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MPMG denuncia o homem que matou biomédica com golpes de canivete em Ibirité; relembre o crime

Vítima era ex-companheira do suspeito; ela foi morta na clínica em que trabalhava

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou, nesta segunda-feira (7 de abril), o homem de 42 anos que assassinou, com nove golpes de canivete, a biomédica Miqueias Nunes de Oliveira, de 33, enquanto ela trabalhava em um clínica em Ibirité, na Grande BH, no dia 10 de março. De acordo com as investigações da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), a insatisfação com o fim do casamento entre o rapaz e a biomédica foi o que motivou o feminicídio.

No dia 19 de março, a PCMG divulgou detalhes de como o crime ocorreu. O delegado Welington Faria, responsável pelas investigações, afirmou que o crime teria sido premeditado, já que o suspeito havia adquirido a arma com antecedência. Conforme o delegado, o suspeito, que é caminhoneiro, tentou fugir após cometer o assassinato. No entanto, uma das colegas de Miquéias, que trabalhava na clínica, fechou o portão, enquanto uma cliente acionou a Polícia Civil. Os policiais chegaram ao local e prenderam o suspeito em flagrante.

“Ele estava todo sujo de sangue — o sangue da vítima —, com o canivete na mão e com o pulso ferido. Porém, ao analisarmos as câmeras de segurança, concluímos que ele mentiu ao afirmar que tentou se suicidar após o crime. Na verdade, ele tentou fugir. Uma colega da vítima correu e fechou o portão no momento da fuga, enquanto a cliente que estava sendo atendida nos acionou. Quando percebeu que estava trancado, ele tentou se automutilar”, afirmou o delegado.

Crime premeditado, arma, perseguição e ameaças: relembre o cenário da morte da biomédica

Miquéias e o ex-marido se casaram em 2020 e, no final de 2024, a vítima informou ao homem que queria terminar o relacionamento. O motivo seria uma suposta traição da parte dele. O delegado explicou que o ex-marido ficou insatisfeito com o término e também não gostou do fato de a ex-mulher ter começado a conhecer outra pessoa no final do ano passado. A partir disso, ele começou a insinuar um possível suicídio para pessoas próximas e passou a perseguir e ameaçar a biomédica.

“Ao realizarmos buscas no apartamento dele, encontramos uma arma calibre 9 milímetros com numeração raspada e munições de calibre 32. A intenção dele era atrair a biomédica para sua residência e, possivelmente, matá-la a tiros. Como ela recusou seus convites para um encontro, ele foi até a clínica armado com o canivete e ceifou a vida da biomédica, que estava em ascensão na carreira e iniciando um novo relacionamento”, explicou Faria.

Mesmo com as ameaças, Keia Oliveira, como era conhecida, não procurou a Polícia Civil para solicitar medida protetiva contra o ex-marido, conforme o delegado. “Após a separação, ela foi morar na casa de uma irmã, e eles estavam decidindo quem ficaria com o apartamento que era de propriedade do casal. Ela passou a rejeitar o ex-marido e não queria encontrá-lo de nenhuma forma. Nesse período, ele intensificou as perseguições e ameaças, mas ela não pediu nenhuma medida protetiva”, apontou o delegado.

Atualmente, o suspeito — que já tinha passagem policial por porte ilegal de arma em 2017 — está com o quadro de saúde estável no Hospital Municipal de Contagem, sob escolta policial. A prisão em flagrante foi convertida em preventiva, e ele será autuado pelos crimes de feminicídio e porte ilegal de arma, podendo pegar uma pena de até 40 anos de prisão.

Segundo o MPMG, na denúncia, “o promotor de Justiça Eduardo Almeida da Silva ressalta que o denunciado matou a vítima por razões da condição do sexo feminino, em contexto de violência doméstica e familiar, e que o feminicídio foi cometido com recurso que dificultou a defesa da vítima, que foi surpreendida no ambiente de trabalho, em momento que havia outras pessoas no lugar”.

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