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Famílias celebram Dia de conscientização sobre o Autismo

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Rosilene Reis e o filho Daniel, Rose Caldeira e Pedro Henrique e Adriana Lopes

O Dia Mundial da Conscientização do Autismo, ou simplesmente Dia Mundial do Autismo, é comemorado dia 2 de abril.
A data serve para ajudar a conscientizar a população sobre o Autismo, um transtorno no desenvolvimento do cérebro que afeta cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou autismo, refere-se a uma série de condições caracterizadas por desafios com habilidades sociais, comportamentos repetitivos, fala e comunicação não-verbal, bem como por forças e diferenças únicas. Sabemos agora que não há um autismo, mas muitos tipos, causados por diferentes combinações de influências genéticas e ambientais.
O termo “espectro” reflete a ampla variação nos desafios e pontos fortes possuídos por cada pessoa com autismo.
É importante ressaltar que se tratam de transtornos do neurodesenvolvimento, caracterizados por alterações em dois domínios principais:

1- Comunicação e interação social.
2- Padrões restritos e repetitivos de comportamento.

Acompanhamento

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A fonoaudióloga Érica Felix e Isabela de Cássia Psicologa

É importante seguir as recomendações dadas pelo profissional que forneceu o diagnóstico. E então buscar terapias nas áreas indicadas a contribuir com o caso. Psicoterapia, fonoaudiologia, psicopedagogia, terapia ocupacional, atividade física, musicoterapia, dentre outros.
Para Psicóloga Isabela de Cássia, a família precisa de muito apoio e orientação em todo o processo, pois não é fácil a busca por tratamentos e aceitação do diagnóstico. “Há uma série de mudanças na dinâmica familiar, a fim de se re-organizar para comparecer às terapias propostas, além do cuidado da criança em casa, que pode ser bem desgastante, especialmente em situações de agitação e crises”, explica.
Se necessário, a família deve ser encaminhada para orientação e acompanhamento psicológico. “O psicólogo atuará no fortalecimento e apoio emocional durante as várias adaptações que o tratamento exige dos familiares. Quanto mais orientada a família, maiores as chances de compreensão em relação ao quadro. Também é maior a probabilidade de estímulo às potencialidades do indivíduo, evitando proteção excessiva e isolamento”, completa Isabela.

Inclusão Social

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Um dos maiores aliados e parceiros das famílias são as Apaes, onde as crianças e seus familiares recebem diversos atendimentos. “Tão importante quanto descobrir a cura, é permitir que os autistas de hoje sejam incluídos na sociedade e tenham mais qualidade de vida e respeito”, frisa Isabela.
Com o diagnóstico conclusivo é possível exigir o cumprimento de direitos como a inclusão nas escolas. Por lei, a criança com Transtorno do Espectro Autista tem direito a um professor-acompanhante em sala de aula, por exemplo.
Rosilene Reis é a mãe de Daniel, uma criança autista com sete anos de idade. Segundo ela, o diagnóstico do filho foi um alívio para a família. “Até então a gente não sabia o que ele tinha, o que estava acontecendo com meu filho. Foi alívio pra mim, pois agora eu sabia qual o caminho a seguir, eu tinha que buscar o tratamento”, explica.

A inclusão dessas crianças na escola regular é fundamental para o desenvolvimento da criança, mas muitas barreiras precisam ser quebradas. “Daniel frequenta uma escola regular, ele estuda no Cordovil Pinto Coelho e lá ele tem professor de apoio, tem acompanhamento, mas mesmo assim tem dia que ele está impossível e é necessário muita dedicação e paciência com ele, quando não quer, nada faz ele querer”, completa Rosilene.
Rose Caldeira, mãe de uma criança autista, Pedro Henrique também tem sete anos e desde pequeno frequenta escola regular. “Pedro estudou inicialmente no EMEI da Matinha, onde foi muito bem tratad o, só tenho que elogiar os profissionais de lá e agora ele também estuda no Cordovil, e não está sendo diferente a preocupação dos profissionais com ele é impressionante”, fala.

Um dos maiores desafios com as crianças autistas é a socialização. “É muito importante que as pessoas entendam isso, o mundo deles é diferente, passa milhões de coisas ao mesmo tempo na cabecinha deles, é muita informação ao mesmo e eles utilizam de vários meios pra se organizar, seja batendo palmas, fazendo ruídos, movimentos, como por exemplo, hoje o Pedro está com a mania de morder a ponta da blusa e é preciso que a gente entenda isso e muitas pessoas não entendem essas ações deles”, explica Rose.

Apoio

Em nossa região o atendimento e acompanhamento familiar é feito pelas as Apaes, em Manhuaçu as crianças contam com especialistas em fonoaudiologia, terapia ocupacional, pscicologia, atividades físicas, salas de recursos e oficinas para as famílias.
Para a fonoaudióloga Érica Felix, o trabalho do fono dentro do autismo e de outras crianças especiais abrange todo o desenvolvimento psicomotor. “O objetivo maior da fonoaudiologia no desenvolvimento do indivíduo com Transtorno de Espectro do Autismo é melhorar os sintomas comportamentais, linguagem e comunicação verbal e não verbal. A intervenção precoce e continua do fonoaudiólogo é de extrema importância para que o quadro evolua satisfatoriamente, no que envolve sua comunicação geral e em especial, para o desenvolvimento de sua linguagem receptiva e expressiva, gestual, oral e escrita, capacitando-o para compreender, realizar atividades e agir sobre o ambiente que o cerca” destaca Érica.

Os sinais mais óbvios do Transtorno do Espectro Autista tendem a aparecer entre 2 e 3 anos de idade. Em alguns casos, ele pode ser diagnosticado por volta dos 18 meses. Alguns atrasos no desenvolvimento associados ao autismo podem ser identificados e abordados ainda mais cedo. Recomenda-se que os pais com preocupações busquem uma avaliação sem demora, uma vez que a intervenção precoce pode melhorar os resultados.

Jailton Pereira

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