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Reflexão: Novembro Azul

Pe. Mundinho, sdn

Passado o Outubro Rosa, quando da campanha de conscientização sobre o câncer de mama, o que mais afeta as mulheres, tem início o Novembro Azul, campanha destinada à prevenção do câncer de próstata nos homens.

Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), entre 2016 e 2017, 61,2 mil novos casos de câncer de próstata foram estimados. Dados do Ministério da Saúde indicam que 14.484 homens morreram em decorrência da doença no país em 2015. No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele, o melanoma.

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Dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) mostram que 20% dos pacientes são diagnosticados em estágios avançados da doença, o que faz com que a taxa de mortalidade chegue a 25% dos pacientes. O câncer de próstata é considerado um tumor da terceira idade, já que cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos.

O Inca alerta que alguns desses tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos. A grande maioria, porém, cresce de forma tão lenta, levando cerca de 15 anos para atingir 1 cm³, que não chega a dar sinais durante a vida, nem ameaçar a saúde do homem. E quando diagnosticado precocemente, apresenta uma alta taxa de cura e um tratamento com menos sequelas. O conhecimento é a primeira ferramenta para prevenção.

No trabalho de conscientização o Inca lançou, em setembro, uma cartilha que aborda os aspectos gerais do câncer e as possibilidades e limites para detecção precoce. Estas e outras atividades têm sido realizadas para facilitar o conhecimento da doença e incentivar os homens a realizar o exame.

Uma das grandes dificuldades encontrada pela campanha de prevenção é atribuída à cultura machista da América Latina que atrapalha a detecção e, portanto, o tratamento da doença, muitas vezes associada com a perda da virilidade. Como consequência, há o isolamento e a baixa autoestima do paciente que, não raro, tem dificuldade para buscar ajuda médica e durante o tratamento precisa se afastar das atividades laborais.

Na fase inicial da doença, são comumente identificados sangue na urina, dificuldade em urinar, diminuição do jato de urina e aumento da frequência ao banheiro. Homens cujo pai ou irmão tiveram câncer de próstata antes dos 60 anos têm maior chance de também desenvolvê-lo. Outros fatores de risco são sobrepeso e tabagismo. Praticar atividades físicas e manter uma alimentação saudável são formas de prevenir a doença.

Para investigar o câncer de próstata são feitos dois exames: o de toque retal, que avalia o tamanho, a forma e a textura da próstata, e o Antígeno Prostático Específico (PSD). Para confirmar uma suspeita sinalizada pelos dois testes, é feita uma biópsia, que consiste em analisar pequenos pedaços da glândula. A função da próstata é a produção de um líquido que compõe parte do sêmen, que nutre e protege os espermatozoides.

“É preciso perder o medo”! O urologista Mário Fernandes Chammas Jr, assegura que o exame de toque retal é simples e rápido, com duração de 5 a 10 segundos. Ele defende as consultas regulares ao médico. Além do tabu em relação ao exame, outro aspecto relevante é o fato de que a maioria de casos é assintomática. “É diferente de outros tipos de câncer, em que aparece algo no seu corpo, algo que provoca medo e te faz ir ao médico. Em larga maioria, só há sintoma quando já está muito avançado. Cabe ao médico procurar antes que chegue a esse ponto”, afirma.

Direitos do paciente com câncer

Os pacientes com câncer têm direito a receber auxílio-doença – se for afastado do trabalho por mais de 15 dias – e o saque do Programa de Integração Social e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep). Quem é atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) pode solicitar ainda o benefício chamado Tratamento Fora de Domicílio (TFD), valor que cobre despesas como transporte aéreo, terrestre e fluvial, diárias para alimentação e pernoite. No caso do TFD, a liberação depende da disponibilidade orçamentária do município ou estado. A lista completa dos direitos do paciente está disponível no site do Inca.

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