Capivaras invadem quintais no leito do Rio Manhuaçu
Roedores vivem em grupo e têm hábitos noturnos
Há algum tempo, uma família de capivaras, que está morando às margens do Rio Manhuaçu, chama a atenção de quem passa pela ponte da Rua Luiz Cerqueira, Leandro Gonçalves e Alencar Soares Vargas. Elas ficam bem à vontade descansando nas pedras, pastando à margem do rio e atraem a curiosidade. É possível contar adultos e vários filhotes.
As capivaras são consideradas o maior animal entre os roedores. Elas costumam viver em grupo e, como têm hábitos noturnos, alimentam-se e nadam à noite. O grupo de capivaras já virou atração de quem passa pelo local, que param ao ver a família.
Os moradores ficam impressionados com o tamanho dos roedores, que estão se acostumando a invadirem os quintais para buscarem alimentação. Para alguns, a presença dos roedores é motivo de preocupação. Outros acham bonito e ficam apenas observando. “Você não vê animais nessa área e quando vê ali é uma cena bonita. Mas, algumas são bravas e avançam com o intuito de proteger os filhotes”, disse um morador. Segundo ele, há poucos dias uma capivara avançou em seu cachorro, que por pouco não foi devorado.
O morador José de Oliveira Brandão disse que assiste todos os dias, o espetáculo proporcionado pelo grupo de capivaras que fica como animal domesticado. Demonstra preocupado, visto que, o número está aumentando assustadoramente e está causando prejuízo a quem mora às margens do rio. O medo dos moradores, é que as capivaras são animais hospedeiros do carrapato-estrela que transmite a Febre Maculosa. A situação já foi levada ao conhecimento do setor de saúde do município, que encontra dificuldades para diminuir o número de roedores.
Os animais são protegidos pela Lei de Crimes Ambientais 9.605 de 12/2/98 e regulamentada pelo Decreto 6.514, de 22/07/08, no artigo 29. Nele, é informado que não se pode “matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente”. Os esforços estão sendo concentrados para a busca de solução. As capivaras estão amparadas por legislação ambiental, portanto, não podem ser remanejadas. Elas estão morando em seu habitat e, por serem territorialistas, mesmo em uma hipótese de possível remanejamento, outras viriam e ocupariam o mesmo lugar. Para que haja qualquer ação, é necessário que o IBAMA mande um técnico para fazer levantamento da quantidade de animais, para as medidas de captura ou abate.
Eduardo Satil – Tribuna do Leste