Reflexão: vítimas do terrorismo
REFLEXÃO
Pe. Mundinho, sdn
Dia internacional das Vítimas do Terrorismo (11 de março)
O dia 11 de março é lembrado como o Dia Internacional das Vitimas do Terrorismo, devido a um acontecimento no ano de 2014, exatamente no dia 11 de março. Neste dia, na cidade de Madrid, na Espanha, ocorreu o mais terrível atentado no país, foram ao todo 10 explosões, quase que no mesmo tempo, em quatro comboios da rede ferroviária da cidade. Nessa tragédia morreram 191 pessoas, e 1.700 ficaram feridas, por causa das bombas.
Os atentados terroristas não param por aí. Muitos outros, infelizmente, engrossam a lista de atos criminosos nos últimos tempos, em toda parte: nos países em conflitos, na Europa, Estados Unidos, África, Ásia, Oriente Médio.
De forma constante o Papa Francisco envia mensagens de conforto às vítimas e aos seus parentes. No último ano em algumas aparições em público como na Praça São Pedro, ele condena os atos terroristas: “o terrorismo é uma ofensa gravíssima ao criador”; “Rezo por todas as vítimas dos atentados destes dias. Que a violência cega do terrorismo não encontre lugar no mundo!”, escreveu na rede social”; “Ao deplorar tais atos de violência, rezo pelos falecidos, pelos feridos e seus familiares. Peçamos ao Senhor que converta os corações dos terroristas, liberte o mundo do ódio e da loucura homicida que abusa do nome de Deus para disseminar morte”.
Nos dias atuais assistimos, entristecidos e estarrecidos, a nova onda de de violência extrema que que assola a Síria, onde centenas de pessoas inocentes são trucidadas pelos inúmeros bombardeios após a expulsão do Estado Islâmico.
Os conflitos na região iniciaram-se em 2011. Além da invasão dos terroristas do Estado Islâmico, outras motivações como tensões regionais e disputas globais acirradas, forças internacionais tomando partido, forças leais ao presidente Bashar Al-Assad, rebeldes, extremistas muçulmanos fazem parte de uma situação complicada de se resolver.
Desde 2016, o Estado Islâmico (EI) tem perdido território e poder no país devido a diversas ações do governo de Assad e seus aliados. Com isso, países e grupos envolvidos, como Turquia, Irã, Rússia, EUA e Israel, xiitas, sunitas, curdos, árabes seculares e radicais islâmicos querem consolidar seus territórios e assegurar interesses. O resultado desse contexto são verdadeiros massacres, como o que tem acontecido em Ghouta Oriental, nas proximidades de Damasco, a capital. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 76% das residências de Ghouta Oriental foram devastadas, com mais de 500 mortos em cinco dias consecutivos de bombardeios.
Nas fronteiras com a Turquia, um conflito incessante entre o exército turco e curdos que lutaram contra o EI também recebe intervenções internacionais. A luta se dá porque os curdos, um grupo étnico do Oriente Médio, querem fundar um estado independente, o Curdistão. A Turquia, por outro lado, quer impedir que isso aconteça para reafirmar seu território. Os curdos pediram ajuda da Síria nesse embate, que cederam os YPG (Unidades de Proteção Popular, na tradução da sigla).
A população também sofre com a fome: o pão lá é 22 vezes mais caro que a média do resto do país, mais uma arma da Síria para enfraquecer rebeldes. No último sábado, a ONU aprovou uma resolução de um cessar-fogo de 30 dias na região, a qual foi rapidamente descumprida.
Segundo estimativas do Centro Sírio de Pesquisas Políticas (SCPR, na sigla em inglês), 470 mil pessoas já morreram desde o início da guerra civil síria, em 2011. Hoje, mais de 13,1 milhões de sírios precisam de ajuda humanitária. A guerra na Síria é longa e não tem perspectiva de paz no momento, na opinião da professora Silvana Melo, professora e coordenadora de atividades do curso de Direito da Unichristus. “Enquanto houver influências regionais e internacionais, a guerra tem tendência a perdurar, e quem sofre mais são os sírios”, lamenta. “As partes deveriam abrir diálogo, mas é só guerra por cima de guerra. Para haver paz, todos os países têm que querer paz”, completa.
Aqui no Brasil, a Igreja nos faz refletir sobre a violência e suas consequências. Ela indica a construção de uma cultura da paz para fazer frente à ’violência cultural’. A Campanha da Fraternidade 2018 tem como objetivo a construção da fraternidade, na qual se promova a cultura da paz, da reconciliação e da justiça, à luz da Palavra de Deus, como caminho de superação da violência.
Fontes: O Povo – Heloisa Vasconcelos; acidigital.com; notíciasUOL.com; notíciascançãonova.com; CNBB, Campanha da Fraternidade2018.