O verdadeiro espírito do Natal
Uma das principais datas do calendário de países cristãos é celebrada desde o fim da Idade Antiga no dia 25 de dezembro
Amor, solidariedade ao próximo e reflexão sobre a vida são algumas características marcantes do espírito de Natal, comemorado nesta segunda-feira 25/12. Uma das datas mais lembradas pelas pessoas, que, para na visão da Igreja Católica, vai além de uma data festiva.
Abaixo ouça a entrevista com Pe. Carlos Altoé
Para o Pároco da Paróquia São Lourenço, Pe. Carlos Altoé, SDN, o Natal possui um significado especial e precisa ser celebrado com muito amor e compaixão. “Essa data é fundamental para todos os cristãos no mundo todo. Primeiro lugar, nós celebramos tradicionalmente o nascimento de Jesus Cristo, o filho de Deus. Ele, que veio ao mundo para realizar plenamente a missão que o pai reservou a ele. Mas ao mesmo tempo, na história da salvação, essa data significa a realização plena do projeto de Deus para a humanidade, a aliança definitiva de Deus com a humanidade, ou o amor infinito de Deus derramado sobre toda a humanidade. É uma data importante, significativa, em que somos convidados a celebrá-la da melhor maneira possível como cristãos, igreja, família, e em sintonia com toda a humanidade, pois é um momento importante da história da Salvação”, explica.
Pe. Carlos lembra que, no Natal, a pessoa fundamental não é o Papai-Noel e nem os presentes. Ele salienta que o mercado transformou o Natal em comércio, e para os Cristão o foco é outro – um dia de benção de Deus para a humanidade, o amor infinito de Deus difundido por toda a raça humana, é a aliança definitiva com os cristãos, mas ao mesmo tempo é a realização plena do projeto de Deus. “Nós não podemos perder de vista essas inclinações, caso contrário cairemos no vazio. Natal de presentes, de festas, bebedeiras, que acabam se tornado um dia e um momento sem expressão. Nós fomos convidados como Cristãos a nos voltar para a essência do Natal, que é a grande celebração do amor infinito de Deus”, salienta.
O Pároco da Paróquia São Lourenço reitera que o Natal é um dia de preceito, onde os fiéis acorrem à celebração e agradecimento. Pois o Natal é o sinal, a oportunidade de celebrarmos o amor, a vida, o Cristo que nasce em nós. E esse é o verdadeiro espírito natalino. “O amor infinito de Deus é o seu projeto trazido e anunciado por Jesus. Não podemos esquecer que a realização plena do projeto de Deus depende de cada um de nós. Enquanto tivermos – e com certeza isso perdurará por mais alguns séculos, o mundo dos interesses, dos objetivos particulares, das buscas individuais, teremos um mundo dividido. E o projeto de Deus, ou seja, a proposta de seu reino está muito longe de se concretizar na sua plenitude dentro dos interesses particulares e individualista que permeiam a humanidade. Para que um projeto de Deus se realize plenamente é preciso da colaboração e da contribuição de cada indivíduo. Devemos entender que não é uma coisa só material, mas muito mais espiritual: a harmonia com Deus e nossos irmãos”, destaca.
História
No dia 25 de dezembro é celebrado, nos países que seguem a tradição cristã, o Natal. Essa data leva esse nome porque se refere à natividade (ou nascimento) de Jesus Cristo, tido como o Filho de Deus e Salvador da humanidade pelos cristãos. Não há, contudo, nenhuma referência histórica explícita de que Cristo tenha nascido nesse dia (25 de dezembro).
A escolha do 25 de dezembro como o dia propício para se comemorar o nascimento de Cristo ocorreu na transição da Idade Antiga para a Idade Média, durante o processo de cristianização dos antigos domínios do Império Romano. No dia 25 de dezembro, comemorava-se, no Império Romano, o Dia do Sol Invencível, dedicado ao deus Mitra. À medida em que o cristianismo foi se assentando entre os romanos, esse dia foi paulatinamente associado à figura de Cristo, em especial ao seu nascimento. Para maiores informações sobre esse processo histórico, consultar o seguinte texto: História do Natal.
As cerimônias são acompanhadas de uma ampla gama de símbolos, que são vistos na composição de espaços públicos e privados durante o mês de dezembro. É o caso do presépio, que foi desenvolvido na Idade Média por São Francisco de Assis e que consiste em uma maquete que encena o momento do nascimento de Cristo em Belém, na Judeia. Há ainda os casos da árvore de Natal, símbolo pagão incorporado ao cristianismo por São Bonifácio, também na Idade Média, e do Papai Noel, que é uma derivação da figura de outro santo, São Nicolau, que, na véspera do Natal, doava presentes para crianças.
Todos esses símbolos e histórias referentes ao Natal acabam estimulando um clima de harmonia e solidariedade no fim de cada ano, o que desperta sentimentos de afabilidade, além de representar também a virtude da Esperança, cara ao cristianismo.
Danilo Alves/Leonardo Medeiros