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CREAS e FUMAPH realizam trabalhos de assistência para moradores em situação de rua

O trabalho de construção de saída das ruas é muito complexo. Atualmente, a equipe do CREAS, através de assistentes sociais e psicólogos, busca construir conjuntamente estratégias para saída das ruas. Um dos objetivos principais da mobilização é orientar os munícipes quanto a doação de esmolas, e destacar que os serviços assistenciais do município contam com serviço de atendimento com equipe técnica especializada para orientar e encaminhar de acordo com a necessidade de cada usuário. A ação de conscientização à população, de certa forma, contribui para a eficácia do trabalho de abordagem social. O pedir traz comodismo e não atribui um novo significado a pessoa, portanto se faz necessário que o pedinte tenha acesso aos direitos primordiais de assistência social.

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De acordo com a coordenadora do Centro de Referência Especializados da Assistência Social (Creas-Manhuaçu), Glenda Miranda Costa, a ação busca explicar à população o que acontece no ato de doar esmolas, tendo em vista que a iniciativa cheia de boas intenções acaba estimulando as pessoas a permanecerem em situação de mendicância. “Nosso objetivo não é pregar o individualismo e/ou egoísmo, pelo contrário, queremos que as pessoas em situação de rua sejam vistas como cidadãos de direitos que necessitam de algo além do que estão pedindo. O indivíduo pode contribuir para que o cidadão que está na sua frente pedindo comida, seja atendido com algo além. É preciso que fique claro que quando você doa esmola – com o pensamento de ajudar, está na verdade contribuindo com a estadia dessas pessoas nas ruas”, pontua.

Glenda Miranda Costa reitera que a prefeitura de Manhuaçu oferece, através da Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social, em Parceria com a FUMAPH um serviço especializado às pessoas em situação de rua. Neste trabalho é realizado um acompanhamento a estas pessoas e oferecido um suporte para que este cidadão tenha seus direitos garantidos. “Mas ao doar esmola você não está matando a fome, você está na maioria das vezes sustentando um vício desta pessoa e reforçando a ideia de que dá para “viver” na rua”, complementa a coordenadora Creas-Manhuaçu.

O que deve ser feito

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A esmola, mesmo sem esta intenção, acaba contribuindo para mantê-las nas ruas, expostas a todos os tipos de violência e até à dependência química. Na realidade essas pessoas precisam reconstruir o seu projeto de vida, conforme explica Glenda Miranda Costa. “Questione o motivo dele(a) te pedir dinheiro. Normalmente vão dizer que é para comer, ou questão de saúde, ou passagem, ou ainda banho. Para todas estas perguntas temos uma equipe que pode te dar um suporte e te dar as respostas. Ao invés de dar esmola, oriente o cidadão a procurar a unidade do Creas, que fica na Rua Desembargador Alonso Starling, 260, fundos da Igreja Presbiteriana no Centro. Caso seja fora do horário comercial ou final de semana temos um telefone de plantão em que a população pode entrar em contato: (33) 984182273”.

Serviço Especializado

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O Serviço Especializado de Abordagem Social a pessoas em situação de rua é uma iniciativa realizada por uma equipe de educadores sociais que identificam famílias e indivíduos em situação de risco pessoal e social em espaços públicos. A abordagem é realizada nas ruas, praças, espaços públicos onde ocorram atividades laborais (como feiras e mercados), locais de intensa circulação de pessoas e existência de comércio, terminal de ônibus, semáforos, entre outros locais. O Serviço deve garantir atenção às necessidades imediatas das pessoas atendidas, incluindo-as na rede de serviços socioassistenciais e nas demais políticas públicas, na perspectiva da garantia dos direitos. “O Serviço Especializado em Abordagem Social desenvolve ações planejadas de aproximação, escuta qualificada e construção de vínculo de confiança com pessoas e famílias em situação de risco pessoal e social nos espaços públicos para atender, acompanhar e mediar acesso à rede de proteção social”, explica a assistente social do Serviço de Abordagem de Rua, Poligiana Roberta.

O Serviço Especializado de Abordagem Social é formado por uma assistente social e dois educadores sociais que buscam conhecer e entender o histórico de vida de cada um. “Além disso, o serviço também conta com suporte do Albergue Municipal Padre Ivo Moreira onde são oferecidos banho, comida e lugar para dormir. O albergue funciona das 19h às 7h todos os dias da semana, inclusive nos fins de semana e feriado. Ele fica junto ao Ginásio Poliesportivo Oswaldo Sad”, enfatiza a assistente social.

Poligiana Roberta esclarece que para migrantes (em princípio, alguém que se muda para outro lugar), o município oferece serviço de passagem para 16 cidades vizinhas com objetivo de encaminhar o usuário ao seu destino, levando em conta a rota e os serviços ofertados pela rede no trajeto a ser percorrido. E para os cidadãos que buscam um lugar para residir, a FUMAPH oferece os serviços da Casa de Acolhimento Bom Samaritano. “O local busca acolher e dar dignidade às pessoas em situação de rua e que, muitas vezes, são marginalizadas pela sociedade. A instituição tem por finalidade oferecer acolhimento provisório as pessoas com vínculos familiares rompidos ou fragilizados, em situação de rua e desabrigo por abandono, migração e ausência de residência, ou pessoas em trânsito e sem condições de autossustento”, afirma.

Segurança e garantia por lei

Nos casos em que a pessoa em situação de rua comete algum delito, furta, provoca transtornos ou mesmo tenta coagir o cidadão a lhe dar dinheiro, é importante que seja acionado a polícia militar. Segundo a assistente social do Serviço Especializado de Abordagem Social, o serviço praticado pela equipe assistencial busca a garantia de direitos, e os mesmo não possuem o poder de resolver o que a sociedade civil considera um problema. “Vale destacar o artigo 5º da Constituição Federal que diz: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade” e no inciso XV diz que “é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens”, salienta.

Contribuição da esmola para degradação da vida do cidadão

Tanto a coordenadora do Creas-Manhuaçu, Glenda Miranda Costa, quanto a assistente social do Serviço de Abordagem de Rua, Poligiana Roberta são enfáticas ao esclarecer que a esmola, mesmo sem esta intenção, acaba contribuindo para manter as pessoas nas ruas, expostas a todos os tipos de violência e até à dependência química. E o que essas pessoas precisam é na realidade, reconstruir o seu projeto de vida.

Contatos 

Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social: 33 3332 3800
FUMAPH: 33 3331 1964
CREAS: 33 3332-3264
Plantão: 33 98418 2273. Atendimento 24h

Danilo Alves

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