Vítima de arma de fogo precisa de uma nova cadeira de rodas
“Morava em Neblina – comunidade entre Orizânia e Divino. Eu tinha 6 anos e uma vizinha – que se dizia amiga da minha mãe, levou uma arma até a porta da minha casa para mostrar o equipamento. Quando ela puxou o gatilho havia uma bala presa na agulha. Eu estava vindo da cozinha e o projetil me atingiu. A bala calibre 38 atingiu baço, rins, fígado e minha coluna, assim rompeu a medula e fiquei cadeirante. Tem 21 anos que esse fato aconteceu”. Esse é o relato de Tatiane Aparecida Monteiro, moradora de Manhumirim. Devido ao ocorrido, ela tornou-se cadeirante e passou a conviver com os dilemas inerentes as pessoas que possuem essa situação. Mesmo com as supostas limitações impostas pela deficiência, ela se mostra independente para realizar tarefas cotidianas do dia a dia, como cuidar da casa e de seu filho de dois anos, graças ao trabalho realizado pelos profissionais do Hospital Sarah Kubitschek, localizado Belo Horizonte, que auxiliaram a moradora de Manhumirim a ter uma vida, de certa forma, independente.
Os custos para ter uma vida ao longo de uma cadeira de rodas não devem ser fáceis, mobilidade urbana, conforto para quem utiliza o equipamento, dependência para realizar determinadas tarefas. Essas podem ser alguns das dificuldades enfrentadas por quem é cadeirante. Para que as situações de vida se tornem hábeis a serem executadas, uma cadeira de rodas eficiente é primordial para quem necessita do equipamento. É o caso de Tatiane, que necessita de uma cadeira de rodas melhorada e que atenda às suas necessidades especiais. “Eu comento que a cadeira motorizada me dá liberdade para ir no mercado para comprar um pão ou realizar outras atividades diárias. Existem situações que eu posso fazer sozinha sem depender do auxílio das pessoas. Não é porque estou em uma cadeira de roda que eu preciso de depender das pessoas para todas as situações. Eu me acostumei a ser livre e fazer o que eu quero e esse cadeira me dará uma acessibilidade maior”.
O equipamento a que Tatiane se refere é uma Freedom a Styles 20. No site do fabricante o valor está em R$ 9.177,91. Uma simulação realizada com as modificações necessárias a Tatiane o valor fica em R$ 10.500,00. O frete sai em torno de R$ 500,00, pois o fabricante é do Rio Grande do Sul. Se as pessoas tiverem um valor melhor ou indicação Tatiane e seus familiares se mostram à disposição. Em um país como o Brasil, cujas desigualdades sociais e econômicas são evidentes a população, poucas pessoas teriam condições de pagar um equipamento deste porte a vista e sem apertar o orçamento familiar, como é o caso de Tatiane.
Devido a limitação física, a jovem de 27 anos ganha um salário por mês, usado para cobrir despesas médicas, pessoais e familiares. A vizinha que efetuou o disparo – e fugiu do flagrante, nunca contribuiu com nada, informa Tatiane. “Acionamos a Justiça, mas infelizmente em nosso país ela não é grande coisa, e o processo foi arquivado. A pessoa que atirou em mim nunca me ajudou com nada, nem com uma bala sequer”, relata.
E os problemas financeiros são apenas uma parte das situações que chegaram após o disparo da arma de fogo, conforme explica Tatiane Aparecida. “Levar uma vida normal é difícil de dizer. Nós, cadeirantes, temos muitos problemas urinários, eu por exemplo, fiquei em um hospital com problema de urina. E o sonho de ser mãe foi conturbado por causa da infecção urinaria e da deficiência, pois tinha que ficar sempre sentada. Quase perdi meu filho em decorrência da deficiência, ele teve que nascer prematuro”. Segundo ela, há uns dois anos sua saúde se estabilizou, mas não sem passar pelas situações citadas.
Mobilidade
Quando falamos de cadeirantes, a questão da mobilidade na maioria das cidades brasileiras é motivo de discordância por parte das pessoas que necessitam dessas adaptações para se locomoverem. A mobilidade urbana é considerada sustentável quando promove o acesso universal das pessoas à cidade e às oportunidades por ela oferecidas. No caso de Manhumirim, Tatiane Aparecida informou que praças e ruas da cidade melhoram no sentido de beneficiar quem utiliza cadeira de rodas para se locomover, com a inserção de rampas de acesso e sinalização correta.
Em contrapartida, os comércios ainda se mostram atrasados quanto a disponibilidade de acessos a portadores de necessidades especiais aos seus estabelecimentos. “Tenho que ficar do lado de fora das lojas se quiser ver uma calça. Se não tiver ninguém para me ajudar a subir com a cadeira motorizada não existe condições de adentrar no local, e isso de certa forma torna-se um constrangimento, pois as vezes estou com meu filho e as pessoas ficam olhando. Por isso, acho difícil a acessibilidade aos comércios de Manhumirim”, pontua.
Ajuda
Como informado, a moradora de Manhumirim necessita de ajuda da comunidade local, bem como de outras pessoas interessadas em ajudá-la a comprar uma nova cadeira de rodas motorizada, tendo em vista que a atual vem apresentando defeito constante e parou de funcionar definitivamente, impossibilitando Tatiane de se movimentar sozinha.
E com o objetivo de ajudar a esposa a obter um novo equipamento, seus familiares criaram uma conta em site de ajuda online, clique aqui para conferir
Os interessados podem acessar o endereço e realizar a doação de qualquer quantia.
Além disso, o marido de Tatiane, Jeferson da Silva Pereira também criou uma conta na Caixa Econômica para angariar fundos necessários a aquisição do material, por meio da Agência: 0985, Conta Corrente: 24166-6 e Operação: 001. O telefone para contato é (33) 98423-5045.
“Estou à disposição para quem quiser me visitar e conhecer minha história de vida. Só quem possui essa deficiência é que sabe como a cadeira de rodas dá liberdade para ser uma pessoa comum, em função de ir numa praça, sair e, principalmente, cuidar do meu filho a exemplo de uma mãe normal”, finaliza.
Danilo Alves – Tribuna do Leste