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Segurança Pública e Cidadania: Abril – Mês de Conscientização sobre o Autismo – Desmistificando, Incluindo e Avançando

O mês de abril nos convida a refletir sobre o Transtorno do Espectro Autista, o TEA, uma condição que, apesar de ainda ser cercada por desconhecimento e preconceito, está presente em algumas das mentes mais brilhantes da história. Pense em nomes como Bill Gates, o visionário que transformou a tecnologia, ou Elon Musk, que está redefinindo os limites da exploração espacial. Muitos estudiosos acreditam que até gênios como Albert Einstein, Van Goghe, Isaac Newton apresentavam traços do espectro autista. Isso nos mostra algo fundamental: o autismo não é um obstáculo para a grandeza. Pelo contrário, muitas vezes é justamente essa forma única de ver o mundo que impulsiona inovações e mudanças profundas na humanidade.

No entanto, enquanto celebramos essas mentes excepcionais, precisamos falar sobre a realidade enfrentada por milhões de pessoas no espectro e suas famílias. Os diagnósticos de autismo estão aumentando – hoje, estima-se que uma em cada 36 crianças esteja no espectro –, mas infelizmente, o preconceito e a falta de preparo da sociedade ainda são grandes barreiras. É preciso deixar claro: discriminar pessoas autistas não é apenas errado, é crime. A Lei Brasileira de Inclusão (12.764/2012) garante direitos e exige que escolas, sistemas de saúde, clubes e espaços públicos se adaptem para oferecer uma verdadeira inclusão.

Para as famílias que têm crianças autistas, a mensagem é clara: o diagnóstico precoce é essencial. Fiquem atentos a sinais como dificuldade na interação social, sensibilidade a sons ou luzes, ou interesses intensos e específicos. Procurem profissionais especializados, como neurologistas, psicólogos ou pediatras, pois quanto antes o autismo for identificado, mais cedo a criança pode receber o suporte necessário. E se enfrentarem dificuldades no acesso a terapias, educação ou saúde, lembrem-se: a Justiça está do seu lado. Nenhuma família deve ter que lutar sozinha para garantir os direitos de seus filhos.

Educadores e sociedade também têm um papel crucial. Inclusão não é apenas aceitar, mas adaptar. Pequenas mudanças, como o uso de recursos visuais na sala de aula, pausas para regulagem sensorial ou um olhar mais atento às habilidades individuais de cada aluno, podem fazer toda a diferença. Por trás de cada comportamento considerado “diferente”, há um potencial extraordinário esperando para ser reconhecido.

O autismo não é uma tragédia. A verdadeira tragédia seria um mundo que se recusa a entender, acolher e valorizar a diversidade que ele traz. Em abril e em todos os meses do ano, vamos substituir o preconceito por oportunidades, o desconhecido por empatia, e a exclusão por acolhimento.

A evolução da humanidade também se mede pela forma como incluímos todos os que a compõem.

Carlos Souza – Delegado

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