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Trabalhadores rurais temem as consequências das reformas

As manifestações realizadas até agora em defesa dos direitos conquistados ao longo dos anos pelos trabalhadores em geral, principalmente aqueles que enfrentam as dificuldades no campo, traduzem que as mudanças nas reformas trabalhistas e previdenciárias soam forte na vida das famílias no campo.

A todo o momento, trabalhadores e trabalhadoras rurais ficam surpreendidos, principalmente quando se fala da igualdade de direitos de trabalhadores urbanos e rurais. Trabalhadores e líderes de movimentos sindicais conversaram com a reportagem, lembraram que, na Constituição de 1988, o constituinte assegurou expressamente aos rurais o reconhecimento da organização e liberdade sindicais. Estão ressaltados no Art. 187 da CF, que “a política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a participação efetiva do setor de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de comercialização, de armazenamento e de transportes”.

Agora com a reforma, tudo que foi conquistado está sendo apagado do texto constitucional, para trazer de volta a tristeza e a preocupação às famílias rurais. Ouvido pela reportagem, o produtor rural de Santana do Manhuaçu, José Camilo Donato disse que fica temeroso diante dessas decisões precipitadas. Considera que o trabalhador está completamente desamparado, sem ter por onde buscar força para não haver as mudanças que o Governo Federal pretende fazer. Ele ressalta que, os trabalhadores que vivem da agricultura familiar estão muito preocupados com o que está acontecendo, as modificações feitas que eliminem maior parte das diferenças entre trabalhadores rurais, hoje considerados como segurados especiais, e os trabalhadores em geral, e o faz de modo inesperado. “No geral, todo trabalhador está sendo afetado com essas reformas. Muitos ainda não entenderam o que está acontecendo, e o que pode acontecer no nosso país. Não podemos parar. Não podemos aceitar essas coisas”, afirma José Camilo Donato.

O coordenador geral da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (FETRAF), Joseleno Anacleto ressalta que a retirada de tantos direitos adquiridos pelos trabalhadores é uma injustiça, em se tratando daquelas pessoas que atuam em regime de agricultura familiar. “Não podemos permitir que essas coisas aconteçam com nossos trabalhadores, sobretudo da agricultura familiar que lutam para colocar à mesa de milhares de brasileiros seus produtos, e agora serem maltratados com essas reformas”, detalha Joseleno Anacleto.

Eduardo Satil – Tribuna do Leste

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