ColunistasPe. José Raimundo (Mundinho)Radio AM710Radio FM

Reflexão: Violência, luto e dor!

Pe. Mundinho, sdn

Estamos ainda atônitos, nossa cidade e região, com o funesto acontecimento de segunda-feira, 10/07, ocorrido na cidade de Santa Margarida, quando um grupo de assaltantes de banco acabaram assassinando, brutalmente, um policial e o vigilante da agência.

Ouça também: 

A violência nos atinge. Abre feridas em nossa gente, deixa em desespero nossas famílias, dá uma rasteira em nossas convicções, esmorece nossa esperança e nos deixa indignados.

O que dizer mediante a realidade de uma pacífica cidade do interior que se vê abalada, refém do medo com os moradores apavorados?

As famílias enlutadas desabafam não só a tristeza que lhes abatem, mas toda a realidade de insegurança que vive o país, onde é assustador o crescimento da violência, a impunidade dos malfeitores e marginais, a impotência e o engessamento da polícia (civil e militar) que não tem a liberdade necessária de agir na repressão do crime.

Somos contra a violência em todas as instâncias! Jamais admitimos a prepotência de um ser humano que se apossa da “autoridade” de sobrepor ao outro tirando-lhe o direito à vida.

Ouvimos sempre nestes momentos o desabafo dos cidadãos e sobretudo dos implicados no fato, ou seja, das vítimas que perdem seus entes queridos. A Polícia foi criada com o objetivo de reprimir o crime, dar segurança à sociedade. Mantida pelo Estado ela tem o dever, a responsabilidade e o direito de prender, de investigar, de desarmar, de coibir os violentos, até mesmo usando a força dos armamentos. Isto realizado, a Polícia entrega ao Judiciário para julgar e aplicar a devida pena aos culpados condenados.

O fato ocorrido nos leva a refletir que por trás de uma farda ou de um distintivo policial ou de um armamento existe um ser humano, responsável, que foi capacitado para militar no mundo do crime com o objetivo de reprimi-lo. Esse ser humano, amparado pelo Estado, garantido pela lei, respaldado pela sociedade, não pode nunca ser vítima da maledicência violenta de marginais que não mais respondem por apelos éticos, humanos ou de quaisquer outra ordem. Agem pelo impulso, nada os amedrontam, não  se sentem coibidos  por nenhuma força. Acostumados ao mundo selvagem a que os levou a tal atitude não têm mais nada a perder. Estes inconsequentes não pensam na vida, no futuro, no bem comum, na satisfação do bem viver. Pensam somente no gesto escuso de  se apropriar do bem alheio, custe o que custar.

O policial tem outra referencia, se apoia em outra base. Ele representa o bem, expressa com sua atividade a segurança que a sociedade espera sempre ter e manter. Por trás do policial, por trás daquele ser humano está também o cidadão, o pai de família, o filho ou irmão, o amigo e trabalhador, o membro da sociedade constituída que deseja viver bem e oferecer o ambiente seguro para os outros.

A comoção que tomou conta dos moradores da cidade de Santa Margarida levou os moradores a dependurar pedaços de tecido preto em algumas fachadas, em alusão ao luto. O grito de dor, a lamentação e a tristeza dos entes enlutados se tornam também nossa. Toda a comunidade se solidariza neste momento de perda, chora junto e se indigna com o crime e a violência estampada nas cidades, nas ruas, nos ambientes de trabalho. Reivindica a justiça, a mudança na legislatura. Que o Estado reveja a legislação, que o crime seja reprimido, que os cidadãos sejam protegidos, que os trabalhadores, profissionais do corpo policial (civil e militar) tenham a devida segurança, aparato legal e físico e a compreensão da sociedade constituída para exercerem o múnus de garantir a vida para todos.

Comentários

Mostrar mais

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo