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Estudantes de psicologia realizam projeto de promoção à vida

02 - CopiaSegundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada 40 segundos uma pessoa tira a sua própria vida em algum lugar do mundo. No Brasil, a média é de 6 a 7 mortes por 100 mil habitantes, número abaixo da média mundial que está entre 13 a 14 mortes por 100 mil pessoas. Porém, enquanto a média mundial permanece estável, o número de suicídios tem crescido no país, sendo a maior porcentagem destes, entre jovens.

Com o objetivo de trazer a discussão diante da população de Manhuaçu, estudantes do 7º período do curso de Psicologia desenvolveram na quarta-feira, 09/05, um projeto no centro da cidade. Com uma pequena caixa a disposição dos transeuntes, a iniciativa buscava despertar a curiosidade da população para saber o que continha dentro da caixa. Quando as pessoas abriam o material para saber o que havia dentro da caixa, se deparavam com um folheto contendo dados acerca do suicídio e informações de setores engajados em ajudar pessoas contra a doença, como o Centro de Valorização da Vida (CVV).

Uma das idealizadoras do projeto, Roberta Garcia Rocha, salienta que que outras instituições podem auxiliar quem se sente desesperançoso (a) e sem vontade de seguir adiante. “Inclusive, existem alguns lugares em que as pessoas podem buscar ajuda a respeito do suicídio, como o CVV, o próprio Sistema Único de Saúde (SUS) com as unidades de Estratégia de Saúde da Família (ESF) e o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)”, elucida.

Segundo a estudante, o suicídio ainda é visto na sociedade como um tabu, e, em algumas situações, as pessoas deixam de discutir o tema achando que podem aumentar o número de suicídios, uma ideia completamente errada sobre o assunto, conforme explica a estudante. “O nosso intuito é que as pessoas discutam mais sobre o suicídio, para ver que 90% dos casos podem ser prevenidos se as pessoas buscarem e souberem aonde encontrar ajuda. Portanto, o objetivo do trabalho é prevenir as pessoas contra o suicídio e fazer com que tenham conhecimento que se trata de um problema de saúde pública e precisa ser discutido para que o número de casos venha a diminuir”, afirma a estudante.

Preconceito

Não obstante, envolto por uma dor extremamente silenciosa, o suicídio hoje é considerado motivo de vergonha ou condenação, preconceito e estigma; sinônimo de loucura, assunto proibido entre a maioria das pessoas. Diante disso, não é tratado e prevenido de maneira eficaz, tornando-se, além de tudo, um grande problema de saúde pública. Para Roberta Garcia, o medo e o preconceito são os grandes motivos que fazem as pessoas não discutirem o suicídio. “Através dos profissionais de psicologia, das campanhas do SUS, as pessoas podem ter acesso de uma forma suscita e mais clara sobre o assunto, sem preconceitos e julgamentos. Muitas das vezes a pessoa se sente sozinha e não sabe aonde procurar ajuda, talvez ela tenha medo de comentar com familiares justamente por ser um assunto tratado como tabu. Pode ser que ela tenha medo de procurar um psiquiatra ou psicólogo que podem ser vistos como profissionais que só tratam de pessoas com problemas mentais, e isso não é verdade. Assim como precisamos cuidar do nosso corpo é muito importante que também cuidemos de nossa saúde mental”, finaliza.

Danilo Alves

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