Reforma da Previdência leva trabalhadores às ruas em Manhuaçu
Nessa quarta-feira, 15/03, aconteceu a paralisação de uma série de categorias contra o projeto de Reforma da Previdência proposto pelo governo Michel Temer (PMDB) e que prevê alterações polêmicas no regime de aposentadoria dos trabalhadores.
No Trevo do Cafeicultor, saída para Realeza, sindicalistas, professores e funcionários da rede estadual e municipal já se encontram para o início da passeata que percorrerá as principais ruas do município.
Realeza
Em Realeza, a mobilização paralisou o trânsito na BR 116 e 262. Além de trabalhadores na rodovia, carros de som, e promove uma manifestação contra a proposta de Emenda Constitucional nº 287/2016, conhecida como Reforma da Previdência, a PEC 287. O fluxo de veículos volto ao normal após os manifestantes liberarem as pistas por volta de meio dia.
Praça Cordovil Pinto Coelho
Os manifestantes se reuniram no Trevo do Cafeicultor e em seguida foram para a Praça Cordovil Pinto Coelho, onde ocorreram diversos pronunciamentos contra a Reforma da Previdência.
A representante do Sind-UTE em Manhuaçu, Fani Hott, conta que “A reforma da Previdência, pauta principal das manifestações, pretende mudar a idade mínima de aposentadoria para 65 anos tanto para homens quanto para as mulheres e aumentar o tempo de contribuição de 15 para 25 anos. Levando em consideração que a expectativa de vida nas periferias – onde se concentra a maior parte da classe trabalhadora – e em muitas cidades é de 58 anos, grande parte dos brasileiros, pela proposta, deve morrer sem conseguir se aposentar”, enfatiza.
A vice-diretora do Colégio Polivalente, Viviane Monteiro, diz que a Reforma da Previdência é a volta da escravidão. “É inaceitável, pois é a exploração de um povo que trabalha honestamente. O Governo quer que a população contribua por 49 anos, e com isso, as pessoas vão morrer e não vão receber o seu beneficio”.
Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Manhuaçu, Marcos Antônio Domingos, a Reforma da Previdência é injusta com os trabalhadores rurais. ““Hoje uma mulher da roça se aposenta com 55 anos e um homem com 60. O que o governo propõe é igualar todos a uma só idade, 65 anos. Imagina o trabalhador rural ter que trabalhar mais de 50 anos para poder se aposentar? O trabalhador rural contribui toda vez que comercializa o que produz. E a Reforma vem com o objetivo de acabar com a previdência rural”, alerta.
O professor Gelson Araújo que também apoia a luta e explica que já havia uma desvalorização dos professores da rede estadual. “A questão do professor da rede estadual, nós já tínhamos uma desvalorização e foi prejudicado pela PEC da Morte que congela os gastos por 20 anos, e agora, parece que o último prego do caixão é essa Reforma da Previdência que quer tirar recursos de quem contribui uma vida inteira e que não deixa a previdência deficitária. Quem é que vai lucrar com essa Reforma? O que virá depois disso?”, questiona.
O professor ainda manifesta sua preocupação com a relação ao sucateamento da saúde, jogando a responsabilidade para planos particulares, à valorização das escolas particulares e colocando a meritocracia em primeiro plano. “É um estado de bem estar social que está sendo desmantelado no Brasil a partir de um golpe. Porque se o governo fosse legítimo, ele teria apresentado essas propostas ao crivo das urnas”, conta.
Com gritos de “Fora Temer”, numa manifestação pacífica, além de faixas, um caixão com a bandeira do Brasil foi colocado em frente ao coreto da Praça Cordovil Pinto Coelho, simbolizando “a morte da Constituição Brasileira”. Um abaixo assinado está circulando pela cidade, e ficará disponível durante todo o dia no coreto da praça.
Danilo Alves/ Lívia Cicarini/ Eduardo Satil / Luciano Rodrigues / – Tribuna do Leste