Camelôs aproveitam brecha e falta de fiscalização e invadem as ruas
Quem passa pela área central de Manhuaçu se sente num espaço de conveniência. Capas de celular, frutas, panos, brinquedos, eletrônicos e bijuterias ficam expostos nas calçadas. A lista de produtos vendidos nas ruas por ambulantes ilegais não tem fim. A cada dia cresce a presença deles, principalmente nas proximidades das áreas mais movimentadas.
A invasão dos camelôs, que no passado foi combatida, não gerou o efeito esperado pelos comerciantes. Isso pode ser fruto da crise econômica e, em alguns casos, eles demonstram a sofisticação dos produtos, com a informalidade e desafiam o poder público. Espalham mercadorias nas calçadas, montam mesa e varal para que a mercadoria fique à mostra a ponto de atrair o consumidor. Além de limitar a passagem de pedestres, a ocupação gera também a insegurança.
Todos os dias a cena se repete e eles demonstram que não estão preocupados com a fiscalização municipal, que já fez notificação para que eles desocupem o espaço. A atitude demonstra que eles aproveitam a brecha e a falta de fiscalização, para oferecerem os diversos produtos.
Comerciantes reclamam que a presença dos ambulantes desaquece o movimento nas lojas da cidade, visto que, ao oferecerem a mercadoria com preço inferior, pessoas que vêm a Manhuaçu adquirem os produtos sem ao menos preocupar que, no caso de defeito ficam no prejuízo. Eles observam ainda que a permanência dos ambulantes nas ruas agrava a crise para o comércio legal. “As pessoas estão comprando pouco. Nós ainda temos que conviver com uma concorrência desleal. Muitas lojas estão sofrendo esse reflexo”, disse um comerciante.
Alguns comentam que desde o governo anterior, a presença dos camelôs era constante nos locais movimentados, e o dinheiro que poderia ser gasto nas lojas que geram emprego, pagam impostos é gasto com os ambulantes. Os comerciantes reclamam da inércia do órgão fiscalizador. Eles lembram que a investida da fiscalização foi muito rápida e cessou. Isso permitiu que eles voltassem a ocupar os lugares para exporem as mercadorias. “Queremos pedir ao Executivo, que atue com rigor e retire os ambulantes das ruas para evitar que o comércio sofra mais prejuízo. É necessário pulso forte e ação contínua. As calçadas estão lotadas. Meu sonho era que tivesse um resultado rápido por parte da administração municipal”, afirma um comerciante do centro.
Intervenção
Procurado pela reportagem, o Secretário Municipal de Fazenda, Claudinei Domingues Lopes responsável pela fiscalização explicou que as primeiras providências foram tomadas por meio da fiscalização, que fez a notificação a todos eles. De acordo com o Secretário, já foi elaborado um projeto com reformulação das normas legais, com base na lei vigente para garantir legitimidade da fiscalização.
O projeto foi encaminhado à Câmara Municipal para apreciação e aprovação pela Casa Legislativa, para que o órgão fiscalizador tenha amparo para uma ação efetiva e mais rigorosa em cima dos ambulantes, que se sentem donos do espaço. Espera-se que a Câmara vote o projeto ainda esse mês.
Eduardo Satil – Tribuna do Leste