Nove trabalhadores em situação semelhante a escravidão foram resgatados de uma propriedade na zona rural de Santa Margarida. O fato aconteceu nesta quarta-feira (28) e contou com intervenção do Ministério do Trabalho e Emprego de Manhuaçu em solicitação ao pedido do Ministério Público de Coronel Fabriciano. Eles foram encaminhados a um hotel em Santa Margarida.
O auditor-fiscal do Ministério do Trabalho de Manhuaçu, Flávio Pena, conta que os trabalhadores estavam em alojamentos precários, sem registro, e não recebiam nenhum tipo de pagamento. “Praticamente trocavam o que recebiam em alimentos. Eles recebiam cinquenta reais em pagamento e pagavam cinquenta em alimentação. E ainda prestavam serviço de maneira perigosa. O conjunto desta situação foi o que nos levou à retirada desses trabalhadores”, disse.
A maioria dos trabalhadores eram andarilhos ou com problemas familiares. Dois homens vieram a pé de São Paulo e percorreram 28 dias para chegar até Abre Campo, onde souberam da suposta oportunidade de emprego. Alguns dos trabalhadores também não queriam sair do local. “Mas na verdade observamos que eles estavam sendo explorados”, enfatiza o auditor-fiscal do trabalho.
Os nove trabalhadores deverão receber três parcelas de seguro desemprego e o Ministério do Trabalho vai preparar um relatório circunstanciado para encaminhamento a outros órgãos parceiros – a exemplo do Ministério Público. “Posteriormente virá a parte de autuações e a concretização do processo”, salienta Flávio Pena.
Danilo Alves – Tribuna do Leste