Combustíveis: alta de imposto pode ter efeito cascata, diz professor de economia
Os condutores dos veículos automotores já sentem o impacto do aumento no preço da gasolina, diesel e etanol. O custo dos derivados líquidos teve elevação devido ao reajuste da alíquota PIS/Cofins, que saltou de R$ 0,38 para R$ 0,79 por litro da gasolina. Para o etanol, o acréscimo foi de mais R$ 0,20 e, para o diesel, R$ 0,21 – Esse aumento deve garantir cerca de R$ 11 bilhões ao caixa do governo em 2017.
O professor de economia, Wilson Rocha explica o motivo dessa medida. “A gente tem hoje as contas nacionais desequilibradas, então temos uma despesa esse ano na casa de 139 bilhões de reais. O governo tenta, com isso, diminuir uma parte, embora pequena, mas importante, dessa dívida das contas públicas”, explicou.
Efeito cascata
O aumento dos impostos sobre os combustíveis não deve afetar só o preço da gasolina, do diesel e do etanol, mas ter um efeito cascata sobre toda a economia. No curto prazo, o preço dos alimentos também deve subir, pois são transportados, em grande parte, em caminhões. “Todo o nosso transporte é feito via rodovia, então, do transporte de produtos aos alimentos, tudo é levado via rodovia, por isso a expectativa é que esse aumento seja repassado ao consumidor nos próximos meses”, explica o professor.
Impacto moderado na inflação
Outro ponto analisado pelo professor de economia Wilson Rocha é o impacto que a alta dos combustíveis vai representar na inflação.
O aumento das alíquotas de PIS/Cofins sobre combustíveis deve ter um peso de 0,5 ponto percentual sobre o IPCA, índice que mede a inflação oficial. Isso porque, na projeção do governo, o reajuste nas bombas deverá ficar em 7%. Não tem como passar despercebido pelo consumidor, diz o professor. “A inflação vai subir um pouco. Tivemos nos últimos meses uma queda significativa, mas ela vai sofrer um crescimento. É isso que vai acontecer, além dessa alteração na bomba dos postos, vamos ver esse aumento de imposto na maioria dos produtos que a gente consome”, finaliza.
Abaixo, ouça trecho da entrevista
Lívia Cicarini – Tribuna do Leste