REFLEXÃO
Pe. Mundinho, SDN
No Brasil, o mês de janeiro é de temperatura quente, muito calor! É tempo também das chuvas intensas que obrigam a todos permanecerem em casa.
O mês de janeiro é o mês das férias escolares. A criançada fica em casa, descansando da escola. Quando não saem para passear, os lares ficam movimentados, correria, televisão ligada, barulho dos vídeos games e tilintar dos smartphones. Muda o ambiente do lar.
Muitos dos responsáveis pelas crianças acabam perdendo a paciência e procuram refugiar-se nas praças.
As férias são importantes dentro da sobrevivência humana. Até o Criador descansou no sétimo dia após a criação dos seres (cf. Gn 2,20). O ser humano também necessita de tempo para descanso, deixar de realizar as atividades do dia-a-dia, ocupá-lo com outras distrações. Isto ajuda a descansar.
A mente viaja por outros caminhos e se ocupa de outras realidades. São as férias! O ser humano necessita do ócio. Certa vez um sociólogo italiano, Domenico De Masi escreveu um livro (O ócio é criativo) onde defendeu a “produtividade” do ócio! De Masi elabora os temas da sociedade pós-industrial, do desenvolvimento sem emprego, da globalização, da criatividade e do tempo livre. Insatisfeito com o modelo social centrado na idolatria do trabalho, ele propõe um novo modelo baseado na simultaneidade entre trabalho, estudo e lazer, no qual os indivíduos são educados a privilegiar a satisfação de necessidades radicais, como a introspecção, a amizade, o amor, as atividades lúdicas e a convivência. Segundo De Masi, o ócio pode transforma-se em violência, neurose, vício e preguiça, mas pode também elevar-se para a arte, a criatividade e a liberdade. É no tempo livre que passamos a maior parte de nossos dias e é nele que devemos concentrar nossas potencialidades. Curtir o ócio, descansar a mente!
Nas férias pode-se aproveitar o tempo para fazer coisas que durante o período de trabalho ou escolar não se tem tempo para realizar: visitar um amigo; frequentar alguma biblioteca ou ler um bom livro; curtir a música; treinar a habilidade em algum instrumento musical; momento ideal de ir ao cinema para degustar aquele filme ou, em casa, assistir aquele que guardou por muito tempo.
Para quem gosta, exercitar o dom de fotografar (hoje se tem muita facilidade para realizar este hobby, com os smartphones munidos de sofisticadas câmaras).
Conheci uma pessoa que durante suas férias sempre aproveitou para pintar as paredes de seu apartamento. Todo ano mudava as cores e estilo e a sala ficava diferente. Conheci outras que usam do tempo de férias para fazer aquela faxina na casa. Desovar papéis, objetos, roupas, calçados que foram ocupando espaço, acumulando os armários e gavetas e, sufocando…
As férias é um bom momento para se habilitar nas artes culinárias. Descobrir sabores, confirmar receitas, fazer pizzas. Aprimorar-se nos exercícios físicos, tomar banho na piscina, mergulhar nas ondas do mar, tornar-se calmo e exercitar-se com as “demoras” das pescarias. Enfim, as férias pode ser o tempo em que se fica mais à vontade em casa, passar o dia de pijama!
Para quem gosta de viajar não existe momento melhor que o período das férias para tal satisfação. Elas podem ser programadas. Existem facilidades oferecidas pelas empresas de turismo, de lugares, de preços acessíveis.
Que as férias não sejam sinônimo de mal estar ou de tédio. Elas devem ajudar as pessoas a descansar, proporcionar mais alegria satisfação com a vida.
Vivam bem! Curtam as férias!
Numa palavra: CARPE DIEM!
Carpe diem é uma expressão em latim que significa “aproveite o dia”. Não se limita a aproveitar um dia específico, mas tem o sentido de aproveitar ao máximo o agora, apreciar o presente.
O termo foi escrito pelo poeta romano Horácio (65 a.C.-8 a.C.), no Livro I de “Odes”, em que aconselha a sua amiga Leucone na frase: “…carpe diem, quam minimum credula postero”. Uma tradução possível para a frase seria “…colha o dia de hoje e confie o mínimo possível no amanhã”.
O significado de Carpe Diem é um convite para que se aproveite o tempo presente, usufruindo os momentos intensamente.
sem pensar muito no que o futuro reserva.
Carpe diem