto não foi tão significativo apesar de afetar alguns produtores”, explica Rômulo Matozinho.

 

Parceria

 

A parceria da EMATER-MG com produtores rurais é fundamental para o desenvolvimento do serviço de assistência técnica e extensão rural, por possibilitar a aplicação das políticas agrícolas, tanto federais e estaduais, como municipais, de forma descentralizada, potencializando a agilidade e a eficiência no atendimento a seus principais clientes, que são os produtores rurais de agricultura familiar. E, conforme Rômulo Matozinho, para melhor atender os municípios, a instituição diversificou e ampliou seus serviços, passando a atuar como uma agência de desenvolvimento, oferecendo um acervo de informações econômicas, políticas e de mercado, realidades municipais, conhecimentos e tecnologias imprescindíveis para planejar e executar planos de desenvolvimento sustentável municipal. “É importante que os produtores procurem os nossos técnicos, que estão capacitados para orientar nos trabalhos de pós-colheita, além dos já ofertados serviços de pré-colheita, adubações e tratos culturais. As orientações dos extensionistas visam ampliar o processamento e uma boa secagem do café com objetivo de aprimorar a qualidade do alimento, dentro das condições de cada produtor, como as condições de infraestrutura de secagem, e a capacidade de armazenagem do café seco”, disse.

Safra

 

Segundo o gerente regional da Emater-MG, alguns fatores que explicam o possível sucesso da safra deste ano estão interligados a investimentos dos produtores em tecnologia e qualidade das sementes, além de condições climáticas favoráveis. “Acredito muito na qualidade do café da região das Matas de Minas – a nossa região. Até o momento, tivemos um clima que perfeito, que contribuiu muito para a produção do café. E os produtores estão satisfeitos em ver suas lavouras, e os pés de cafés carregados. A partir de agora, é exigido um certo capricho para o processamento do alimento, para que chegue com qualidade até a xícara do consumidor. E para que o café seja bem comercializado é necessário ter um produto e uma mercadoria de boa qualidade. Portanto, é necessário saber tirar da árvore para proceder com a evolução da qualidade do café”.

 

Cafés especiais

 

Apreciadores de café, profissionais especializados ou simplesmente consumidores estão cada vez mais atentos aos sabores, tipos, origem e novas formas de preparo da bebida. Os cafés especiais ou gourmet, como são conhecidos, têm caído no gosto dos brasileiros. O café, para ser definido como especial, deve possuir características que reúnem atributos como doçura, acidez, aspecto e tamanho, com ausência de defeitos que levam a alterações de sabor.  Quanto mais rara a sua característica, como doçura acentuada com notas frutais, maior seu valor.

Com foco nesse público mais exigente e nos produtores que seguem essa tendência, Rômulo Matozinho de Carvalho, salienta que o mercado dos cafés especiais vem crescendo a cada ano na região das Matas de Minas, e, portanto, se faz necessário lembrar que um café – bebida dura melhorado, vale mais do que um café rio. “Se paga mais pela qualidade do café e os produtores devem buscar produzir um produto de excelência ao consumidor final”, finaliza.

 

Danilo Alves

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