Esqueletamento otimiza colheita e tratos em cafezais adensados
O esqueletamento se mostra o tipo de poda mais adequado para favorecer os tratos e a colheita em cafezais adensados, sem maiores perdas de produtividade e com redução de custos e maiores ganhos.
A cafeicultura de montanha apresenta dificuldades na operacionalização dos tratos e da colheita nas lavouras, devido ao relevo, que impede a mecanização. Por isso, a atividade demanda elevada quantidade de mão de obra.
O adensamento das lavouras de café, com uso de maior número de plantas por área, se mostra adequado, para áreas montanhosas, permitindo obter maiores produtividades, com exploração intensiva, permitindo menor uso de mão-de-obra e custos de produção mais baixos. Porem, com o passar dos anos, o adensamento leva ao fechamento dos cafeeiros, que além de reduzir a produção dificulta os tratos e a colheita.
O manejo de podas em cafezais adensados tem sido a maneira de re-adequar lavouras fechadas, sendo que o tipo mais usado, especialmente pelos pequenos cafeicultores de montanha, tem sido a recepa, uma poda drástica, que leva a perdas de produção por 2 anos.
O esqueletamento seria uma opção com menor perda e, existe, ainda, nos últimos anos, a alternativa de conduzir a lavoura fechada, aplicando uma desrrama de saia para facilitar os tratos com livre transito abaixo da copa dos cafeeiros.
Foi conduzido um ensaio, no período 2015-17, na FEX Varginha, , em lavoura da variedade Catucai amarelo , com 8 anos de idade, espaçamento de 1,80 x 0,80m, a qual produziu uma safra alta em 2015, condição onde foram aplicadas podas em seguida(set/15). Os 4 tratamentos ensaiados foram – (1) testemunha, onde a lavoura não foi podada, (2) esqueletamento total das plantas, onde foram cortados os ramos plagiotrópicos a uma distância de 30 cm do tronco e realizado um decote destas plantas a 1,70 m de altura, (3) esqueletamento da saia do cafeeiro, onde o corte dos ramos plagiotrópicos foi realizado somente na metade inferior das plantas deixando o topo das plantas sem cortar e o tratamento (4) chamado de desrrama da saia, onde foram arrancados os ramos plagiotrópicos da metade inferior destas plantas, deixando o tronco livre na parte baixa.
Foram obtidos resultados do 1º ciclo, com 2 safras úteis, prevendo-se condução por mais outro ciclo. As produtividade de café nas duas 1ªs estão colocados na tabela 1. Pode-se verificar que na média das 2 safras, houve superioridade para a poda de esqueletamento e para a desrrama com 31-42 sacas/ha, ficando os demais tipos de tratamento em nível igualmente inferior, com 18- 23 scs/ha. Nas safras isoladas, verifica-se que na 1ª o esqueletamento zerou a safra, o que é desejado, pois reduz gastos com colheita de pouco café nas plantas.
Também, nessa safra, a desrama de saia, com a eliminação/corte dos ramos laterais junto ao tronco (trat.3) ou seu corte mais longe (trat.4), não influenciaram na produção da ramagem acima, do topo das plantas. Na 2ª safra houve pequena melhoria, não significativa, onde houve desrrama da saia e o esqueletamento dos ramos da saia. Já, no esqueletamento total da planta a produtividade foi muito alta.
Com base nos resultados obtidos concluiu-se que – 1- O esqueletamento se mostrou mais adequado, pois representou maior produtividade e redução de custos com uma só colheita em 2 anos. 2- A desrrama da saia, além de inferior na produtividade, implicou em 2 colheitas de safras menores. 3- O esqueletamento apenas da saia não resultou positivamente.
Fonte: J.B Matiello, G.R.Lacerda, A.L.A. Garcia, I.B.Ferreira e M.J.S.Filho – Engs Agrs e Bruno D M. Meneguci- e Juliano de Carli Estagiários – Fundação Procafé.