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Capoeira ganha espaço e muda comportamento de participantes

A prática da capoeira está se tornando uma modalidade praticada por pessoas de todas as idades, que de pouco a pouco descobrem que é uma representação cultural que mistura esporte, luta, dança, cultura popular, música e brincadeira. A capoeira caracteriza-se por movimentos ágeis e complexos, onde são utilizados os pés, as mãos e elementos ginástico-acrobáticos. Diferencia-se das outras lutas por ser acompanhada de música.

Outro ponto relevante é que a modalidade está cativando e atraindo pessoas de todos os níveis, que encontram na atividade o outro lado de viver, com qualidade de vida e entretenimento entre os participantes.

Durante um evento realizado no fim de semana em Manhuaçu para a troca de cordas, foi possível observar que muitas pessoas fazem por vocação, lazer e por encontrar na capoeira a razão de trabalhar todo o corpo. Vários alunos da Academia Corpo e Ginga receberam de mestres e mestrandos a “corda”, como sendo um símbolo importante da modalidade, que traduz mais responsabilidade no comportamento, aprendizado e vitória.

Para o Mestre Wederson (Zói), a capoeira atualmente é bem aceita por todas as pessoas que conhecem verdadeiramente essa modalidade, que é uma luta de defesa pessoal, reconhecida também como dança que foi desenvolvida por escravos africanos trazidos ao Brasil, já que o país foi o maior receptor da migração de escravos.

Ele explica que é trabalhado o movimento cognitivo, a mente, a parte humanística, respeito e a continuidade de uma cultura perfeita. “A capoeira é disputada por duas pessoas que se defrontam no meio de uma roda formada por outros capoeiristas, ao som de palmas e berimbaus. O objetivo do jogo é derrubar o adversário, de forma responsável”, ressalta Mestre “Zói”. A base do jogo é a ginga, pois, essa é uma importante forma de ataque e defesa do capoeirista. Na roda de capoeira o praticante manifesta seu conhecimento e desenvolvimento sobre a atividade. Além disso, trabalha a coordenação motora, aprimora a flexibilidade, equilíbrio e destreza, alivia as tensões do dia a dia, proporciona criatividade e liberdade de movimentos.

Mestre Wederson (Zói) conta que tem discutido o projeto para ser implantado nas escolas municipais e outros órgãos em Manhuaçu, mostrando principalmente que a capoeira provoca no cidadão algo diferente. Ele cita que na sua dissertação acadêmica, o foco é o bem estar que a capoeira proporciona, e a qualidade de vida como proposta pedagógica.

O organizador do evento em Manhuaçu, Nilton Carlos Fagundes relata que a “troca de cordas” trouxe novas esperanças, para a continuidade do trabalho, principalmente com as crianças. “Temos alunos crianças e outros com até 80 anos, que estão praticando capoeira. Isso para nós é muito gratificante”, destaca Nilton Fagundes.

Eduardo Satil – Tribuna do Leste

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