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Minas registra temperaturas recordes em meio ao mês mais quente da história

Região da Zona da Mata enfrenta calor acima da média, estiagem prolongada e temporais

O calor extremo registrado em janeiro de 2025 também impactou fortemente a região da Zona da Mata mineira, que enfrentou temperaturas acima da média histórica. O meteorologista da Climatempo, em entrevista a Rádio Manhuaçu e Jornal Tribuna do Leste, Ruibran dos Reis, destacou que a influência do fenômeno El Niño contribuiu para os recordes de temperatura, além do aumento contínuo da concentração de gases do efeito estufa na atmosfera. “Aqui em Minas Gerais, tivemos as temperaturas mais elevadas observadas no Brasil desde 1910, quando começaram as primeiras medições”, afirmou.

O município de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, registrou 44,8°C, a maior temperatura já observada no Brasil. Na Zona da Mata, cidades enfrentaram estiagens prolongadas, afetando a vazão de córregos e rios, além de comprometer o abastecimento de água. “Algumas cidades tiveram problemas de abastecimento”, destacou o meteorologista.

O cenário de calor intenso deve continuar nos próximos meses, segundo Ruibran. “Podemos esperar temperaturas elevadas em todo o estado de Minas Gerais, especialmente na Zona da Mata”, alertou. Além do calor, há previsão de temporais para a região em março, resultado do aumento da umidade e das condições atmosféricas instáveis.

De acordo com o Serviço Copernicus para Mudanças Climáticas da União Europeia, janeiro de 2025 foi o mais quente da história, com a temperatura global atingindo 1,75°C acima dos níveis pré-industriais. Modelos meteorológicos indicam que 2025 pode superar 2024 e se tornar o ano mais quente já registrado desde o início das medições em 1880. “Os modelos, a cada dia, mostram que as temperaturas do ano de 2025 vão ser as mais quentes da história”, reforçou Ruibran.

O meteorologista ressaltou a necessidade de medidas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa, como o incentivo ao uso de combustíveis menos poluentes, como o etanol. “Se todos nós utilizássemos o etanol, nós íamos diminuir bastante as temperaturas do planeta”, afirmou.

A saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, mencionada por Ruibran, pode dificultar esforços globais para conter o aquecimento. “Podemos esperar um aumento dos gases do efeito estufa e, cada vez mais, esses fenômenos extremos tendem a ocorrer com maior frequência”, concluiu.

Redação Tribuna do Leste

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